domingo, 22 de março de 2015

O Senhor diz ao seu povo: “Eu, eu mesmo, lhes dou forças.


1 O Senhor Deus diz: “Escutem, os que procuram a salvação, os que pedem a minha ajuda!
Lembrem da rocha da qual foram cortados, da pedreira de onde foram tirados.
2 Pensem no seu antepassado Abraão e em Sara, de quem vocês são descendentes. Abraão não tinha filhos quando eu o chamei, mas eu o abençoei e lhe dei muitos descendentes.
3 Eu, o Senhor, terei compaixão de Jerusalém e de todas as suas casas que estão em ruínas.
Eu farei com que as suas terras secas virem um jardim, como o jardim que plantei na região do Éden.
Ali haverá alegria e felicidade, haverá música e cânticos de louvor a mim.
4 “Escute, meu povo, dê atenção ao que eu vou dizer: Vou dar as minhas leis às nações, e os meus mandamentos serão uma luz para os povos.
5 Virei logo salvá-los; está chegando o dia da minha vitória, e eu governarei todos os povos.
Nações distantes esperam por mim e confiam em mim para protegê-las.
6 Olhem para o céu, lá em cima, olhem para a terra, aqui embaixo. O céu desaparecerá como fumaça,
a terra ficará gasta como uma roupa velha, e os seus moradores morrerão como se fossem moscas.
Mas a minha vitória será total, o meu poder durará para sempre.
7 “Escutem, vocês que sabem o que é direito, que têm a minha lei no seu coração!
Não fiquem com medo quando forem ofendidos, não se aborreçam quando os outros zombarem de vocês.
8 Pois eles desaparecerão como uma roupa de lã destruída pelas traças. Mas a minha vitória será total, o meu poder durará para sempre.”
9 Acorda, ó Senhor, acorda! Salva-nos com o teu grande poder, como fizeste antigamente, no tempo dos nossos antepassados. Tu cortaste Raabe em pedaços, tu mataste aquele monstro do mar.
10 Tu fizeste o mar secar, secaste as águas profundas; no meio do mar, abriste um caminho para que por ele passasse o povo que salvaste.
11 Aqueles a quem o Senhor salvar voltarão para casa, voltarão cantando para Jerusalém e ali viverão felizes para sempre. A alegria e a felicidade os acompanharão, e não haverá mais tristeza nem choro.
12 O Senhor diz ao seu povo: “Eu, eu mesmo, lhes dou forças. Então, por que vocês têm medo de pessoas, de seres mortais que não duram mais do que a palha?
13 Por que esquecem o Senhor, o seu Criador, aquele que estendeu o céu e firmou a terra? Por que estão sempre com medo de inimigos cruéis, que os perseguem e estão prontos para destruí-los?
Que pode fazer a fúria deles contra vocês?
14 Logo os prisioneiros serão postos em liberdade; eles não morrerão, nem passarão fome.
15“Eu, o Senhor, sou o Deus de vocês. Eu agito o mar e faço as suas ondas rugirem. O meu nome é Senhor, o Todo-Poderoso.
16 Eu dei a vocês os meus ensinamentos e com a minha mão eu os protejo. Eu, que estendi o céu e firmei a terra, digo aos moradores de Jerusalém:
‘Vocês são o meu povo.’ ” O sofrimento de Jerusalém vai terminar
17 Acorde, Jerusalém, acorde e levante-se! O Senhor fez com que você bebesse o vinho da sua ira;
você bebeu tudo e ficou bêbada. 
18 De todos os seus filhos,de todos aqueles que você criou, não houve um só que pegasse você pela mão e que a ajudasse a andar.
19 Você sofreu duas desgraças: a sua terra foi arrasada pelos inimigos, e a guerra e a fome mataram os seus moradores. Quem tem pena de você? Quem procura consolá-la?
20 Os seus moradores desmaiam de fome e estão caídos nas esquinas das ruas; são como carneiros selvagens presos nas redes dos caçadores. Eles caíram por causa da ira do Senhor, por causa do castigo do seu Deus.
21 Pobre Jerusalém! Você está bêbada, mas não por ter bebido vinho.
22 Agora, escute o que diz o seu Senhor e Deus, aquele que vai defender a causa do seu povo.
O Senhor diz: “Agora estou tirando das suas mãos o copo cheio da minha ira, o copo que fez você ficar bêbada.Você nunca mais beberá dele.
23 Darei esse copo aos seus inimigos, aos que lhe disseram: ‘Deite-se no chão, que vamos pisar em cima de você.’ Você se deitou, e eles a pisaram, como se você fosse o pó da rua.”

Quando alguém apontar os nossos erros, tome isso como sendo de Deus.



Terceira fala de Eliú

1 Em seguida Eliú disse:
2 “Jó, você não tem o direito de dizer que para Deus você é inocente 
3 e também não pode perguntar assim: ‘Ó Deus, será que te sentes mal com o meu pecado? E que vantagem tenho se não pecar?’
4 Pois eu vou responder a você e também aos seus amigos. Suas faltas não prejudicam a Deus, mas os outros
5 “Olhe para o céu e veja como as nuvens estão muito acima de você.
6 Se você peca, isso não atinge a Deus lá no alto; as suas faltas, por muitas que sejam, não vão prejudicar a Deus.
7 Se você faz o bem, não está ajudando a Deus; ele não precisa de nada que é seu.
8 São os outros que sofrem por causa dos pecados que você comete; e também são eles que são ajudados quando você pratica o bem.
9 “Os homens, quando são perseguidos por todos os lados, gemem e gritam, pedindo que alguém os livre das mãos dos poderosos; 
10 porém não voltam para Deus, o seu Criador, que dá forças nas horas mais escuras.
11 Eles não voltam para Deus, que os torna sábios, mais sábios do que as aves e os animais.
12 Eles gritam por socorro, mas Deus não responde porque são orgulhosos e maus.
13 Mas é falso dizer que Deus não ouve ou que o Todo-Poderoso não vê.
Você não sabe o que está dizendo
14 “Jó, você diz que não pode ver a Deus; mas espere com paciência, pois a sua causa está com ele.
15 Você pensa que Deus não castiga, que ele não presta muita atenção no pecado.
16 Não adianta nada continuar o seu discurso; você fala muito, porém não sabe o que está dizendo.”

