sábado, 10 de outubro de 2015

O MUNDO INVISÍVEL DE UMA MULHER - Página 9

Essa página demorou um pouco pra sair, eu tinha alguns rascunhos, mas muitas dúvidas,     e mais uma vez, me acalmo, fico quieta esperando meu Pai dizer o que fazer...
Meu medo de não me fazer entender me deixa assustada, como disse não tenho nenhuma intimidade com as palavras, aí é quando sinto a presença Dele dizendo ao meu coração... Sim filha, se acalma e eu farei o resto.
E é nessa confiança e fé que eu continuo...
Para vocês entenderem que não fui buscar ajuda em religião,  nem em doutrinas, vejam como eu estava aberta a receber meu Deus...
Não costumo sair, sempre digo, tenho em minha casa tudo o que preciso, já passo muito tempo longe dela. Mas de vez em quando acontece de uma amiga fazer um convite e eu acabar aceitando. Neste dia, fui almoçar em um restaurante perto de casa, quando cheguei o celular estava cheio de mensagens, era a minha irmã, preocupada, achando que algo havia acontecido retornei a ligação, e ela me disse: Ró, Dona Nadir perguntou se eu tinha uma irmã longe de casa, e que era pra avisar a ela que não aceitasse o convite, eu só pensei em você ...E  eu sorri dizendo acabei de chegar e sei do que se trata, ( não quero entrar aqui em detalhes) mas quem é mesmo a Nadir? Perguntei. Ela me explicou que conheceu essa senhora quando a mesma estava voltando para São Paulo, depois de uma visita que foi fazer a filha em Alagoas, o dinheiro havia acabado e estava ela e o marido dormindo na rua. Quando a minha irmã os acolheu e conseguiu com amigos passagens para que pudessem voltar para casa, deste dia em diante, elas conversavam, minha irmã chegou a dar um celular pra ela, para não perder o contato.
A Nadir nossa nova personagem, é cega, trabalhou em circo durante muito tempo como dançarina e seu marido era palhaço. Sentia fortes dores de cabeça e não dava muita importância, assim ela me contou, foi quando descobriu que estava com diabetes e a doença a fez perder a visão. O marido também com problemas de saúde teve infarto e perdeu os movimentos do lado esquerdo do corpo, também desenhista, pintava quadros, letreiros em para-lamas de caminhões, fazendo estes trabalhos ganhava a vida, ficando limitado com a perca dos movimentos... Sobreviviam com um salário mínimo, auxilio doença da previdência social.
Conversando com a Nadir,  pude notar que na verdade houve uma troca, pois a visão espiritual dessa mulher era impressionante. 

Passamos a nos falar todos os dias, ela fazia orações e me contava coisas que não tenho como explicar como ela sabia. Ela é evangélica, pouco estudo, mas de uma forma peculiar pregava como nunca vi ninguém fazer. 
Mais uma vez Deus age a sua maneira, me dando o que eu precisava, a sua palavra, pois foi a partir dai que comecei a ter intimidade com a Bíblia e a usa-la no meu dia a dia.
Muitas dúvidas, muitas perguntas, infelizmente por apego a religiões e doutrinas as pessoas as vezes se distanciam da verdade, buscam em outros (seres humanos) com suas definições e conceitos respostas que só o nosso Pai pode nos dar, e se afastam um dos outros, entristecendo Ele, pois somos um.
Virou rotina as ligações diárias para a Nadir, falávamos em Deus, por vezes ficamos quase quatro horas conversando, eu lia a Bíblia pra ela, e ela adorava ouvir eu contar as minhas conversas com Deus, mais ou menos assim: Pai... Pai, tá triste comigo? por que não estou sentindo sua presença hoje? o que fiz? Pai, você me ama?  Eu te amo! ( risos) E isso era repetido até conseguir dormir... eu dormia apenas uma hora, imagina o quanto eu conversava com Deus... e converso...



Página 9

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