Diga a eles: Assim diz o Senhor: Quando os homens caem, não se levantam mais? Quando alguém se desvia do caminho, não retorna a ele?
5 Por que será, então, que este povo se desviou? Por que Jerusalém persiste em desviar-se? Eles apegam-se ao engano e recusam-se a voltar.
6 Eu ouvi com atenção, mas eles não dizem o que é certo. Ninguém se arrepende de sua maldade e diz: “O que foi que eu fiz?”Cada um se desvia e segue seu próprio curso, como um cavalo que se lança com ímpeto na batalha.
7 Até a cegonha no céu conhece as estações que lhe estão determinadas, e a pomba, a andorinha e o tordo observam a época de sua migração. Mas o meu povo não conhece as exigências do Senhor.
8 Como vocês podem dizer: “Somos sábios, pois temos a lei do Senhor”, quando na verdade a pena mentirosa dos escribas a transformou em mentira?
9 Os sábios serão envergonhados; ficarão amedrontados e serão pegos na armadilha. Visto que rejeitaram a palavra do Senhor, que sabedoria é essa que eles têm?
10 Por isso, entregarei as suas mulheres a outros homens, e darei os seus campos a outros proprietários. Desde o menor até o maior, todos são gananciosos; tanto os sacerdotes como os profetas, todos praticam a falsidade.
11 Eles tratam da ferida do meu povo como se ela não fosse grave. “Paz, paz”, dizem, quando não há paz alguma.
12 Ficaram eles envergonhados de sua conduta detestável? Não, eles não sentem vergonha, nem mesmo sabem corar. Portanto, cairão entre os que caem; serão humilhados quando eu os castigar, declara o Senhor.
13 “Eu quis recolher a colheita deles”, declara o Senhor. “Mas não há uvas na videira nem figos na figueira; as folhas estão secas. O que lhes dei será tomado deles.”
14 Por que estamos sentados aqui? Reúnam-se! Fujamos para as cidades fortificada se pereçamos ali! Pois o Senhor, o nosso Deus, condenou-nos a perecer e nos deu água envenenada para beber, porque temos pecado contra ele.
15 Esperávamos a paz, mas não veio bem algum; esperávamos um tempo de cura, mas há somente terror.
16 O resfolegar dos seus cavalos pode-se ouvir desde Dã; ao relinchar dos seus garanhões a terra toda treme. Vieram para devorar esta terra e tudo o que nela existe, a cidade e todos os que nela habitam.
17 “Vejam, estou enviando contra vocês serpentes venenosas, que ninguém consegue encantar; elas morderão vocês, e não haverá remédio”, diz o Senhor.
18 A tristeza tomou conta de mim; o meu coração desfalece.
19 Ouça o grito de socorro da minha filha, do meu povo, grito que se estende por toda esta terra: “O Senhor não está em Sião? Não se acha mais ali o seu rei?” “Por que eles me provocaram à ira com os seus ídolos, com os seus inúteis deuses estrangeiros?”
20 Passou a época da colheita, acabou o verão, e não estamos salvos.
21 Estou arrasado com a devastação sofrida pelo meu povo. Choro muito, e o pavor se apodera de mim.
22 Não há bálsamo em Gileade? Não há médico? Por que será, então, que não há sinal de cura para a ferida do meu povo?
Capitulo 9
1 Ah, se a minha cabeça fosse uma fonte de água e os meus olhos um manancial de lágrimas! Eu choraria noite e dia pelos mortos do meu povo.
2 Ah, se houvesse um alojamento para mim no deserto, para que eu pudesse deixar o meu povoe afastar-me dele. São todos adúlteros, um bando de traidores!
3 “A língua deles é como um arco pronto para atirar. É a falsidade, não a verdade, que prevalece nesta terra. [25]Eles vão de um crime a outro; eles não me reconhecem”, declara o Senhor.
[25] Ou um arco que atira a mentira; não é pela verdade que prevalecem na terra.
4 Cuidado com os seus amigos, não confie em seus parentes. Porque cada parente é um enganador[26], e cada amigo um caluniador.
[26] Ou um Jacó enganador
5 Amigo engana amigo, ninguém fala a verdade. Eles treinaram a língua para mentir; e, sendo perversos, eles se cansam demais para se converterem. [27]
[27] Ou eles se cansam de tanto pecar.
6 De opressão em opressão, de engano em engano, eles se recusam a reconhecer-me, declara o Senhor.
7 Portanto, assim diz o Senhor dos Exércitos: Vejam, sou eu que vou refiná-los e prová-los. Que mais posso eu fazer pelo meu povo?
8 A língua deles é uma flecha mortal; eles falam traiçoeiramente. Cada um mostra-se cordial com o seu próximo, mas no íntimo lhe prepara uma armadilha.
9 Deixarei eu de castigá-los?”, pergunta o Senhor. “Não me vingarei de uma nação como essa?”
10 Chorarei, prantearei e me lamentarei pelos montes por causa das pastagens da estepe; pois estão abandonada se ninguém mais as percorre. Não se ouve o mugir do gado; tanto as aves como os animais fugiram.
11 “Farei de Jerusalém um amontoado de ruínas, uma habitação de chacais. Devastarei as cidades de Judá até não restar nenhum morador.”