Eu quero ficar perto De tudo o que acho certo Até o dia em que eu mudar de opinião A minha experiência Meu pacto com a ciência Meu conhecimento é minha distração Coisas que eu sei Eu adivinho sem ninguém ter me contado Coisas que eu sei O meu rádio relógio mostra o tempo errado Aperte o play Eu gosto do meu quarto Do meu desarrumado Ninguém sabe mexer na minha confusão É o meu ponto de vista Não aceito turistas Meu mundo ta fechado pra visitação Coisas que eu sei O medo mora perto das ideias loucas Coisas que eu sei Se eu for eu vou assim não vou trocar de roupa É minha Lei Eu corto os meus dobrados Acerto os meus pecados Ninguém pergunta mais depois que eu já paguei Eu vejo o filme em pausas Eu imagino casas Depois eu já nem lembro do que eu desenhei Coisas que eu sei Não guardo mais agendas no meu celular Coisas que eu sei Eu compro aparelhos que eu não sei usar Eu já comprei Ás vezes dá preguiça Na areia movediça Quanto mais eu mexo mais afundo em mim Eu moro num cenário Do lado imaginário Eu entro e saio sempre quando eu tô afim Coisas que eu sei As noites ficam claras no raiar do dia Coisas que eu sei São coisas que antes eu somente não sabia... Agora eu sei...! Dudu Falcão
Se pudéssemos enxergar nossas dinâmicas interiores em uma tela de
computador, veríamos que tudo o que está na superfície – e naturalmente visível- é resultado de combinações daquilo que se esconde nas
profundezas, no mais íntimo do ser. É a soma de nossos medos que produz grande parte de nossas motivações. O caminho entre esses dois polos – medo e motivação- é pavimentado a partir do significado que damos a cada coisa. É você quem decide o quanto vale cada passo, recuo, baque, conquista,
tragédia, traição, perda, decepção, surpresa ou o que mais lhe
acontecer na trajetória. Muda a intensidade, variam os tons, mas ninguém vive até a maturidade
sem experimentar cada uma dessas circunstâncias e, de alguma maneira,
ver seu caminho influenciado por elas. Mas, basta um pouco de atenção para que você perceba que
acontecimentos iguais causam impactos completamente diferentes entre as
pessoas. E a razão disso é simples: Cabe a você dar significado ao que lhe acontece. Para extrairmos o real valor de cada coisa é preciso que o percurso
entre o medo e a motivação seja iluminado pela luz do auto conhecimento,
e , no fim das contas, tudo serve para isso mesmo: para nos revelarmos,
para nos conhecermos. Se durante a caminhada você não estiver disposto a se reavaliar
constantemente e se enxergar com honestidade, será obrigado a enfrentar
cada uma das circunstâncias a partir da negação de que, se algo tem
valor, é porque antes vale para você. Será como caminhar em uma estrada
escura, esburacada, cheia de desvios, de olhos fechados. Quem se enxerga sabe para onde vai. Se a vida é projeção do mundo que
nos habita, melhor andar consciente, de olhos abertos, procurando
manter coerência entre o meu caminho e aquilo que sou.
Rifa-se um coração quase novo. Um coração idealista. Um coração como poucos. Um coração à moda antiga. Um coração moleque que insiste em pregar peças no seu usuário. Rifa-se um coração que na realidade
está um pouco usado, meio calejado, muito machucado
e que teima em alimentar sonhos, e cultivar ilusões. Um pouco inconsequente
que nunca desiste de acreditar nas pessoas. Um leviano e precipitado,
coração que acha que Tim Maia estava certo
quando escreveu... "não quero dinheiro,
eu quero amor sincero, é isso que eu espero...".