Comentário

Havendo dado a Jó (e aos outros) oportunidade para responder, corrigir, etc., Eliú continua, v.1. Seu interesse, em todo o seu discurso, é o de ajudar Jó em sua longa jornada, ao defender a justiça de Deus em Seus tratos com Jó. OBS: Esta é a marca de um verdadeiro pregador: buscar sempre o bem das almas, mantendo e sustentando a honra, dignidade e a glória de Deus.

I. Há algum proveito em servir a Deus? V. 1-8

1. O que Jó disse: v. 2-3

v. 2 Jó nunca disse estas palavras ao pé da letra. Isso leva alguns a acusarem Eliú de grave pecado de tolice, comparando a sua colocação ao que os três amigos disseram. Porém, Deus interpreta da mesma maneira aquilo que Jó havia dito, 40: 8! - Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares? Portanto, Eliú interpreta de forma precisa o sentido das palavras de Jó. Ver cap. 32: 2 - E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o Buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus.Não era apenas um grande mal-entendido ou uma interpretação equivocada das palavras de Jó que Eliú infelizmente não percebeu. (ver cap. 9: 17; 10: 2-3; 27: 2.)

v. 3 Já levantado em 34: 9. Por que levantar este assunto novamente? Porque Eliú não ouviu da parte de Jó a resposta que desejava, ex: se humilhar, arrepender, confessar. Isso obriga a que Deus mesmo traga a Jó a este ponto! Jó sabia que esta era a maneira como o ímpio pensa e fala (21: 15). Entretanto, ele dá a entender o mesmo em 9: 22; 10: 15. “Qual o proveito em servir a Deus?”

- Às vezes não percebemos o quanto as nossas palavras se assemelham as palavras dos ímpios. Quantas vezes nós reclamamos que o tempo está muito quente, muito frio, seco demais, úmido demais, etc. Nós condenamos a teologia anã do livre arbítrio, que não reconhece que Deus exerce controle sobre tudo, mas nos preocupamos e tememos, duvidando de tal controle! Nós condenamos outros naquilo que aprovamos ou naquilo que nos desculpamos .

- Novamente, Asafe questionou se ele havia purificado o seu coração em vão (Salmo 73: 13). Nenhum de nós está livre de pensar da mesma maneira em meio a severas provações. Mas, desperte antes de verbalizar isso! (v.15). O ponto que Eliú deve responder: Deveríamos esperar “lucro” neste mundo? Podemos fazer mais para Deus, do que Ele faz por nós, servi-lo melhor do que Ele nos serve? Deus pode ficar nos devendo alguma coisa pelo serviço que prestamos a Ele? Podemos ser mais justos do que Ele?

2. A resposta de Eliú, v. 4-8

v. 4 “Aqui vai a minha resposta”

v. 5 “Aprenda com a criação. Pare e olhe. O que você vê? Nuvens...olhe acima delas! Pois Deus é mais alto do que elas!” A mesma observação feita em 33: 12 – A inquestionável soberania de Deus.

v. 6 “Seu pecado não afeta Deus, sem diminui a Sua essência e glória.”

v. 7 “Suas boas obras não podem acrescentar, aprimorar ou aperfeiçoar a Deus.”

v. 8 “Não é assim com o homem, pois nossas ações afetam e influenciam a outros para o bem ou para o mal.”

Ponto: Deus é perfeito e imutável. Embora o pecado seja cometido contra Ele, pois é contra a Sua lei e honra, isso não afeta o Seu Ser. Ele não pode ser perturbado, diminuído, derrotado ou destronado! Nem podemos acrescentar nada a Sua perfeição (de outra forma, Ele não seria perfeito). Deus não precisa de nada (Atos 17: 25; Salmo 50: 12). Isso significa que nós não podemos obrigar Deus a fazer nada. Ele não nos deve nada como recompensa pela nossa obediência. (Nenhuma recompensa pode ser contada como graça, Romanos 4!) Ele não deve nada aos homens. (Se Ele propõe ou promete algo bom para nós, Sua obrigação é para consigo mesmo e não para conosco.) Porém, nós é que somos devedores! Se estamos fora do inferno, é por causa do Seu favor imerecido! Permaneça humilde diante deste grande Deus!

II. Por que Deus não ouve o clamor dos necessitados? V. 9-13

v. 9 Lembrando Jó em suas citações em 24: 12 e talvez 19: 7. “Por que Deus não ouve o clamor dos necessitados e oprimidos?”

v. 10 “Porque evidentemente eles não clamam a Deus. Eles não reconhecem Deus como Criador. Ou, eles não são gratos a Deus pelas Suas misericórdias (sons na noite), até mesmo por nos fazer homens, e não animais selvagens, v. 11”

v. 12 “Ou se eles oram, nada recebem por causa do seu orgulho. Eles não estão na verdade orando. Estão pedindo mal (Tiago 4). Não é uma oração sincera e submissa. É muito mais uma ordem, se não uma maldição!”

v. 13 “Jó, Deus não ouve este tipo de oração.”

- Ore com humildade, sinceridade, arrependimento e coração submisso. Qualquer coisa menos do que isso é tomar o seu nome em vão. Reconheça-o como sábio Criador, que lhe cerca com misericórdias que você tende a negligenciar. Seja agradecido por não ser um animal (Bunyan chegou a invejá-los).

- Muitos clamam a Deus na adversidade. Isto não prova que somos participantes da graça. O verdadeiro teste da nossa condição espiritual é se clamamos a Deus em tempos de prosperidade, lembrando-se dEle o tempo todo.

