sábado, 27 de setembro de 2014

Mais que ir a Igreja é preciso ser Igreja


O que vem a ser templo? Diante um mundo pós-moderno repleto de relativismo onde o que é pode não ser e o que parece não ser pode ser, corremos o risco de pensar estar indo a um lugar e encontrar outro. Como alguém que sempre esteve em contato com um açougue e como que pela força do hábito chega ao rotineiro local para pedir um quilo de carne e só encontra peixe. Mas aqui sempre fora um açougue? Pergunta o cliente. Tem placa de açougue, jeito de açougue, açougueiros, mas, agora, o que encontro para consumo é peixe? De imediato responde o dono do estabelecimento. O nome é açougue, porém a partir de hoje só estaremos vendendo peixe, entende?
O relativismo tem encontrado um solo fértil em nossa sociedade fazendo com que conceitos indiscutivelmente firmados percam a sua robustez adquiridas por anos em detrimento ao relativo que se apodera de uma verdade particular de cada um de nós. O rompimento com o passado em detrimento a um presente livre de preconceitos que na visão de muitos não tem problema algum trocar açougue por peixaria, sem perder o nome de açougue, quebrando o estigma de que açougueiro vestido de açougueiro, dentro de um açougue pode sem problema algum vender peixe sem ser chamado de peixeiro, mantendo o rótulo de açougueiro, mesmo vendendo peixe, sem trocar a placa de açougue por peixaria, pois na sua visão vender peixe em lugar de carne dentro de um açougue faz com que o açougue não necessariamente seja uma peixaria, continua sendo um açougue.
Grande tem sido o apelo ao relativo em inúmeras questões. Ao olhar uma mulher ou um homem, diante o relativo, pode ser que o homem não seja homem, ou a mulher não seja mulher, ou que o pai seja mãe, ou a mãe pai e, com isto, novos padrões de famílias relativas se formem dentro de conceitos que outrora eram considerados improváveis.
Torna-se preciso ter certeza e convicção de quem nós somos. Somos aquilo o que somos ou aquilo o que o relativo diz que somos? Na verdade, se tudo é relativo, até o relativo deixa de ser relativo, criando em si um absoluto por afirmar que tudo é relativo. Diante esta constatação faz-se necessária uma análise a partir de algo que possamos confiar, pois se um mesmo objeto sendo fruto de diferentes verdades, nunca chegará a uma conclusão de senso comum, mas a uma verdade pluralizada.
Ao fazer parte de uma igreja, precisamos saber se estamos trocando os propósitos do ambiente eclesiástico sem remover a placa da fachada escrita igreja. Tem sido muito comum entrar em igrejas e não encontrar aquilo o que estamos procurando. Assim como narramos a pouco, pensando encontrar carne no açougue, encontramos peixe. Estaria a igreja em sua grande maioria relativizando suas funções? Aquela que fora chamada para iluminar e temperar agora estaria preocupada com outros assuntos? O que procuramos quando vamos a igreja? O que encontramos quando vamos a igreja? Igreja não é clube. Igreja não é discoteca. Igreja não é casa de investimentos. Igreja não é objeto de enriquecimento. Igreja não é lugar de comércio. Igreja é casa de Oração!!! Adoração coletiva. Lugar onde Deus fala e nós escutamos. Lugar onde encontramos afeto, carinho, amor, paz, alegria, cura e salvação. Diante a imperativa e concluída restauração do templo que agora não mais pode ser construído por mãos humanas [Marcos 14:58], antes de ir ao templo, e esperar que o templo seja templo, precisamos ser templo. É tempo de viver como templo, para que o ajuntamento dos muitos templos seja verdadeiramente reconhecido como lugar de oração, adoração e proclamação coletiva de que só o Senhor é Deus. Que em tempo de pós modernidade a igreja continue sendo igreja. Que não encontremos peixe no lugar que se espera encontrar carne. Que possamos encontrar nas mais diversas igrejas espalhadas sobre a face da terra, aquilo o que estamos buscando, Jesus Cristo o nosso Senhor e Salvador.

Luiz Carlos Gomes

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