quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Nunca....



Sinto um aperto no coração quando vejo que a palavra nunca voltou a fazer parte do meu vocabulário, e o pior.... da minha vida!


Rosa Soares

Amor Verdadeiro


Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos, preste atenção: pode ser a pessoa mais importante da sua vida.

Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta: pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água neste momento, perceba: existe algo mágico entre vocês.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça: Deus te mandou um presente divino - o amor.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um pro outro.

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura, que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer
momento de sua vida.

Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...

Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma, um futuro sem a pessoa ao seu lado...

Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e, mesmo assim, tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela...

Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo: é o amor que chegou na sua vida.

É uma dádiva.

Muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.

Ou às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixa-lo acontecer verdadeiramente.

É o livre-arbítrio.

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o amor.

Auto Desconhecido

Mais do que posso conceber


Nada é exatamente como percebemos. Cada um de nós enxerga a partir de lentes embaçadas, mentes condicionadas por tantas impressões, tantos vetores que não nos damos conta.
Você só conhece uma versão. Olha por uma única fresta e pensa que viu tudo. Sente-se seguro por acreditar que sabe. Pensar que sabe lhe deixa seguro.
A ciência pensa que sabe, a filosofia imagina ter chegado à algum lugar, a teologia orgulha-se sem saber que não sabe.
A maioria de nós se apegou às próprias certezas e a partir delas construiu castelos imaginários que o tempo, as perdas, as dores, os imprevistos da vida podem facilmente destruir. Tememos a desilusão. Enxergar desilude.
E então vivemos como quem se esforça para acreditar que tudo será como parece , que os castelos serão inabaláveis, que as coisas farão sentido conforme a lente embaçada e a vida será sempre mar tranquilo, como se todas as possibilidades, todas as variáveis, todos os caminhos coubessem na caixinha de fósforo que vivo, no grãozinho de arroz que sou.
Mas essa é só uma parte da história. É a parte inquietante, pelo menos sob a perspectiva da mente que se esforça para assumir o controle, que projeta sobre o ego a incumbência de assumir-se como ente, como ser que não é.
Até que não reste alternativa a não ser enxergar a própria ignorância. Desconstruir-se é assumir-se como é, reconhecer as incompletudes, sem disfarces, sem camuflagem, sem medo.
Nada é exatamente como percebemos.
A vida inteira se movimenta para nos mostrar que toda perspectiva absoluta é reducionista e nos livrar da tendência tão arraigada de nos identificarmos com a imagem do espelho, a superfície dos acontecimentos, a sensação de controle.
É preciso coragem para soltar as muletas e caminhar sem escorar-se em nada. Calar a mente, pacificar-se exatamente por saber que a inquietude é improdutiva, as construções mentais ilusórias, o sentimento de posse passageiro, a sensação de poder enganosa.
Você só vê pela fechadura, não sabe quase nada, portanto, que o sentimento diante da vida seja de reverência.
Que haja silêncio e pacificação suficientes para entender os sinais sem ficar se debatendo, conectar os movimentos sem reclamação, perceber que em cada acontecimento, por menor que seja, existem bilhões de possibilidades, todas com potencial para aprofundar sua consciência, mas você só percebe uma, talvez duas, quem sabe três, nada além.
Aquiete-se.
Você está vivo, experimentando agora a condição de ser-humano e isso já é mais do que pode entender.
Se não sabemos quase nada, sejamos humildes e simples de coração, abertos o suficiente, atentos ao universo que nos cerca, que nos habita, que se projeta no caminho e, sobretudo, gratos pelo espantoso e inexplicável fato de existimos.
Por que você se inquieta por tão pouco? Ainda que a vida seja um completo mistério, estar aqui já é um enorme privilégio. Para mim, isso já é mais do que posso conceber.

Flavio Siqueira