- Se Deus não responde as nossas orações como desejamos, esteja certo de que Ele tem um bom motivo para isso! O propósito das nossas aflições é (entre outras coisas) nos humilhar. (Até mesmo Jó precisava ser refinado na graça, totalmente aparte do que Deus estava provando a Satanás.) Se as nossas aflições não tem nos humilhado o suficiente, então Deus não ouvirá as nossas orações para removê-las. Porém, nós deveríamos agradecê-Lo por permitir que elas permaneçam, até que seu trabalho se complete.

v. 14 a de 9: 11; 23: 3, 8-9, 14-16. Jó sabia que ao partir desta vida, nós veremos a Deus no último dia (19: 6), mas talvez não até lá. Sem esperança imediata.

v. 14 b “Mas Deus é um Deus de julgamento e justiça. Ele está fazendo o que é justo!... Há esperança, Jó...você O verá, e a Sua justiça será completamente revelada!”

v. 15 “Mas Jó, pelo fato de você não ter aprendido tudo o que deveria das aflições, Deus continua a te visitar com elas. A despeito da grandeza de Deus, você ainda é um tanto teimoso e estúpido.

v. 16 “Portanto, Jó falou estas palavras e eu estou discutindo-as.”

- O tempo apropriado para as visitas de Deus se faz de acordo com Sua vontade. Algumas vezes ele nos visita com aflições, outras com conforto.

- Seja paciente sob a vara de Deus. Confie nEle. O Pai Celestial sabe o que é melhor. O dia do julgamento revelará Sua perfeita justiça em tudo o que foi feito. Aguarde pacientemente a vinda do Senhor (II Tess. 3: 5). Henry: É totalmente vão para nós, apelar para Deus ou nos justificar, se não procuramos entender a causa das nossas aflições, como também é vão orarmos por alívio, se não confiamos em Deus, pois todo homem que não confia em Deus não pense que receberá do Senhor alguma coisa (Tiago 1: 7).

Conclusão:

- Quando alguém apontar os nossos erros, tome isso como sendo de Deus. Considere isso como um ato de misericórdia. Receba isso calma e pacientemente. (Como é comum nos eriçar e partirmos para o ataque, apontarmos as faltas do outro, ou nossos pontos positivos, ou minimizarmos o erro!)


sábado, 21 de março de 2015

Suas mãos não me atinge, mas seus pensamentos sim...


21 O Senhor, o Rei de Israel, diz: “Deuses das nações, venham apresentar a sua causa e fazer a sua defesa.
22 Venham e nos digam o que vai acontecer; expliquem também as profecias que vocês fizeram no passado, para que nós fiquemos sabendo se elas se cumpriram. Ou então digam o que vai acontecer no futuro, e assim nós poderemos ver se vai dar certo.
23 Anunciem as coisas que vão acontecer daqui em diante a fim de provar que vocês são deuses de fato. Façam o que quiserem, seja bom ou seja mau, para que fiquemos com medo e cheios de pavor.
24 Mas vocês não são nada! Vocês não podem fazer nada! Eu detesto aqueles que os adoram!
25“Fui eu que chamei um homem que mora no Oriente; ele confia em mim e vem do Norte para atacar os seus inimigos. Ele pisa em cima de reis como se fossem lama; ele os trata como um oleiro que amassa o barro com os pés. 
26 Será que algum de vocês anunciou que isso ia acontecer, para que nós ficássemos sabendo?
Algum deus falou disso no passado para que nós disséssemos: ‘Ele tinha razão’? Nenhuma imagem anunciou nada a respeito disso, nenhuma nos avisou; não ouvimos vocês dizerem nem uma só palavra.
27 Pois eu anunciei isso a Sião desde o começo, eu mandei um mensageiro espalhar essas boas notícias em Jerusalém.
28 Eu procuro os deuses, mas nenhum deles aparece; nenhum deles pode dar explicações ou responder às perguntas que faço.
29 Eles não são nada! Eles não podem fazer nada! Essas imagens são coisas sem vida e sem valor.”

Eu te acuso e te lanço tudo em face.


 Fala o Senhor, o Deus dos deuses, ele convoca a terra do nascer ao pôr-do-sol.
2 De Sião, beleza perfeita, Deus brilha,
3 chega o nosso Deus e não se calará. Diante dele há um fogo devorador, e ao seu redor, tempestade furiosa.
4 Chama do alto os céus e a terra, pois vai julgar seu povo:
5 “Congregai à minha frente meus fiéis, que celebraram comigo a aliança no sacrifício!”
6 E os céus anunciam a sua justiça, pois Deus vai julgar.
7 “Ouve, meu povo, deixa-me falar, Israel, vou testemunhar contra ti: Eu sou Deus, o teu Deus.
8 Não vou censurar-te por teus sacrifícios, pois teus holocaustos estão sempre à minha frente.
9 Não aceito bezerros de tua casa nem cabritos de teus rebanhos.
10 Pois são minhas todas as feras da floresta, e também os animais dos montes, aos milhares;
11 conheço todas as aves do céu e possuo tudo o que se move nos campos.
12 Se eu tivesse fome, não iria falar contigo, pois é meu todo o universo e o que nele existe.
13 Por acaso comerei carne de touros ou beberei sangue de cabritos?
14 Oferece a Deus o sacrifício de louvor e cumpre tuas promessas ao Altíssimo.
15 Invoca-me no dia da angústia, e eu te livrarei e tu me honrarás.”
16 Porém ao ímpio Deus diz: “Por que te preocupas em repetir meus preceitos e recitar minha aliança com a boca,
17 sendo que odeias a disciplina e desprezas minhas palavras?
18 Quando vês um ladrão, andas com ele, e tomas parte com os adúlteros.
19 Abres a boca para o mal, e tua língua trama a falsidade.
20 Sentado falas contra o teu irmão, cobres de calúnia o filho de tua mãe.
21 É isto que fizeste, e eu me calaria? Pensas que eu sou como tu? Eu te acuso e te lanço tudo em face.
22 Compreendei isto, vós que vos esqueceis de Deus! para que eu não vos castigue, sem que ninguém vos possa livrar!
23 Quem me oferece o sacrifício de louvor, me honra, e a quem caminha retamente farei experimentar a salvação de Deus”.

