Sabe aquela história de “quanto mais eu rezo, mais assombração me aparece”? Já teve essa impressão?
Ela pode se projetar de outra forma, como aquele que diz: “estranho,
na mesma proporção que me sinto mais aberto, mais perceptivo, mais
consciente, mais dificuldades surgem no meu caminho.” – Você já pensou
assim?
Acontece que quanto mais atentos ficamos mais sensíveis e quanto mais
sensíveis, mais claro tudo vai ficando, inclusive as pedras e
obstáculos do nosso próprio caminho. Se antes não víamos, agora vemos!
Não é que as dificuldades aumentam, mas agora você as discerne, enxerga o
que antes não via e isso é bom!
Uma vida de absolutas facilidades, com caminhos plenamente estáveis,
nos cauterizaria a consciência. Enxergar seus limites, lidar com suas
fraquezas e superá-las é parte essencial do caminho de qualquer um que
almeja a maturidade.
Ninguém cresce se não encarar seus próprios fantasmas. Não há
enraizamento de consciência sem confrontar-se, sem a oportunidade de
passar pelos afunilamentos que nos melhora justamente por conta do
exercício da experiência, pela chance de vencer um obstáculo e tornar-se
uma pessoa melhor.
Se você sente que as “assombrações” aumentam na medida em que “reza”,
ou que as dificuldades se aprofundam enquanto medita, ou que tudo
parece ficar mais difícil enquanto intimamente tem evoluído, prossiga
com felicidade e atenção.
Faz parte do caminho. Não estamos em buscas de facilidade, mas de
maturidade e a maturidade se constrói com o desenvolvimento de nossa
capacidade de superar dificuldades, sair mais forte na outra ponta, não
temer as “assombrações”, mas enfrentá-las e vencê-las.
É consciência que queremos e se há necessidade de desconstruções, de
encaramentos e ajustes na maneira de enxergar, repito, prossiga com
felicidade e atenção, afinal, não é que as coisas pioraram, simplesmente
agora você as enxerga. O que fará com isso é escolha sua.
Flavio Siqueira
Nenhum comentário:
Postar um comentário