Se pudéssemos enxergar nossas dinâmicas interiores em uma tela de computador, veríamos que tudo o que está na superfície – e naturalmente visível- é resultado de combinações daquilo que se esconde nas profundezas, no mais íntimo do ser.
É a soma de nossos medos que produz grande parte de nossas motivações.
O caminho entre esses dois polos – medo e motivação- é pavimentado a partir do significado que damos a cada coisa.
É você quem decide o quanto vale cada passo, recuo, baque, conquista, tragédia, traição, perda, decepção, surpresa ou o que mais lhe acontecer na trajetória.
Muda a intensidade, variam os tons, mas ninguém vive até a maturidade sem experimentar cada uma dessas circunstâncias e, de alguma maneira, ver seu caminho influenciado por elas.
Mas, basta um pouco de atenção para que você perceba que acontecimentos iguais causam impactos completamente diferentes entre as pessoas.
E a razão disso é simples: Cabe a você dar significado ao que lhe acontece.
Para extrairmos o real valor de cada coisa é preciso que o percurso entre o medo e a motivação seja iluminado pela luz do auto conhecimento, e , no fim das contas, tudo serve para isso mesmo: para nos revelarmos, para nos conhecermos.
Se durante a caminhada você não estiver disposto a se reavaliar constantemente e se enxergar com honestidade, será obrigado a enfrentar cada uma das circunstâncias a partir da negação de que, se algo tem valor, é porque antes vale para você. Será como caminhar em uma estrada escura, esburacada, cheia de desvios, de olhos fechados.
Quem se enxerga sabe para onde vai. Se a vida é projeção do mundo que nos habita, melhor andar consciente, de olhos abertos, procurando manter coerência entre o meu caminho e aquilo que sou.
Flávio Siqueira
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