Deus é justo e poderoso

1 Eliú disse mais:
2 “Vocês que são sábios e instruídos, escutem o que vou dizer.
3 Assim como os ouvidos julgam o valor das palavras, e o paladar prova os alimentos, 4 assim nós agora vamos examinar o caso e resolvê-lo do jeito que nos parecer melhor.
Deus não é injusto com ninguém
5 “Jó está dizendo que é inocente e que Deus não quer lhe fazer justiça.
6 E pergunta: ‘Como é que eu poderia mentir, dizendo que estou errado? Sofro de uma doença que não tem cura, embora não tenha cometido nenhum pecado.’
7 “Neste mundo não há ninguém como Jó, para quem é tão fácil zombar de Deus como beber um copo de água.
8 Ele anda com homens maus e se ajunta com gente que não presta.
9 E diz assim: ‘Não adianta nada procurar agradar a Deus.’
10 “Agora, vocês que têm juízo, me escutem. Será que Deus faria alguma coisa errada?
Será que o Todo-Poderoso cometeria uma injustiça?
11 Ele nos paga de acordo com o que fazemos e dá a cada um o que merece.
12 Na verdade, o Deus Todo-Poderoso não faz o mal e não é injusto com ninguém.
13 Quem entregou o poder a Deus? Quem o fez governador do Universo?
14 Se Deus quisesse, poderia fazer voltar para si o fôlego, a respiração da gente; 15 então todas as pessoas morreriam juntas, no mesmo instante, e voltariam de novo para o pó.
Deus é justo e poderoso
16“Agora, Jó, se você é sábio, escute e preste atenção no que vou dizer.
17 Se Deus odiasse a justiça, não poderia governar o mundo. Será que você quer condenar aquele que é justo e poderoso?
18 Deus condena os reis e as autoridades quando são maus, quando não prestam.
19 Ele não mostra preferência pelas pessoas que estão no poder, nem favorece os ricos em prejuízo dos pobres, pois todos foram criados por ele.
20 A morte pode vir de repente, no meio da noite. A pessoa tem um ataque e morre.
Deus não precisa de ajuda para matar os poderosos.
21 Pois ele sabe tudo o que fazemos e vê todos os passos que damos.
22 Não existe nenhum lugar, por mais escuro que seja, onde um pecador possa se esconder de Deus.
23 Deus não precisa marcar um dia para que uma pessoa se apresente a fim de ser julgada por ele.
24 Ele não necessita de examinar a vida dos poderosos para acabar com eles e dar a outros o seu lugar.
25 Pois Deus conhece o que eles fazem; de noite ele os derruba e esmaga.
26 Em público, na frente de todos, Deus os castiga como se fossem criminosos 27 porque eles se afastaram dele e não quiseram obedecer a nenhum dos seus mandamentos.
28 Eles fizeram com que os gritos dos pobres e explorados subissem até Deus, e ele os escutou.
29 “Mas, se Deus se calar, ninguém poderá condená-lo. Se ele esconder o rosto, as pessoas e as nações ficarão sem defesa 30 e nada poderão fazer para evitar que homens maus as governem e explorem.
Você resolveu parar de praticar o mal?
31 “Jó, será que você já reconheceu diante de Deus que você sofreu por causa dos seus pecados
e que prometeu que não vai pecar mais?
32 Será que você pediu a Deus que lhe mostrasse as suas faltas e resolveu parar de praticar o mal?
33 Se você não aceita o que Deus faz, como espera que ele faça o que você quer?
Você é quem precisa responder, e não eu; diga-nos o que está pensando.
34 “As pessoas sábias e sensatas que me estão escutando certamente dirão assim:
35‘Jó não sabe o que está falando; o que ele diz não faz sentido.
36 É só examinar bem as suas palavras, e a gente vê que ele responde como um perverso.
37 Jó é pecador, um pecador rebelde. Na nossa presença, zomba de Deus e não para de falar contra ele.’ ”


Comentário:

Jó não tinha nada à responder quanto ao primeiro discurso de Eliú. Como deveríamos interpretar o silêncio de Jó? Ele ficou frustrado com Eliú...não valendo apena gastar seu fôlego com ele? Eu prefiro pensar que ele considerou a colocação Eliú como pendendo para o lado mais equilibrado, do que realmente ter ido “longe demais.” OBS:Após vencer um argumento, silenciando (freqüentemente alienando) nossos críticos, nós muitas vezes não acabamos percebendo, numa reflexão mais silenciosa, que falamos demasiadamente, ou apressadamente, exagerando assim a situação? Vamos trabalhar para domarmos nossa língua.
Agora, temos o segundo discurso de Eliú.
Note a repetição do apelo para ser ouvido nos versículos 2, 10, 16 e 34.
Note Eliú falando aos quatro, aos três e simplesmente a Jó.

I. Introdução, v. 1-4.
Falando aos quatro. Demonstra respeito aos anciãos.
- Nem todos que discordam de nós são tolos! Desejo de ser ouvido por ter uma contribuição significativa. Não era a autoimportância ou o ego inchado, mas uma responsabilidade recebida do Senhor, numa missão de Deus. Um desejo genuíno de que a verdade e a justiça prevaleçam.
- Devemos sempre procurar ajudar os dois lados.

