terça-feira, 14 de outubro de 2014

O fantasma da culpa


“Tem gente que parece ter o poder de me tirar do sério. Me acusam pelos erros do passado como se eu os renovasse todos os dias. Isso me angústia muito!”
Essa é um situação bem frequente. Alguém comete um ou mais erros no passado e aquilo vira um eterno fantasma, uma sombra que o acompanhará por muito tempo.
Em primeiro lugar, quem de nós jamais cometeu erros? O que nos diferencia não é o fato de comete-los ou não, mas nossa capacidade de enxergá-los, reconhece-los e superá-los. Quando identifico algo que não deveria ter feito cabe exclusivamente a mim aprender, modificar, e, sobretudo, me perdoar.
Isso porque ninguém tem o poder de te “tirar do sério”, mantendo sobre o sequestro psicológico da acusação, como se por conta de um erro do passado precisasse ser punido eternamente com a lembrança do que já foi. Isso só acontece enquanto permito. O dedo apontado, o argumento hostil, o peso de uma acusação só nos achata se for absorvido pela via da culpa.
É como se eu aceitasse o “castigo eterno” por inconscientemente acreditar que mereço, afinal, “como fui mau! que venha o carrasco, eu devo apanhar!”. Essa energia alimenta o “acusador” que por sua vez ganha poder, se sente mais forte.
Sei que às vezes a gente pisa na bola, que nem sempre agimos com coerência, há erros graves que interferem na vida de outras pessoas, que deixa sequelas. Talvez sua culpa esteja ligada à uma sucessão de enganos, de escolhas erradas, talvez seja a sensação de ter arruinado um passado inteiro, mesmo assim, você tem consciência disso hoje? Está claro que os erros do passado ficaram lá? Já reconheceu e de alguma maneira tentou se desculpar (caso seja possível) com quem foi prejudicado com possíveis erros seus? Então, só falta perdoar a si mesmo.
Não há necessidade de punição eterna, de alimentar uma culpa incessante, de permitir que quem quer que seja lhe domine pela via da acusação. Se você deixar o erro aonde ele ficou, no passado, se aceitar que de fato é uma pessoa diferente, pacificará consigo mesmo e sua paz será impenetrável por qualquer acusação.
Pacifique-se, todos erramos, somos humanos, estamos aprendendo. O que nos diferencia é a capacidade de abrir mão dos excessos que nos “deformam”, deixar para trás e seguirmos nosso caminho. Se alguém quiser permanecer no passado, paciência, mas não permita que te segurem por lá.
Perdoar-se é necessário.

Flavio Siqueira

É assim que deve ser.... se a mudança de fato aconteceu, corrigiu o erro, o passado deve ser deixado para trás,  o verdadeiro perdão para te trazer a paz tem que partir de você mesmo....
É... o Flavio me encanta com os seus textos.... com a sua alma.... com a sua luz... 

Rosa

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