sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Lindo Testemunho...



Abrir mão de alguém ou de coisas que amamos, é uma arte de difícil resolução…
Haja coração, disposição, desprendimento e um desejo enorme de parar de sofrer, por tudo aquilo que não nos pertence, por direito… Amamos, porque desejamos; nos entregamos, porque somos carentes;  convivemos, porque o prazer que sentimos na convivência é tão gratificante que gera vida, para o nosso coração…

Convivi por tantos anos e de uma forma tão linda com algumas pessoas que, deixá-las, me custou dor intensa! Foi muito difícil encarar a distância, mas precisei entender que o cansaço de tantas lutas e pesar, eram o bastante, para abrir mão.

Aprendi a amar e ali me derramar… Entendi, lentamente, que aquelas pessoas que formavam aquela família não me pertenciam enquanto instituição… Talvez, tenha sido a minha mais dura tomada de decisão… Ela me custou muitas noites insones, muita dor física, uma enorme sensação de pouco valer…

Sem nenhuma justificativa fui me distanciando e para cada  membro dela,  surgiu uma interrogação, para o porquê de não me verem mais…  Determinada na  postura, abri meu leque de afetividade, para novas amizades e novos alvos de bem querer… Cada um deles, no entanto,  tem um peso de saudade e lamento em meu coração! Jamais me esquecerei de nossas vivências, do quanto fui amada por eles e o quanto eu ainda os amo, apesar de não tê-los mais entre o meu grupo de convívio!!!

Quis registrar este fato, porque vi hoje, um anúncio e convite, para uma daquelas festas que aguardava, no passado,  ansiosamente!!! Não sofri, apenas me alegrei pelo motivo pelo qual ela vai acontecer!    Pude me lembrar dum passado e de  quanto já sofri e me angustiei ao sabê-los reunidos, sem mim…

Hoje, me alegro, por saber que tudo passa! Sinto saudade, mas não necessito mais me impor! Abriram espaço para que outros ocupassem o nosso lugar – dos meus filhos e o meu!  Ainda dói, mentiria se dissesse o contrário, mas o amor de Deus me curou  e retirou de mim, o desejo de estar presente…

A difícil arte de abrir mão de pessoas e coisas que tanto amamos,  traz para cada um de nós,  a deliciosa sensação de que toda tribulação produz um peso de glória e experiência que nada e nem ninguém poderia nos oferecer.

Continuarei a lembrar nossos encontros, sem que, com isso, necessite estar em suas reuniões familiares. Demorei a entender uma série de coisas, com as quais jamais, concordarei!  Creio que não se troca o que deveria ser duradouro, pelo que é efêmero e vive, em variante… Porém, não devemos nós, determinar ou  ensinar aos outros, o que nos fere, porque existem coisas que são sagradas e, para sempre!

Precisamos aprender a nos retirar, para não causar constrangimentos. Quando amamos, só desejamos o bem dos amados e eu precisei de um tempo, para assimilar e acomodar, dentro de mim, que aquele lugar, não era mais meu…

Regina Santana

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