Dentro dos carros parados em congestionamentos cada vez maiores, há
rostos cansados. Resignados com a vida difícil das grandes cidades,
milhares de pessoas não veem solução, não apenas para o problema do
trânsito difícil, mas também para a roda de ramster que se meteram.
Trabalham porque precisam. As contas não cessam, o consumo também
não. Enquanto despendemos a maior parte de nossa energia nos desgastes
do dia a dia, somos bombardeados com mensagens de alívio e conforto
atreladas ao consumo. Acreditamos nisso, compramos mais sem perceber que
depois teremos que pagar em “suaves” prestações. E a roda não para.
O fato é que existe um condicionamento social, tão poderoso, tão
enraizado em nosso estilo de vida, que não percebemos que aceitamos ser
escravos pensando que somos livres. Escravos felizes.
Acreditamos nas mensagens de que é preciso ter mais, lutamos para
isso crendo que é preciso “evoluir” ainda que essa evolução implique em
distanciamento de gente querida, cansaço, perda de paciência, de
energia, de humor, de vida.
Deixamos de ver, zumbis com Smartfones nas mãos, expostos a estímulos sem fim, conectados na web, desconectados de si mesmos.
Tenho falado há um tempo que nossa distração é atualmente a maior
ferramenta de condicionamento. Todo mundo faz, todo mundo é, todo mundo
acredita, todo mundo quer, então, por que não? E então deixamos de ver,
de pensar, de existir, de ser.
Olha, sinceramente, não quero aqui propor nenhuma ruptura radical,
nem dizer que você deve ir morar em uma ilha, nem se isolar da
sociedade. Não acredito nisso. Mas acredito no poder de ver. Sim, na
linda capacidade humana de prestar atenção, refletir sobre suas
motivações e pseudo necessidades.
Talvez pareça bobagem para você mas acredito que o maior antídoto
contra nosso estilo de vida é simplesmente prestar atenção. Só isso.
Veja como corre, veja como sofre, veja como todos seguem no mesmo
ritmo. Veja a vida a sua volta, veja a vida dentro, preste atenção na
maravilha que é existir, respirar, sentir, pensar, amar !
Não viva no piloto automático, não seja um zumbi. É o principio de
toda mudança, a porta de percepção que permitirá a entrada de luz,
ajudará a sair da caverna, deixará tudo mais claro.
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