"Me encante da maneira que você quiser, como você souber.
Me encante, para que eu possa me dar.
Me encante nos mínimos detalhes.
Saiba me sorrir, aquele sorriso malicioso e gostoso, inocente e carente.
Me encante com suas mãos, gesticule quando for preciso, me toque, quero correr esse risco.
Me acarinhe se quiser, vou fingir que não entendi, que nem queria esse momento.
Me encante com seus olhos, me olhe profundo, mas só por um segundo,
depois desvie o seu olhar, como se o meu olhar não tivesse conseguido te encantar.
E então, volte a me fitar, tão profundamente,
que eu fique perdido, sem saber o que falar...
Me encante com suas palavras, me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres,
me conte segredos, sem medos...
E depois me diga o quanto te encantei.
Me encante como serenidade, mas não esqueça,
também tem que ser com simplicidade, não pode haver maldade.
Me encante com uma certa calma, não tem pressa, tente entender a minha alma.
Me encante como você fez com a primeira namorada,
sem subterfúgios, sem cálculos, sem dúvidas, com certeza.
Me encante na calada da madrugada, na luz do sol ou embaixo da chuva.
Me encante sem dizer nada ou até dizendo tudo,
sorrindo ou chorando, triste ou alegre.
Mas me encante de verdade, com vontade...
Que depois, eu te confesso que me apaixonei
e prometo te encantar todos os dias do resto das nossas vidas!"
Pablo Neruda
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