II. Aonde Jó foi muito longe, v. 5-6, 9.
v. 5 (declaração feita em 27: 2 e 6)
v. 6 (declaração feita em 16: 16-17). Jó: “Eu deveria mentir e me incriminar falsamente!” Essa provação não veio por haver alguma transgressão em mim!”Verdade! Embora ele tenha sido mais zeloso ao se defender, do que assumir uma posição mais humilde e se submeter à providência de Deus.
v. 9 (declaração feita em 9: 22 e 24: 1). “Deus age de forma arbitrária (ex: mais por capricho do que por princípio). Ele não tem consideração nenhuma por nenhum homem.” Somos levados a pensar que é vão servir a Deus! Jó sabia que esta era a maneira como o ímpio pensava (21: 15), mas ele mesmo chega bem perto desse pensamento! OBS:Os santos são tentados a pensar assim, Salmo 73: 13-14.
Mesmo que ele não pensasse de maneira similar ao ímpio, ele tinha que admitir que isso poderia ser interpretado assim, e é por isso que Eliú tem o direito de chamar a sua atenção neste ponto.

III. Respondendo á Jó, v. 7-8, 10-33.
1. “Jó era muito rápido para falar. Ele estava determinado a falar mesmo às custas de Deus. Estas declarações eram equivalentes a zombar de Deus”, v. 7-8.
2. “Deus é justo”, v. 10-15.
v. 10 “Deus está longe do injusto. Se Ele fosse arbitrário em Seus tratos, isso seria injusto.”
v. 11 “Deus opera sob princípios de justiça, levando em conta Sua perspectiva eterna.”
v. 12 “Deus é justo em tudo que faz. Ele nunca é injusto com nenhum homem.”
v. 13 “Ele é absolutamente Soberano. Ele não responde a ninguém. Ninguém está acima dEle. Ninguém outorgou á Ele a autoridade de governar.”
v. 14 – 15. “Nossa vida está em Suas mãos. Se Ele está determinado a destruir um homem, Ele tem poder e direito para tanto. Tudo o que Ele tem a fazer, é nos fazer parar de respirar!”
- Se Deus exercesse justiça no sentido estrito, algum de nós continuaria a respirar?! Agradeça a Deus por satisfazer totalmente a Sua justiça ao castigar a Cristo em nosso lugar!
3. Dirigindo-se a Jó separadamente: “Porque Deus é justo e merece o máximo respeito”, v. 16-30.
v. 17 “Comparado com o perfeito amor da justiça de Deus, o melhor do amor do homem pela justiça, é odiá-la! Jó, você quer ser Deus? Você pensa que pode governar melhor do que Deus?
v. 18 – 22 “Você não falaria de um rei de forma tão descuidada quanto falou de Deus! Você não levantaria nenhuma dúvida sobre o caráter de um rei”. V. 19 “Deus merece um respeito ainda maior; Ele não faz acepção de pessoas; Ele fez os reis, ricos, pobres e etc.” (Jó tinha sido ambos, rico e pobre!) V. 20 “Estes reis estão a Sua disposição. Ele pode abater qualquer homem a qualquer momento, e ainda assim ser justo”. V. 21 “Deus é perfeito em conhecimento. Nada escapa dEle.”
v. 23 “Ninguém pode acusar Deus por ser tratado pior do que mereceria. Jó, Deus não errou com você!” Um conceito chave! OBS:Salmo 103: 10 - Não nos tratou segundo os nossos pecados, nem nos recompensou segundo as nossas iniqüidades. Qualquer homem que esteja fora do inferno pode dizer isso! (E o inferno em si mesmo não é mais do que merecemos.) Não importa quão dura seja a nossa provação, Deus sempre estará nos tratando melhor do que merecemos.
v. 24 - 28 “Ninguém é tão poderoso que poderá escapar de ter que tratar com a justiça de Deus”.
v. 29 – 30 “A vontade de Deus permanece. Não há mudanças nEle e nem em Seus decretos de propósitos. Ele governa da maneira que mais lhe agrada”. Henry: “A rejeição do mundo não deve perturbar aqueles a quem Deus acalma com Seu sorriso. ...O sorriso do mundo não pode acalmar aqueles a quem Deus rejeita.”

Objeção: Tudo isso soa muito semelhante ao que os três amigos falaram! “Não há nenhum conforto para Jó.”

Resposta: O silencio de Jó (e a exclusão de Eliú por Deus no cap. 42) indica que ele ouviu alguma coisa distinta por parte de Eliú. Henry: “Jó não somente suportou tudo isso pacientemente, como também o recebeu gentilmente, pois viu que as intenções de Eliú eram boas, embora seus outros amigos o tivessem acusado, sua consciência o absolvia. Eliú o acusava, com aquilo no qual, provavelmente, seu próprio coração, agora sob reflexão, começou a lhe pesar.” Green: “Na boca de Eliú era diferente. Não havia censura oculta, nem insinuações, distorções ou falsas conclusões.” Eliú simplesmente defendia a justiça de Deus, mostrando aonde Jó tinha insistido demasiadamente em sua inocência.

4. O que Jó deveria ter dito, v. 31-33.

v. 31 “Eu mereço tudo isso (e muito pior!). Eu mereço uma repreensão pela minha forma de falar inapropriada.”
v. 32 “Mostra-me os meus pecados ocultos! Este orgulho oculto que eu mesmo desconhecia e que deve ser desarraigado!” Outro versículo chave. Que contribuição de Eliú! OBS:Salmo 19: 12 - Quem pode entender os seus erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos. Um espírito humilde, pronto a se arrepender de qualquer erro é apropriado a todo pecador remido!
v. 33 “Deus deveria fazer a tua vontade, Jó? Não, Ele fará a dEle, que é a melhor, quer você goste ou não! E não eu [ex: não sou o seu juiz. Não pretendo ocupar o trono de Deus quanto ao seu caso. Ele fará aquilo que lhe agrada, e não o que agrada a você e a mim!].” OBS:Quando não puder entender a Providência, submeta-se a ela!Confie na sabedoria de Deus. Faça o melhor uso dela (como Jó fez em 1: 21; 2: 10, quando ele não pecou com seus lábios). Henry: “Se alguns são punidos, a mais ou a menos do que pensamos que deveriam, ao invés de questionarmos a Deus, nós deveríamos considerar tal fato como algo secreto e conhecido apenas de Deus.”
v. 33 b Outra oportunidade e convite para que Jó falasse.

