Sonho
com um Jardim de delícias, com um espaço que me inquiete, um céu que me desafie
e perfume o delírio que existe tatuado em mim.
Sonho
que desço a escadaria da perfeição, os degraus nus, ornamentados pela mistura
de flores e amores, que sussurram gemidos sensuais.
Sonho
com sinais e murmúrios, vozes que me chamam… Noivas de vestidos transparentes,
onde se reflecte à luz de um sol sequioso, as delícias do meu jardim.
Sonho
com a vida repleta de aromas sinceros… Tão sinceros como cada degrau que vou
descendo, cada pedra que piso, sem que exista queixume. Somente sonho e me
delicio com os braços estendidos das flores… E são tantas a tentarem segurar o
sorriso, que trago desenhado no meu rosto.
Não
tenciono escapar, quero sentir as folhas como se fossem o deslizar de dedos em
meu corpo.
Sonho
sem medo e quero muito sentir o pólen que voa no vento… Aquele que se espalha
nas frestas da vontade.
Sonho
para que ao acordar, me sinta deitado nas pétalas do meu jardim… Que as flores
se misturem de mãos dadas, que rodopiem cantando em redor de mim…
Que
cada pétala seja um gesto de amor…
Acordar
deste sonho é viver, é amar, é chegar ao jardim das delícias com a certeza, de
que as flores são arco-íris do chão, da terra… De um coração sem guerra…
Sonho
na esperança de subir de novo cada degrau que desci… E sorrindo, vou subindo… feliz…
José
Alberto Sá
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