domingo, 22 de junho de 2014

Todo meu amor

Que tua lágrima lave o sal da dor de toda nossa eternidade.
Que a dor presente que quer surgir ferina seja abrandada por tua serenidade.
Que eu descubra que tu és a brisa mansa que acalma o vendaval que sou.
Que te reveles como a sonhada companheira
para enfrentar a vida cotidiana, mas seja também a secreta cúmplice
dos voos siderais de minha alma inquieta.
Una-te a mim e sê a parte doce de meu feroz coração, acalma-me em ti.
Raridade, flor delicada a quem dediquei o meu franco afeto em minhas existências.
Cultivei-te como depositária de meu sincero carinho, preciosidade de meu íntimo.
És tu a semente mais pura que cuidei nas áridas terras de meu velho coração.
Assim, dentre tantas flores, seduzi-me por ti de corpo e alma;
abrigo apenas a ti.
Se não crês ou duvidas de minhas palavras,
vê a sincera confissão de meu olhar.
Se desconfias da volubilidade de meu temperamento,
desvenda a paz que guardo para ti.
Se temes os meus impetuosos sonhos, olha para o céu e encontra a nossa estrela.
Vê com que encanto brilha!
É o lume de teus olhos, é a luz de tua mais terna lágrima.
É o brilho que me anima, que me dá a paciência e a perseverança,
que me faz vivo.
E se diante de minhas palavras tiveres dificuldade de me julgar,
não me julgue, Apenas confia em teu coração e verás que fazes parte de mim e eu de ti.
E por assim ser, por assim dizer, também quero ser a flor do jardim de tua intimidade.
Quero ser a estrela que habita a promessa com que acalentas teus melhores sonhos.
E para tanto proponho uma aliança:
dou a ti também uma lágrima minha.
Uma gotícula que não representa tristeza, mas emoção da alegria de te ter.
E que, espero, seja o antídoto da curva descendente
que quer brotar em teu sorriso, entristecendo a face que me inspira,
tomando de mim a possibilidade de ser feliz.
Pois é em ti que guardo o oásis de pura água para enfrentar o deserto deste mundo,
Encanto que despertou o ardor do meu primeiro verão,
o calor da primitiva paixão.
A primeira flor que despertou o meu gosto pelas primaveras, promessa de realização.
Suave brisa que sonho ter a meu lado no cair das folhas de meu momento outono.
Ardente chama de alma que espero estar comigo ao final de meu longo inverno.
Amo-te pelo sagrado amor que guardei através de ti.
Portanto, digo-te:
acalenta teu velho guerreiro com tua alegria infantil, companheira de muitas efemeridades, graça divina de minha eternidade.
Gilberto Brandão Marcon





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