quinta-feira, 17 de julho de 2014
Cantinho do Flavio - Ame, aceite e transforme
Não espere do outro nada além do que é. Aceite. Não tente muda-lo, não pense que é algo pessoal, simplesmente aceite.
Se houver algo que precisa ser melhorado, se houver alguma percepção a ser acrescentada ou alguma mudança importante a realizar, ela virá a partir da sua calma, da sua sabedoria, do seu silêncio interior, da harmonia que deve partir de você até irradiar o ambiente. Isso promoverá entendimento que equilibrará ou, se for o caso, irá gerar rupturas muitas vezes necessárias.
Até para interromper um caminho em comum é preciso paz. Mesmo se a separação for inevitável, que seja feito em consciência.
Um dos maiores desastres vividos nas relações nasce quando um tenta mudar o outro a força, aos berros, chantageando emocionalmente, portanto, não tente. Mude a si mesmo, pacifique-se apesar dos pesares, enxergue-se e a paz será seu árbitro, iluminara seu caminho, tudo clareará.
Esse “outro” a que me refiro pode ser uma pessoa ou quem sabe um “corpo estranho” na existência, um problema, uma dor, uma inquietude constante.
Ao aceitar o outro como é, simplesmente ame. Ame reconhecendo-o, ame aceitando-o, ame.
Agora, preste atenção: Não estou dizendo que você deve se submeter a situações degradantes, que deve aceitar o que te faz mal, deve simplesmente não fazer nada como se não pudesse interferir nas relações e nas dinâmicas da vida. Não é isso! Mas o que quer que faça, faça em consciência, como furto de um coração em paz, não o contrário, por inconsciência e inquietude.
Entenda, há uma diferença significativa: O que estou dizendo é que antes de qualquer coisa você deve enxergar o outro, aceita-lo, ama-lo, para finalmente ter clareza. Aceitar para modificar e prosseguir na caminhada, ou aceitar para ir embora em paz, sabendo que fez a coisa certa.
Entre tantas coisas que você pode fazer, aceitar é o primeiro passo, amar o mais poderoso, independente da direção que escolha depois. Quem ama entende quando chega a hora de ser firme, de dizer não, de tomar atitudes mais pontuais.
O que estraga uma relação não é o fato do outro ser diferente de nós, afinal, quem é exatamente igual? O que estraga é o fato de que, mesmo bem intencionados, não aceitarmos os prazos, ritmos e processos do outro, tentando imprimir na relação uma percepção única – a nossa – e, seja diretamente ou não, cobrando do outro aquilo que ele ainda não tem, nem é, e talvez nunca será.
Enfrentamentos, gritarias, mágoas e oposições viscerais não costumam promover mudanças. É assim com o próximo, é assim com a vida. Reflita sobre isso e tenha um dia em paz !
Flavio Siqueira
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