Tudo fará sentido se projetarmos sentido.
Não são as coisas que tem ou deixam de ter. Acontecimentos são apenas acontecimentos, movimentos históricos aqui ou ali, não carregam nenhum sentido intrinsecamente. Tentar enxergá-los sem conectá-los ao que sou é dar voltas, especular, mas não sair do lugar.
É como tentar ligar um eletrodoméstico sem usar a tomada. O aparelho existe, ele está lá, assim como o acontecimento, mas só funcionará se conectado na energia. Nesse caso, a energia somos nós.
O que estou querendo dizer é que, mesmo em acontecimentos coletivos, uma tragedia, um movimento da história que atinge simultaneamente muita gente, não produzirá o mesmo impacto em cada individuo. Cada um interpretará conforme si mesmo, extraindo de suas experiências, suas crenças, sua abrangência ou limites de olhar, seus conceitos ou preconceitos, significados próprios que farão todo sentido.
O sentido que damos revela o que somos, nos vemos nos acontecimentos, somos os acontecimentos, ainda que sejam independentes de nossas vontades, mesmo que aparentem aleatoriedade, nos surpreendam e aconteçam contra nossa vontade.
Quanto mais nos enxergamos, mais “sentido” vemos porque tudo se vincula. Para compreender o “sentido da vida e das pessoas”, tente compreender a si mesmo.
Antes de respostas mágicas, teorias maravilhosas, antes de tentar decifrar todos os códigos, enxergue-se e verá que absolutamente tudo o que acontece lá fora encontra correspondência em algum ponto de sua interioridade, eventos fora refletindo dentro, acontecimentos dentro que se projetam fora, tudo em uma sintonia incrível, movimentos de vida que nos vincula e nos habilita para sermos protagonistas de nossas próprias escolhas.
Enxergue-se, pacifique-se contigo mesmo, tudo ficará mais claro.
Flavio Siqueira
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