segunda-feira, 23 de março de 2015

Mas Deus nos ensina por meio do sofrimento e usa a aflição para abrir os nossos olhos.


Quarta fala de Eliú
1 Eliú continuou a falar. Ele disse:
2 “Jó, tenha um pouco mais de paciência, pois ainda vou lhe mostrar que tenho outras coisas a dizer a favor de Deus.
3 Usarei os meus profundos conhecimentos para mostrar que Deus, o meu Criador, é justo.
4 Tudo o que vou dizer é verdade; quem está falando com você é realmente um sábio.
Deus protege e Deus castiga
5“Como Deus é poderoso! Ele não despreza ninguém. Deus sabe todas as coisas.
6 Ele não deixa que os maus continuem vivendo e sempre trata os pobres com justiça.
7 Deus protege os homens corretos, deixa que eles governem como reis e assim tenham uma alta posição para sempre.
8 Mas, se alguns são presos com correntes ou são amarrados com as cordas dos sofrimentos, 9 então Deus lhes mostra que isso é por causa do que fizeram, que é o castigo pelos seus pecados e pelo seu orgulho.
10 Deus faz com que escutem os seus avisos e manda que abandonem o pecado.
11 Se obedecem a Deus e o adoram, então têm paz e prosperidade até o fim da vida.
12 Mas, se não se importam com Deus, então morrem na ignorância, atravessam o rio e entram no mundo dos mortos.
13 “Aqueles que têm um coração perverso guardam raiva e, mesmo quando são castigados, não clamam pedindo socorro.
14 Desonram o seu corpo entre si e morrem em plena mocidade.
15 Mas Deus nos ensina por meio do sofrimento e usa a aflição para abrir os nossos olhos.
Você está sofrendo por causa da sua maldade
16 “Jó, Deus o livrou dos perigos e o deixou viver em segurança. À sua mesa sempre se comeu do bom e do melhor.
17 Mas você foi julgado e condenado e agora está recebendo o castigo que merece.
18 Cuidado, não aceite dinheiro para torcer a justiça, não deixe que as muitas riquezas o seduzam.
19 Não adianta nada gritar pedindo socorro; todo o seu poder não tem nenhum valor agora.
20 Não fique desejando que chegue a noite em que as nações serão destruídas.
21 Você está sofrendo por causa da sua maldade; cuidado, não se volte para ela!
Como é grande o poder de Deus!
22 “Como é grande o poder de Deus! Quem é capaz de governar tão bem como ele?
23 Ninguém pode dar ordens a Deus, nem acusá-lo de praticar o mal.
24 O mundo inteiro o louva pelo que ele faz, e você também não esqueça de louvá-lo.
25 Mesmo de longe todos nós vemos e admiramos o que Deus está fazendo.
26 Ele é grande demais para que o possamos conhecer; nós não podemos calcular quantos anos já viveu.
O poder e a majestade de Deus
27 “Deus faz com que a água da terra suba para um depósito e depois a transforma em gotas de chuva.
28 As nuvens derramam a água, que cai em aguaceiros sobre a terra.
29 Quem entende o movimento das nuvens ou o barulho dos trovões no céu, onde Deus mora?
30 Deus espalha relâmpagos em volta de si, mas o fundo do mar continua escuro.
31 É assim que Deus alimenta os povos e lhes dá comida à vontade.
32 Ele pega o raio com as mãos e manda que atinja o alvo.
33 O gado sente que a tempestade está perto, e o trovão avisa que ela vem aí.

Comentário:

Quarto e último discurso. Nenhuma citação refutada, como aconteceu anteriormente. Eliú visualiza um grande quadro: O propósito de Deus em Seus tratos com a humanidade. Ele tratou um pouco com isso no capítulo 33 (Deus nos aflige a fim de nos humilhar, ou nos manter longe do pecado e da destruição final.

Note que neste capítulo aparece três vezes a expressão “Eis que Deus”, V. 5, 22, 26, a qual aponta para Deus.

I. Introdução, v. 1-4.

v. 2 “Concluindo” – E segue-se um longo discurso (típico de um pregador! Mas há um interminável suprimento de verdades!). Note seu interesse para que a justiça de Deus seja provada, v. 3.

v. 3 – 4 Não é arrogância, mas uma firme convicção de que esta falando a verdade de Deus. “Minha contribuição é vital. Silenciar seria um crime! (Consciente de que estava sob inspiração? Compare com Paulo, etc.). A responsabilidade do pregador: “Isto precisa ser dito!”

II. As várias maneiras de Deus tratar com a humanidade, v. 5-15.

1. Deus exerce seu magnífico poder de maneira justa, v. 5-7.

v. 5 “Ele não despreza nem desdenha do humilde.”

v. 6 “Ele trata o ímpio com justiça. Ele também concede ao pobre um justo e correto tratamento.” Não faz acepção de pessoas. Equidade perfeita.

v. 7 “Como Governador Moral do Universo Ele recompensa o justo, e mantém os olhos sobre os reis que são justos. Ele está pessoalmente envolvido com os assuntos da terra.” Para alguns, isso soa igual ao que os três amigos disseram. Mas...

2. Deus tem o propósito de corrigir os homens a quem Ele aflige, v. 8-11.

Faltava esta perspectiva no discurso dos três, mas é vital para que haja um entendimento apropriado de todo o evento, de toda história humana, e da nossa própria vida e experiência.

v. 8 “Se Deus aflige o homem”...

v. 9 ...é para que enxerguem seus pecados e considerem seus caminhos..

v. 10 ...para que sejam corrigidos, disciplinados e voltem ao caminho reto.

v. 11 “Se isso ocorrer, Deus os recompensará com bênçãos e livramento das aflições.”

- Quando Deus expõe os seus pecados, Ele lhe faz um favor!

Este é o mesmo velho “evangelho da prosperidade”? Penso que não, pois ele mostra que Deus tem um propósito nas aflições, isto é: quando as aflições cumprirem o papel a que foram enviadas, então serão removidas por Deus.

Pergunta: “Mas e se Deus nunca remover as aflições?”

Resposta: Então temos que continuar a aprender com elas! Ele nos concederá paz interior para suportar a aflição, ou nos levará para o céu, onde finalmente ficaremos livres de todas as aflições.

Considere: Em nossa rejeição ao cruel evangelho da prosperidade, que mantém a utopia atual, não devemos esquecer passagens como essas: Salmo 34: 7; Efésios 6: 1-3; I Timóteo 4: 8. Com toda certeza, o lugar mais seguro do mundo, está na obediência a Deus! Henry: “A piedade é o único caminho seguro para a prosperidade e o prazer.” É evidente que qualquer coisa que Deus nos dê é para o nosso bem, tendo como objetivo final, que a prosperidade da nossa alma seja mais desejável do que a prosperidade material, e quando chegarmos ao céu, então gozaremos a plenitude dessas promessas. Não importa o quanto os santos sejam afligidos, pois eles são mais felizes do que o mais feliz dos perdidos!

3. Mas, nem sempre prestamos atenção aos propósitos de Deus revelados nas aflições, alguns não dão a devida atenção ou tiram algum proveito, mas ficam mais duros, teimosos e orgulhosos, mostrando assim toda a sua hipocrisia, v. 12-14.

Eles permanecem ignorantes. Eles colhem ira. Eles não clamam a Deus com sinceridade. Eles são julgados e são punidos com os sodomitas!

4. Resumo, v.15. OBS:Somente Deus pode abrir os ouvidos do surdo! Graça Soberana ou nada além de pessoas espiritualmente mortas, insensíveis a voz de Deus e Suas obras de graça!

- Considere as várias maneiras como as aflições atingem as pessoas:

- Salvos são santificados.

- Pecadores deixados sem desculpas

- Precisamos olhar para Cristo em nossas provações. É Benéfico. “A cruz sem Cristo nunca ajudou a nenhum homem.” Que benefício as aflições tem feito a você?

III. Como isso se aplica a Jó, v. 16-17.

Um fascinante e importante princípio, o qual é aplicado pessoal e diretamente a Jó: “Se você tivesse sido paciente em meio a estas aflições, e não murmurado, como o ímpio faz, você já teria ficado livre delas!” O prolongamento das aflições era, no caso de Jó, o resultado de um discurso inapropriado, autojustificação, e defesa excessiva. “Jó, se você se humilhar, e defender a justiça de Deus mais do que a sua, então encontrará alívio.” Ele fez isso após Deus ter lhe falado!

Não é a mesma coisa que os outros três falaram. Eles rapidamente acusaram Jó de pecados desconhecidos. Eliú, porém, somente se concentra naquilo que Jó havia dito, e em suas atitudes durante as provações do presente.

Se o propósito das aflições é nos humilhar, então Deus não as removerá até que cumpram o seu propósito. Com toda certeza, livramento virá quando estivermos preparados para isso! (Eliú não sabia quais eram os propósitos de Deus nesta ocasião, nem nós em nossa experiência! Mas, devemos caminhar humildemente com Deus, tirando proveito das provações, a despeito dos seus propósitos ocultos.)

IV. Conselho saudável, v. 18-25.

v. 18 Uma admoestação aos santos, um aviso sobre as conseqüências do pecado. “Deus pode matá-lo. E então não haverá livramento terreno ou direito de defesa (que você considera tão importante!)...

v. 19 Deus não pode ser subornado.

v. 20 Não há lugar para se esconder. Ou, a morte pode não ser uma saída tão feliz como você pensa! Jó, não há lugar para presunção. Olhe cuidadosamente para o estado da sua alma!

v. 21 Não vá pelo caminho do pecado ao invés do caminho da aflição. É melhor sofrer do que pecar!”

- Ninguém está acima deste tipo de exortação. Henry: “Este foi um conselho amigável e necessário para Jó. Mesmo os bons homens tem a necessidade de manter-se no temor da ira de Deus. `Você é um homem sábio e bom, mas cuidado com a mão de Deus, pois o melhor e mais sábio dos homens, ainda assim, é merecedor do Seu castigo.`” Jó não era um hipócrita, mas ainda assim precisava ser alertado contra a hipocrisia!

- Todo pecado tem sua raiz no coração do crente! Avisos contra a apostasia e castigo são apropriados a todos nós.

v. 22 “Deus exalta a si mesmo, e tem como propósito o ensino através das provações.” Que professor!

v. 23 Ninguém dá a Deus uma missão. Sua obra é perfeita. Não podemos impedir Suas providências.

v. 24 – 25 Todos estão assistindo, sendo assim, glorifique a Deus em suas provações! Até as gerações futuras tirarão proveito do seu exemplo!”OBS:Não importa o que aconteça, adore a Deus. Testifique da Sua justiça!

Observe:

1. Paralelo: Eclesiastes 7: 14.

2. Todos os filhos de Deus são disciplinados. Isso prova que somos filhos! Hebreus 12: 6; Salmo 94: 12-13; Apoc. 3: 19, Prova Seu amor!

3. Deus aflige os cristãos para o bem deles. Castigo vs. correção. Ilustração de um juiz com um condenado na corte vs. com seu filho em casa: ambos recebem tratamento similar, mas com diferentes objetivos em vista!... Ele é justo nos dois casos!

Deus é justo, reto e correto em tudo o que faz!

OBS:Você tem tirado proveito das suas aflições? Tem aprendido sobre paciência, submissão, dependência e humildade? Você o está adorando? Orando? Sendo refinado?

4. Tenha bom ânimo. Calvino (referindo-se a I Cor. 11: 32): Portanto, devemos ter bom ânimo em meio as nossas provações, sabendo que Deus tem um propósito na nossa salvação, e faz o mesmo ao mostrar-se duro conosco. Pois, se quisermos que Ele sempre seja um Pai amoroso, tratando-nos sempre com brandura, iremos abusar da Sua bondade continuamente, forçando-O a nos mostrar Seu descontentamento, caso contrário, pereceríamos. Isto é o que de fato Eliú desejava dizer.”

#51 Jó 36: 26 - 37: 13

Eliú abordou dois pontos principais até aqui. (1) Deus é absolutamente soberano sobre tudo e todos. (2) Deus exerce Sua soberania de maneira sabia e bondosa. Ele tem proposto através das aflições que permite: propósitos de graça, assim como propósitos de julgamento. O sofrimento humano pode ter um propósito criativo, assim como um destrutivo. Como a dor do parto é rapidamente esquecida por causa do seu resultado! (Mas não é assim com a dor causada por pedras nos rins!)

Agora Eliú inicia a parte final do seu discurso, focado na grandeza de Deus nas coisas comuns, especialmente no clima e na atmosfera. Veremos Deus mesmo abordando temas similares.

Por que toda esta ênfase na criação, criaturas e Criador? Porque isso nos ajuda a manter a perspectiva correta de todas as coisas (que possamos ver isso ou não).

Note como as três divisões que se seguem começam com uma declaração sobre a nossa incapacidade de compreendermos a Deus, 26, 29, 37: 5. OBS:Não conseguimos compreender muitas coisas a respeito de Deus! (Fato que deveríamos estar conscientes!)

v. 26 Deus é grande (comp. V.5 e 22). Ele é eterno. Criaturas limitadas ao tempo não deveriam esperar compreender totalmente a Ele e as Suas obras. Henry: “Sabemos que Ele existe, mas não o que Ele é. Sabemos o que Ele não é, mas não o que Ele é. O conhecemos em parte, mas não perfeitamente.... Não compreendemos sua existência, pois Ele é infinito.” Portanto, não temos o direito de achar que Ele está errado, questionando Sua sabedoria. Ele está fora do nosso alcance! OBS:Tudo o que podemos fazer e nos submeter e confiar.

I. O ciclo da água, ou o que os cientistas chamam de ciclo hidrológico, v. 27-28

A benção da Chuva! Uma verdadeira maravilha. Deus suspende pequenas moléculas acima da terra, desafiando a gravidade (via corrente de ventos) até que formem largas gotas e caiam sobre a terra, beneficiando assim a humanidade. ....conforme o vapor sobe! Oh, o que a sabedoria Divina fez!

II. Trovoadas, 29 – 37: 4

v. 29 nuvens e trovões

v. 30 raios (tão brilhantes que iluminam até as profundezas escuras do oceano)

v. 31 dilúvio? Ambos os fins são mencionados: julgamento e provisão. OBS:Nossa vida é sustentada num delicado balanço: Muita chuva = dilúvio. Pouca chuva = seca, fome. Uma linha muito fina de misericórdia sustenta o nosso mundo.

v. 32 escuridão, semelhante à noite, provocada por uma severa tempestade. Não podemos controlar a luz do sol! (Temos um senso muito artificial de segurança em nossas casas bem construídas!)

v. 33 Trovões nos avisam que a tempestade está prestes a chegar. Vapor (ou condições atmosféricas) de alguma maneira alerta o gado (rebanhos, criação animal), que sai em busca de abrigo. Havia uma tempestade se aproximando? Talvez. Deus falou através de um redemoinho, 38: 1. Eliú levou tudo isso muito a sério, 37: 1-2. “Isso faz meu coração disparar neste exato momento! Jó, você deveria ouvir isso!” OBS:Não deveríamos falar de Deus e de Suas obras de maneira fria e superficial. Precisamos sentir a mensagem que pregamos! Não um mero exercício acadêmico. Uma fria profissão de fé (um ministério amaldiçoado!). Você não pode afetar a outros se não foi profundamente afetado em si mesmo. Você é movido lá no seu íntimo? Então, mova a outros.

v. 3 Deus envia as tempestades para onde desejar.

v. 4 Trovões é a Sua voz! Quando você ouvi-los, saiba que a chuva e o vento estão chegando.

VII. Geada, gelo e neve, 5-13

Mais exemplos sobre a nossa incapacidade de compreendermos a Deus:

v. 6 Deus determina se teremos neve, orvalho ou enchente. Que poder! Sua palavra é a Sua obra, falar e fazer são uma coisa só para Ele!

v. 7 Em tempos de “inclemente” (ausência de misericórdia) clima, o homem tem abreviar o seu trabalho e buscar abrigo para se proteger. No inverno, e quando tudo está congelado, o homem fica de mãos atadas. Deus tem um propósito nisso! Que conheçamos as suas obras!

- Tire proveito das ocasiões mais comuns. Pergunte: “O que posso aprender a respeito de Deus nesta situação?” Busque compreender pelo menos alguma coisa dAquele que é incompreensível!

- Quando não pudermos trabalhar, deveríamos meditar.

v. 8 Assim como os animais, busque abrigo.

v. 9 Ventos carregados de frio ou de calor saem ao Seu comando.

v. 10 Se o trovão é a Sua voz, a geada é o seu sopro. Ele faz com que largas quantidades de água se congelem.

v. 11 Ele esvazia as nuvens e as desfaz.

v. 12 Deus está no controle total dessas coisas! Ele está intimamente envolvido em governar o dia a dia deste mundo, dos planetas e do universo. OBS:Se maravilhe disso. Fique em paz em tudo o que Ele faz.

v. 13 Ele tem propósitos nas variações do clima. (1) Correção. Pense a respeito de Moisés que tremeu e temeu diante do Sinai. (2) Para manutenção da terra. (3) Misericórdia para com os homens ao lhe dar colheitas, comida e água.

Observe:

v. 1 Mantenha pensamentos sublimes sobre Deus. Aprenda com a criação. Contemple seu poder inescrutável na tempestade. (Falamos freqüentemente a respeito do tempo, mas raramente a respeito de Deus, que dirige todas as coisas, e é servido por elas.)

v. 2 Deus, como Criador, tem o direito de fazer o que quiser com a Sua criação. Se quisermos que Ele mude, e se adapte a nós, estaremos pedindo a Ele que abandone Sua deidade.

v. 3 Se nos submetemos a Deus nas mudanças climáticas, e tiramos proveito disso, por que não fazemos o mesmo quando as circunstâncias das nossas vidas mudam?!

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