FORJADORES DE MENTIRAS
1 Tudo isto meus olhos viram e meus ouvidos ouviram, e compreendi tudo.
2 O que vós sabeis, também eu sei: não sou inferior a vós.
3 Contudo, quero falar ao Poderoso, com o próprio Deus quero disputar.
4 Quanto a vós, mostrarei que sois forjadores de mentira, todos vós sois curandeiros de nada.
5 Oxalá ao menos vos calásseis, para que isto vos fosse creditado como Sabedoria.
6 Ouvi, pois, a minha defesa e atentai para os argumentos de meus lábios.
7 Acaso é para defender a Deus que mentis, e em seu favor apresentais enganos?
8 Acaso tomais o seu partido e quereis defender em juízo a causa de Deus?
9 Não seria bom que ele vos examinasse? Ireis zombar dele, como se zomba de qualquer um?
10 Ele mesmo vos repreenderá, porque, às escondidas, sois parciais.
11 A majestade dele não vos perturbará e não cairá sobre vós o seu terror?
12 Vossas máximas são como provérbios de cinza, couraças de barro, as vossas couraças!
13 JÓ ARRISCA TUDO
Calai-vos um pouco, para que agora eu fale e venha sobre mim o que vier.
14 Por que eu morderia minha carne com os dentes e poria minha vida em minhas mãos?
15 Ainda que fosse matar-me, eu nele esperaria; apesar de tudo, na sua presença defende rei minha conduta.
16 Isto já seria a minha salvação, pois nenhum ímpio comparece diante dele.
17 Escutai, pois, minhas palavras, ouvi com vossos ouvidos o que vou expor.
18 Preparei meu julgamento, e sei que vou ser declarado inocente.
19 Quem é que vai disputar comigo? Só depois me calarei, e morrerei!
20 Apenas duas coisas não me faças, ó Deus, e então não me esconderei da tua presença:
21 afasta de mim a tua mão, e não me amedronte o teu terror.
22 Interpela-me, e eu te responderei, ou deixa-me falar, e tu me responderás.
23 São tão grandes assim minhas iniqüidades e meus pecados? Mostra-me os meus crimes e delitos!
24 Por que escondes tua face e me consideras teu inimigo?
25 Ages duramente contra uma folha que é levada pelo vento, e persegues uma palha ressequida.
26 Pois proferes contra mim sentenças amargas e me obrigas a assumir os pecados de minha juventude.
27 Prendeste meus pés ao cepo, vigiaste todos os meus caminhos e examinaste até minhas pegadas,
Comentário:
Jó atinge o limite mais elevado da sua fé e da sua confiança em Deus ao afirmar: “Ainda que ele me mate nele confiarei” (13:15). Que é como quem diz: mesmo depois de morto, continuarei a confiar. A fé de Jó é elevada até ao limite da eternidade. Lembra-nos os três jovens que, ao serem ameaçados de morte caso não adorassem a estátua de ouro, responderam que Deus os livraria, mas mesmo que não livrasse, a sua decisão era inalterável. (Daniel 3:16-18). Que exemplo! A fé não pode ser negociada.
Jó expressa frontalmente a sua irritação e desilusão em relação aos amigos: “Vós, porém, sois inventores de mentiras e todos vós, médicos que não valem nada. Tomara que vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria” (13:4-5).
Ludgero Coelho
Jó expressa frontalmente a sua irritação e desilusão em relação aos amigos: “Vós, porém, sois inventores de mentiras e todos vós, médicos que não valem nada. Tomara que vos calásseis de todo, que isso seria a vossa sabedoria” (13:4-5).
Ludgero Coelho
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