IV. Encerrando as declarações, v. 34-37.

v. 34 – 35 “Qualquer um que queira corrigir o que eu estou dizendo, é bem-vindo. Não vou abandonar Jó tão facilmente.”
v. 36 “Eu quero que este caso seja resolvido e não fique cercado pela incerteza. Isso precisa ter um fim, até onde podemos chegar.”
v. 37 “Ele não pode ficar sem uma resposta, para que não venha a dizer coisas piores do que já o fez até aqui!... e caia no pecado de presunção.” (O propósito gracioso de Deus em enviar Eliú: Evitar que Jó caísse em um pecado mais sério, nesta fase de grandes tribulações, angústia, dor e doença.)

Resumo: “Deus tem um bom propósito. E Ele não tem que desvendar este propósito a nós” (Capítulo 33). “Mas Ele é, sem sombra de dúvidas, justo em tudo o que faz (Capítulo 34). (Deus não tem que revelar o desafio Satânico para Jó para que ele tire proveito de toda a prova!)

Observações adicionais:
- Não dê as pessoas a impressão de que a soberania de Deus significa que Ele pode tratar indevidamente com a impunidade. (Pois, nosso senso de certo e errado nem sempre é igual ao dEle!)...que a graça soberana é arbitrária...que Calvinismo é fatalismo! Deus é justo em tudo o que faz.

- Defenda Deus a todo custo! Green: “Se um conflito surge entre Deus e suas criaturas, a quem Ele não tem nenhuma tentação de ferir, nem qualquer intenção de prejudicá-los, a certeza inegável e absoluta é; que Ele está certo e eles errados, mesmo que não consigam enxergar isso.”

Daniel A. Chamberlin

sexta-feira, 20 de março de 2015

Que direito têm vocês de recitar as minhas leis e de falar a respeito da minha aliança?


Adoração e vida
1 Deus, o Senhor Deus, fala e chama todos os moradores do mundo, de um lado da terra ao outro.
2 Deus brilha lá de Jerusalém, a cidade de perfeita beleza.
3 O nosso Deus está chegando, porém não chega em silêncio. Um fogo destruidor vem na sua frente, e em volta dele há uma violenta tempestade.
4 Ele chama o céu e a terra como testemunhas para assistirem ao julgamento do seu povo.
5 Ele diz: “Reúnam aqueles que são fiéis a mim, aqueles que fizeram uma aliança comigo,
e, como sinal, ofereceram um sacrifício.”
6 Os céus anunciam que Deus é justo e que ele mesmo é quem vai julgar.
7 Deus diz: “Escute, meu povo, que eu vou falar; vou ser testemunha contra você, povo de Israel. Eu sou Deus, o seu Deus.
8 Não vou repreendê-los por causa dos sacrifícios e das ofertas que vocês sempre me trazem.
9 No entanto, eu não preciso dos touros das suas fazendas nem dos bodes dos seus rebanhos.
10 Pois os animais da floresta são meus e também os milhares de cabeças de gado espalhados nas montanhas.
11 São meus todos os pássaros dos montes e tudo o que vive nos campos.
12 “Se eu tivesse fome, não pediria nada a vocês, pois o mundo é meu e tudo o que nele há.
13 Por acaso, preciso comer carne de touros ou beber sangue de bodes?
14 Que a gratidão de vocês seja o sacrifício que oferecem a Deus, e que vocês deem ao Deus Altíssimo tudo aquilo que prometeram!
15 Se me chamarem no dia da aflição, eu os livrarei, e vocês me louvarão.”
16 Porém Deus diz aos maus: “Que direito têm vocês de recitar as minhas leis e de falar a respeito da minha aliança?
17 Vocês não querem que eu os corrija e não aceitam as minhas ordens.
18 Vocês ficam amigos de cada ladrão que encontram e andam com pessoas adúlteras.
19 Vocês estão sempre prontos para dizer coisas más e não pensam duas vezes antes de pregar mentiras.
20 Estão sempre acusando os seus irmãos e espalhando calúnias a respeito deles.
21 Vocês fizeram essas coisas, e eu fiquei calado; por isso, pensaram que eu era igual a vocês.
Porém agora vou repreendê-los; vou mostrar-lhes os seus erros.
22 “Vocês que esqueceram de mim, pensem bem nisso para que eu não os destrua, sem que ninguém possa salvá-los.
23 Aquele que me traz ofertas de gratidão está me honrando, e eu salvarei todos os que andam nos meus caminhos.”

