Abrir mão de alguém ou de coisas que amamos, é uma arte de difícil resolução…
Haja coração, disposição, desprendimento e um desejo enorme de parar de sofrer, por tudo aquilo que não nos pertence, por direito… Amamos, porque desejamos; nos entregamos, porque somos carentes; convivemos, porque o prazer que sentimos na convivência é tão gratificante que gera vida, para o nosso coração…
Convivi por tantos anos e de uma forma tão linda com algumas pessoas que, deixá-las, me custou dor intensa! Foi muito difícil encarar a distância, mas precisei entender que o cansaço de tantas lutas e pesar, eram o bastante, para abrir mão.
Aprendi a amar e ali me derramar… Entendi, lentamente, que aquelas pessoas que formavam aquela família não me pertenciam enquanto instituição… Talvez, tenha sido a minha mais dura tomada de decisão… Ela me custou muitas noites insones, muita dor física, uma enorme sensação de pouco valer…
Sem nenhuma justificativa fui me distanciando e para cada membro dela, surgiu uma interrogação, para o porquê de não me verem mais… Determinada na postura, abri meu leque de afetividade, para novas amizades e novos alvos de bem querer… Cada um deles, no entanto, tem um peso de saudade e lamento em meu coração! Jamais me esquecerei de nossas vivências, do quanto fui amada por eles e o quanto eu ainda os amo, apesar de não tê-los mais entre o meu grupo de convívio!!!
Quis registrar este fato, porque vi hoje, um anúncio e convite, para uma daquelas festas que aguardava, no passado, ansiosamente!!! Não sofri, apenas me alegrei pelo motivo pelo qual ela vai acontecer! Pude me lembrar dum passado e de quanto já sofri e me angustiei ao sabê-los reunidos, sem mim…
Hoje, me alegro, por saber que tudo passa! Sinto saudade, mas não necessito mais me impor! Abriram espaço para que outros ocupassem o nosso lugar – dos meus filhos e o meu! Ainda dói, mentiria se dissesse o contrário, mas o amor de Deus me curou e retirou de mim, o desejo de estar presente…
A difícil arte de abrir mão de pessoas e coisas que tanto amamos, traz para cada um de nós, a deliciosa sensação de que toda tribulação produz um peso de glória e experiência que nada e nem ninguém poderia nos oferecer.
Continuarei a lembrar nossos encontros, sem que, com isso, necessite estar em suas reuniões familiares. Demorei a entender uma série de coisas, com as quais jamais, concordarei! Creio que não se troca o que deveria ser duradouro, pelo que é efêmero e vive, em variante… Porém, não devemos nós, determinar ou ensinar aos outros, o que nos fere, porque existem coisas que são sagradas e, para sempre!
Precisamos aprender a nos retirar, para não causar constrangimentos. Quando amamos, só desejamos o bem dos amados e eu precisei de um tempo, para assimilar e acomodar, dentro de mim, que aquele lugar, não era mais meu…
Regina Santana
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