Um idealista... Um verdadeiro sonhador... Rifa-se um coração que nunca aprende. Que não endurece,
e mantém sempre viva a esperança de ser feliz,
sendo simples e natural. Um coração insensato que comanda o racional
sendo louco o suficiente para se apaixonar. Um furioso suicida que vive procurando relações
e emoções verdadeiras. Rifa-se um coração que insiste
em cometer sempre os mesmos erros. Esse coração que erra, briga, se expõe. Perde o juízo por completo em nome de causas e paixões. Sai do sério e, às vezes revê suas posições
arrependido de palavras e gestos. Este coração tantas vezes incompreendido. Tantas vezes provocado. Tantas vezes impulsivo. Rifa-se este desequilibrado emocional que,
abre sorrisos tão largos que quase dá pra engolir as orelhas,
mas que também arranca lágrimas e faz murchar o rosto. Um coração para ser alugado,
ou mesmo utilizado por quem gosta de emoções fortes. Um órgão abestado
indicado apenas para quem quer viver intensamente e,
contra indicado para os que apenas pretendem passar pela vida
matando o tempo, defendendo-se das emoções. Rifa-se um coração tão inocente
que se mostra sem armaduras e deixa louco o seu usuário. Um coração que quando parar de bater
ouvirá o seu usuário dizer para São Pedro na hora da prestação de contas:
" O Senhor poder conferir", eu fiz tudo certo,
só errei quando coloquei sentimento. Só fiz bobagens e me dei mal
quando ouvi este louco coração de criança
que insiste em não endurecer e, se recusa a envelhecer". Rifa-se um coração, ou mesmo troca-se por outro
que tenha um pouco mais de juízo. Um órgão mais fiel ao seu usuário. Um amigo do peito que não maltrate tanto o ser que o abriga. Um coração que não seja tão inconsequente. Rifa-se um coração cego, surdo e mudo,
mas que incomoda um bocado. Um verdadeiro caçador de aventuras que,
ainda não foi adotado, provavelmente,
por se recusar a cultivar ares selvagens ou racionais,
por não querer perder o estilo. Oferece-se um coração vadio, sem raça, sem pedigree. Um simples coração humano. Um impulsivo membro de comportamento até meio ultrapassado. Um modelo cheio de defeitos que,
mesmo estando fora do mercado,
faz questão de não se modernizar, mas vez por outra,
constrange o corpo que o domina. Um velho coração que convence seu usuário
a publicar seus segredos e, a ter a petulância
de se aventurar como poeta. Clarice Lispector
Ele(a) diz que te ama... então tá! Ele(a) te ama!
Assunto encerrado!!! Você sabe que é amado porque lhe disseram
isso, as três palavrinhas mágicas. Mas saber-se amado é uma coisa, sentir-se
amado
é outra, uma diferença de quilômetros. A demonstração de amor requer mais do que
beijos,
sexo e palavras. Sentir-se amado é sentir que a pessoa tem
interesse real na sua vida, Que zela pela sua felicidade, Que se preocupa quando as coisas não
estão dando certo, Que se coloca a postos para ouvir suas
dúvidas, E que dá uma sacudida em você quando for
preciso. Ser amado é ver que ele(a) lembra de
coisas que você contou dois anos atrás, E vê-lo(a) tentar reconciliar você com
seu pai,
É ver como ele(a) fica triste quando você está triste,
E como sorri com delicadeza quando diz que você está fazendo uma tempestade
em copo d`água.
Sentem-se amados aqueles que perdoam um ao outro e que não transformam a
mágoa em munição na hora da discussão.
Sente-se amado aquele que se sente aceito, que se sente inteiro.
Sente-se amado aquele que tem sua solidão respeitada,
Aquele que sabe que tudo pode ser dito e compreendido.
Sente-se amado quem se sente seguro para ser exatamente como é, Sem inventar um personagem para a
relação,
Pois personagem nenhum se sustenta muito tempo.
Sente-se amado quem não ofega, mas suspira;
Quem não levanta a voz, mas fala;
Quem não concorda, mas escuta.
Agora, sente-se e escute: Eu te amo não diz tudo!
"Me ame quando eu menos merecer,
que é quando eu mais preciso."