Deus fala de várias maneiras


Darei a minha opinião com franqueza
1 “Por isso, Jó, escute as minhas palavras e preste atenção em tudo o que vou dizer.
2 Estou pronto para começar e vou falar o que penso.
3 Darei a minha opinião com franqueza; as minhas palavras serão sinceras, vindas do coração.
4 Pois foi o Espírito de Deus que me fez, e é o sopro do Todo-Poderoso que me dá vida.
5 “Responda-me, se for capaz; prepare-se para discutir comigo.
6 Para Deus você e eu somos iguais; eu também fui formado do barro.
7 Por isso, não tenha medo de mim; a minha intenção não é esmagar você.
Você disse que está inocente
8 “Creio que ouvi você dizer o seguinte:
9 ‘Não sou culpado; não fiz nada de errado. Estou inocente; não cometi nenhum pecado.
10 É Deus quem inventa motivos para me atacar; ele me trata como se eu fosse um inimigo.
11 Ele amarrou os meus pés com correntes e fica vigiando tudo o que eu faço.’
Deus fala de várias maneiras
12 “Mas eu lhe digo que você não tem razão, pois Deus é maior do que as criaturas humanas.
13 Por que você acusa Deus, afirmando que ele não dá atenção às nossas queixas?
14 Deus fala de várias maneiras, porém nós não lhe damos atenção.
15 De noite, na cama, quando dormimos um sono profundo, ele fala por meio de sonhos ou de visões.
16 Deus fala aos nossos ouvidos, e os seus avisos nos enchem de medo.
17 Ele fala com a gente para que deixemos de pecar e para que não nos tornemos orgulhosos.
18 Assim, ele nos livra da morte e não deixa que nos joguem na sepultura.
Deus o aceitará de novo
19 “Outras vezes, Deus castiga com doenças e com fortes dores que não passam.
20 O doente perde o apetite e não quer nem ver as comidas mais gostosas.
21 Ele emagrece, vai se acabando e no fim vira pele e osso.
22 Ele está às portas da morte; logo será levado para a sepultura.
23 “Pode ser que ele venha a ser socorrido por um anjo, um dos milhares de anjos de Deus, que ensinam a gente a fazer o que é certo.
24 O anjo terá pena dele e pedirá a Deus: ‘Solta-o! Ele não deve descer ao mundo dos mortos.
Aqui está o pagamento do seu resgate.’
25 Então ele terá saúde novamente, e o seu corpo será forte como era na juventude.
26 Quando orar, Deus o atenderá. Ele o adorará com alegria, e Deus o aceitará de novo como um homem direito.
27 Ele dirá a todos: ‘Pequei, cometi injustiças, mas Deus não me castigou.
28 Ele me salvou da morte; eu ainda posso ver a luz.’
29 “Deus faz tudo isso com a gente e faz várias vezes.
30 Ele não deixa que morramos, e assim continuamos a ser iluminados pela luz da vida.
31 “Agora, Jó, escute com atenção; fique calado, pois vou falar.
32 Se você tem alguma coisa a dizer, responda, pois eu gostaria de lhe dar razão.
33 Se não, fique calado e escute, que eu lhe ensinarei como ser sábio.”


Comentário:

Deus freqüentemente fala aos homens através do próprio homem. Não deveria ser uma surpresa para nós que Ele o fizesse assim aqui.

Eliú notou que ambos os lados cometeram erros neste debate. Embora o erro de Jó não fosse tão grande como o dos três amigos, Eliú concentra-se em Jó (v. 32). Ele quer ajudar Jó. Ao fazer isso, ele defende a retidão de Deus em Seu trato com Jó. Cap. 32 – Ele se dirige aos três. Cap. 33 – Ele se dirige à Jó.

Devido a sua juventude e inexperiência, Eliú novamente defende seu discurso, v. 1-7 (como fez no cap. 32: 6-22). Ele entende que possa parecer meio fora de lugar, mas não pode permanecer em silencio.

I. “Jó, eu preciso falar!” v. 1-7.

v. 1 -2 Respeitoso. “Eu sei que estou sendo ousado.” OBS:Aqueles que falam em nome de Deus tomam para si um trabalho solene.

v. 3 Sincero. “Estou falando a verdade, e falando-a claramente.” OBS:Oh, ser compreendido! Esta é a carga e desejo daquele que fala.

v. 4 Humilde. “Eu reconheço a minha dependência de Deus.” OBS:Um pregador orgulhoso é uma contradição. Não pode levar o crédito do comissionamento e nem da mensagem.

v. 5 Coragem Santa. Sinceramente desejoso de ser corrigido se convencido do seu erro.

v. 6 -7 “Sou aquilo que você estava esperando!” Verdade absoluta neste caso! Ver capítulo 9: 32-35. “Jó, não vim sobrecarregar, ameaçar ou condenar você. Sou simplesmente um homem igual a você, e estou aqui para ajudá-lo. Você vai concordar com aquilo que tenho a dizer!”

OBS:Henry: “Se queremos convencer um homem corretamente; devemos fazê-lo pela razão, não pelo terror; pelo argumento justo, e não por uma mão pesada.”

II. “Jó foi longe demais”. V. 8-11.

v. 8 “Eu ouvi com meus próprios ouvidos. Eu não sou como os outros três que dão tiros no escuro. Eu somente responderei àquilo que você mesmo falou”. Cuidado em não responder aos boatos. OBS:Declarações públicas exigem uma resposta pública.

v. 9 Não a uma simples declaração, mas a soma de muitas. Ex: 9: 17-22; 10: 7a; (compare Zofar em 11: 4) o desafio de 13: 19-23 (não fale aquilo que não pretende dizer!); 16: 17; 23: 11-12. (Sabemos que Jó não reivindicava a perfeição de não pecar, mas insistia tanto na sua integridade, que parecia que Deus era injusto ao afligi-lo).

v. 10 “Deus comprou uma briga”. Como em 9: 23, 30-31; 16: 11-14. Parte B de 13: 24; 19: 11; 30: 21.

v. 11 De 13; 27; 14: 16-17; 31: 4.

- Seja cuidadoso com a autocomiseração e a autodefesa. Tiago 3: 2, tropeçamos de diversas maneiras, especialmente em palavras.

III. A resposta de Eliú, v.12-30.

1. Deus é soberano. V. 12-13.

v. 12 Embora o conceito que Jó tinha de Deus fosse tão grande, ainda assim precisava crescer. OBS:Esta mesma verdade se aplica a nós. Nosso conceito de Deus nunca é grande o suficiente, pois Ele é infinito. Deus usa as aflições para ampliar a nossa visão a Seu respeito. Henry: “Temos o suficiente disso numa simples e inquestionável verdade, se devidamente aperfeiçoada, ou seja: deveríamos sempre nos silenciar e envergonhar de nossas queixas sobre Sua providência e exceções, quando Deus está tratando conosco.”

v. 13 “Deus não nos responde! Não somos Seus juízes. Qualquer coisa que Ele faça está sempre correto”. Esta breve resposta estabelece o assunto. Henry: “Ele não é levado a justificar seus procedimentos ou satisfazer nossas demandas e questionamentos, Seus julgamentos certamente irão justificar a si mesmos. Se não ficamos satisfeitos com isso, a falha é nossa”. O direito que Deus tem de fazer o que quiser conosco, é inquestionável, Romanos 9: 18-21.

