Despedida é uma palavra que não deveria
existir no dicionário de quem ama. É triste ter que dizer adeus as
pessoas que marcam nossa história. Muito mais triste ainda é saber que
nunca mais veremos este certo alguém. A morte continua sendo uma grande
interrogação. Não sabemos o que vem depois, mas sabemos que ela existe.
Todo mundo já passou pela experiência de ter que se despedir para sempre
de um amigo ou de um parente. A dor da partida é inexplicável. Parece
que um pedaço de nós é “enterrado” com o falecido. Saber que “nunca”
mais veremos esta pessoa enche nossa alma de um profundo desespero. É
normal chorar a perda de quem amamos. Jesus chorou quando seu amigo
Lázaro morreu. O que não pode acontecer (e acontece em muitos casos) é
viver como se também estivesse morto, ou seja, viver um luto eterno. A
dor deve dar espaço à conformação. Levar uma vida querendo “ressuscitar”
quem se foi é assinar um contrato com a infelicidade. Chore quando for
preciso. Acenda velas se você acredita nisso. Reze pela pessoa. Mande
celebrar missas. Faça tudo o que a sua consciência pedir (bem, nem tudo:
conheço uma pessoa que ia “conversar” todos os dias com o falecido
(!)), mas não se permita estagnar diante da perda de alguém. Você
continua vivo e seus sonhos não podem ser enterrados junto com a pessoa.
O maior “presente” que podemos dar a quem se foi é vivermos bem a vida
que ainda nos resta. Quem quer morrer bem deve viver bem. Temos medo da
morte e por isso vivemos “fugindo” dela, fingindo que ela não existe.
Quem consegue encará-la de frente sabe superar qualquer perda porque
entende a dinâmica da vida: por mais que nos esforcemos para não deixar
este mundo, mais cedo ou mais tarde teremos que “experimentar” o
descanso eterno. E quando este dia chegar, tomara que tenhamos do que
nos orgulhar.
Paulo Franklin
Texto retirado do site:http://www.textolivre.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário