Somos o que sentimos...

 
É
 como diz a música: “de tantas mil maneiras que eu posso ser, estou 
certa que uma delas vai te agradar...”. Mas, quem disse que eu quero te 
agradar? E quem disse que não? Se nem sempre as coisas são como parecem 
ser, por vezes são. Exatamente como. Simples assim. Ou não... Quem sou? 
Posso ser muitas coisas, posso falar tantas outras pra que, de repente, 
você tenha uma vaga ideia de quem eu seja. E daí? Posso mentir, ocultar,
 exagerar, divagar, iludir... Mas, como poderia te dizer, de verdade, 
quem sou em simples palavras? Poderia até tentar, quem sabe criar um 
conceito sobre mim, sobre quem fui, sobre quem posso ser. Mas, a questão
 é que não caibo num único verbo, ninguém cabe... Não é uma questão de 
ser, e aí até poderia dizer que é uma questão de estar, mas o ser humano
 é bem mais que isso (ser, estar, permanecer, se tornar...). Eu até 
poderia tentar, com toda sinceridade, me definir. Se eu acreditasse em 
definições, quem sabe eu tentaria. Não acredito! Não tento! Definir é 
rotular. E pessoas não cabem em rótulos (algumas até...), conceitos 
fechados são só pra aquelas pessoas que se apegam a toda forma de 
convenções. Rotulam-se, se amoldam ao que é dito “normal”, fazem 
exatamente o que esperam delas, deixam de viver. Acredito no sentimento,
 no gesto, no afeto, nas pessoas que amo e que jamais quero perder, no 
coração acelerado cada vez que “aquela” pessoa te olha, e um simples 
toque daquele alguém faz seu corpo inteiro estremecer, acredito na 
cumplicidade, na intimidade que somente duas pessoas que realmente 
esperaram uma pela outra conseguem ter, acredito no carinho imediato e 
na identificação que surge logo no primeiro momento, na entrega de cara 
sem dúvida alguma, acredito na força das palavras e no silêncio do olhar
 que grita vontades dentro da gente, acredito nos instantes bobos ou nos
 momentos mais sérios, no papo cabeça ou naquela conversa sem nenhuma 
pretensão em que falamos o que nos vêm a mente sem o medo de parecermos 
“idiotas”, acredito em todas essas “coisinhas” que de tão tolas não 
poderiam ser mais sábias, que de tão simples gigantescas se tornam 
quando nos vemos inteiros no outro, pequenos-enormes momentos que nos 
fazem querer permanecer pra sempre em alguém. Acredito no que sinto, e 
só... Porque o que determina quem somos é o que sentimos, as pessoas que
 nos cercam, e os momentos que passamos com elas. Pessoas, gestos, 
afetos, momentos nos fazem “SER”. Frustrante quando por medo, por 
covardia, pressão, obrigação, ou seja lá porque for, até pelo que não 
entendemos ou pelo que pensamos ser nobre, lutamos contra o que 
sentimos, deixamos de cultivar momentos, silenciamos saudades, 
reprimimos vontades, desperdiçamos afetos, abandonamos o gesto, deixamos
 de ser nós mesmos (nossa essência se perde quando fazemos o contrário 
do que o nosso coração sente e quer)... Porque não se trata apenas de 
quem somos, mas do que sentimos, do caminho que escolhemos, onde 
queremos chegar e, sobretudo, das pessoas que vamos querer que estejam 
lá, pra dividir nossos melhores e piores momentos. Por isso, não deixe 
que pessoas que verdadeiramente te são importantes saiam da sua vida, 
jamais deixe que falte o gesto, o carinho, o abraço, ou simplesmente o 
olhar, aquela palavrinha que em dado minuto pode mudar tudo. Reconstruir
 o que se julgava perdido. Não permita nunca que medos, obrigações, 
imposições, e a falta de atitude te impeça de viver o que você sempre 
esperou. Pessoas e histórias se perdem o tempo todo. Não se perca de 
você. Não se perca de quem você sempre desejou. Espere o seu tempo, mas 
não deixe passar a hora. Não arrisque demais. Dizem que só existe um 
momento para ser feliz: o agora! Sei que não é simples assim, embora eu 
relute tanto, sei que algumas coisas só podem acontecer no depois (é 
preciso que um ciclo se feche completamente pra que outro se abra por 
inteiro, eu sei! Mas nem sempre é fácil esperar)... Seria o tal tempo 
certo das coisas? Sem dúvida! O segredo é não deixarmos que o tal 
momento certo se perca em tantos “depois”. Tomara que saibamos fazer 
isso... Tomara...! 
(Cris Luz)
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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