2. Deus se comunica com o homem de diferentes formas.

1) V. 14-16- Diretamente, através da Sua Palavra...naqueles dias, antes da revelação escrita, via palavras faladas, visões e sonhos. (Talvez a consciência esteja em pauta aqui). “Deus faz isso de tempos em tempos!”

2) V. 19-22 – Indiretamente, através da providência, especialmente a dor e a doença física.

3) Deus tem propósitos de graça em Suas muitas maneiras de se comunicar.

v. 17 -18 Para nos impedir de pecar (nosso propósito); Ele checa o nosso orgulho. OBS:Como ficaríamos orgulhosos sem as aflições! Você tem idéia de quantos pecados deixamos de cometer por causa da Palavra de Deus e das aflições?!

v. 23 -26 Deus usa as enfermidades para o nosso bem! Ele freqüentemente envia um mensageiro ou alguém para explanar os Seus propósitos e fazer notório Seu perfeito propósito e eqüidade. V. 24-26 Ele nos rebaixa a fim de nos levantar. Primeira indicação de que Jó poderia ser restaurado apesar de tudo o que lhe ocorrera. “Jó, Ele está lhe fazendo um favor!” OBS:Sofrimento corporal é, na maioria da vezes, benéfico para a alma.OBS: Deus nos livra do pecado e da ruína de um modo que não notamos a primeira vista. (Note uma indicação da redenção! Cristo o Profeta e Sacerdote. Intercessor, Mediador e Aquele a quem a justiça é imputada. Oh! Que plano maravilhoso Deus tem!)

v. 27 -28 Deus está disposto, pronto e ansioso para receber a todos aqueles que são chamados! Ele é acessível. Quão manso e misericordioso Ele é! (OBS:O pecado é inútil, Romanos 6: 21, e quanto mais cedo nós o confessamos e abandonamos, mais cedo encontraremos a misericórdia de Deus para nos libertar!)

4. Resumo: v. 29-30. “Deus trata com Seu povo o tempo todo desta maneira! Seus métodos repetitivos: A Palavra e as Providências, ministrando para que os dois caminhem juntos. Essa é a maneira como Ele nos protege e preserva.” “Jó, se você soubesse todo o bem que Deus tem feito até aqui, você não pensaria nEle como se fosse um inimigo seu! – Você agradeceria a Ele por não permitir um fim pior.”

- Reconheça a justiça de Deus em todas as Suas providências dolorosas. Salmo 119: 75: Bem sei eu, ó SENHOR, que os teus juízos são justos, e que segundo a tua fidelidade me afligiste. Se falharmos em enxergar isso, falharemos em tirar proveito das nossas experiências.

- Precisamos de constante disciplina a fim de evitarmos o pecado, crescermos em santidade, pensarmos mais nas coisas que são de cima e conhecermos melhor a Deus. Salmo 119: 71: Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. Salmo 94: 12: Bem-aventurado é o homem a quem tu castigas, ó SENHOR, e a quem ensinas a tua lei.

- Certifique-se de que as aflições de Deus estejam produzindo um bom efeito em você. O mesmo sol que endurece o barro, derrete a cera. Veja esta ilustração em Thomas página 262: A esposa de um missionário que trabalhava no Paquistão, foi grandemente provada pela morte de seu bebê de apenas seis meses de vida. Uma velha senhora Punjabi disse a ela: “Uma tragédia dessas é como ser lançada num caldeirão de água fervente. Se você for um ovo, isso o endurecerá. Se você for uma batata, ficará macio, flexível, maleável e adaptável.” A esposa do missionário começou a orar, a partir de então, de maneira até um tanto “engraçada”, pois dizia: “Senhor, faça de mim uma batata!”

- Jó terminaria honrando a Deus de maneira que nunca fizera antes...ex: orando por seus amigos.

- Não precisamos ser desafiados particularmente por Satanás a fim de tirarmos proveito das aflições. (Talvez, isso nunca tenha sido revelado à Jó).

Quaisquer que sejam os planos de Satanás nas provações, os de Deus são sempre os melhores!

IV. Pausa: “Sua vez” v. 31-33.

“Jó, eu estou do seu lado! Estou aqui para ajudar, não para te condenar. Você pode rebater o que falei?”

- Vamos nos certificar de que nossas repreensões se originam de um coração desejoso em ajudar uma alma a se recuperar, e não meramente se ufanar em mostrar o quão certo nós mesmos somos!

O silencio de Jó fala por si mesmo, provando que a perspectiva de Eliú é muito diferente da perspectiva dos outros três. (Quem ousaria dizer que ele não acrescentou nada a discussão?!) Eliú acrescentou muito. Os três amigos puderam apenas defender a Deus acusando a Jó – “Aflição é julgamento”. Jó podia apenas defender a Deus dizendo: “Deus aflige o justo e o injusto (9: 22)”. Mas Eliú defende Deus dizendo: “As aflições são para o seu bem! Elas são uma prova da graça e misericórdia de Deus. Jó seria edificado, santificado e seu ouro ficaria mais refinado do que antes! O método que Deus emprega em cada caso, é de acordo com Sua soberana vontade. Ele sabe o que é melhor! Sendo assim, Deus é justo e Sua justiça vai se tornando mais evidente o tempo todo; Jó é um homem íntegro, cuja integridade está crescendo o tempo todo."

Daniel A. Chamberlin