domingo, 22 de março de 2015

Quando alguém apontar os nossos erros, tome isso como sendo de Deus.



Terceira fala de Eliú

1 Em seguida Eliú disse:
2 “Jó, você não tem o direito de dizer que para Deus você é inocente 
3 e também não pode perguntar assim: ‘Ó Deus, será que te sentes mal com o meu pecado? E que vantagem tenho se não pecar?’
4 Pois eu vou responder a você e também aos seus amigos. Suas faltas não prejudicam a Deus, mas os outros
5 “Olhe para o céu e veja como as nuvens estão muito acima de você.
6 Se você peca, isso não atinge a Deus lá no alto; as suas faltas, por muitas que sejam, não vão prejudicar a Deus.
7 Se você faz o bem, não está ajudando a Deus; ele não precisa de nada que é seu.
8 São os outros que sofrem por causa dos pecados que você comete; e também são eles que são ajudados quando você pratica o bem.
9 “Os homens, quando são perseguidos por todos os lados, gemem e gritam, pedindo que alguém os livre das mãos dos poderosos; 
10 porém não voltam para Deus, o seu Criador, que dá forças nas horas mais escuras.
11 Eles não voltam para Deus, que os torna sábios, mais sábios do que as aves e os animais.
12 Eles gritam por socorro, mas Deus não responde porque são orgulhosos e maus.
13 Mas é falso dizer que Deus não ouve ou que o Todo-Poderoso não vê.
Você não sabe o que está dizendo
14 “Jó, você diz que não pode ver a Deus; mas espere com paciência, pois a sua causa está com ele.
15 Você pensa que Deus não castiga, que ele não presta muita atenção no pecado.
16 Não adianta nada continuar o seu discurso; você fala muito, porém não sabe o que está dizendo.”

Comentário

Havendo dado a Jó (e aos outros) oportunidade para responder, corrigir, etc., Eliú continua, v.1. Seu interesse, em todo o seu discurso, é o de ajudar Jó em sua longa jornada, ao defender a justiça de Deus em Seus tratos com Jó. OBS: Esta é a marca de um verdadeiro pregador: buscar sempre o bem das almas, mantendo e sustentando a honra, dignidade e a glória de Deus.

I. Há algum proveito em servir a Deus? V. 1-8

1. O que Jó disse: v. 2-3

v. 2 Jó nunca disse estas palavras ao pé da letra. Isso leva alguns a acusarem Eliú de grave pecado de tolice, comparando a sua colocação ao que os três amigos disseram. Porém, Deus interpreta da mesma maneira aquilo que Jó havia dito, 40: 8! - Porventura também tornarás tu vão o meu juízo, ou tu me condenarás, para te justificares? Portanto, Eliú interpreta de forma precisa o sentido das palavras de Jó. Ver cap. 32: 2 - E acendeu-se a ira de Eliú, filho de Baraquel, o Buzita, da família de Rão; contra Jó se acendeu a sua ira, porque se justificava a si mesmo, mais do que a Deus.Não era apenas um grande mal-entendido ou uma interpretação equivocada das palavras de Jó que Eliú infelizmente não percebeu. (ver cap. 9: 17; 10: 2-3; 27: 2.)

v. 3 Já levantado em 34: 9. Por que levantar este assunto novamente? Porque Eliú não ouviu da parte de Jó a resposta que desejava, ex: se humilhar, arrepender, confessar. Isso obriga a que Deus mesmo traga a Jó a este ponto! Jó sabia que esta era a maneira como o ímpio pensa e fala (21: 15). Entretanto, ele dá a entender o mesmo em 9: 22; 10: 15. “Qual o proveito em servir a Deus?”

- Às vezes não percebemos o quanto as nossas palavras se assemelham as palavras dos ímpios. Quantas vezes nós reclamamos que o tempo está muito quente, muito frio, seco demais, úmido demais, etc. Nós condenamos a teologia anã do livre arbítrio, que não reconhece que Deus exerce controle sobre tudo, mas nos preocupamos e tememos, duvidando de tal controle! Nós condenamos outros naquilo que aprovamos ou naquilo que nos desculpamos .

- Novamente, Asafe questionou se ele havia purificado o seu coração em vão (Salmo 73: 13). Nenhum de nós está livre de pensar da mesma maneira em meio a severas provações. Mas, desperte antes de verbalizar isso! (v.15). O ponto que Eliú deve responder: Deveríamos esperar “lucro” neste mundo? Podemos fazer mais para Deus, do que Ele faz por nós, servi-lo melhor do que Ele nos serve? Deus pode ficar nos devendo alguma coisa pelo serviço que prestamos a Ele? Podemos ser mais justos do que Ele?

2. A resposta de Eliú, v. 4-8

v. 4 “Aqui vai a minha resposta”

v. 5 “Aprenda com a criação. Pare e olhe. O que você vê? Nuvens...olhe acima delas! Pois Deus é mais alto do que elas!” A mesma observação feita em 33: 12 – A inquestionável soberania de Deus.

v. 6 “Seu pecado não afeta Deus, sem diminui a Sua essência e glória.”

v. 7 “Suas boas obras não podem acrescentar, aprimorar ou aperfeiçoar a Deus.”

v. 8 “Não é assim com o homem, pois nossas ações afetam e influenciam a outros para o bem ou para o mal.”

Ponto: Deus é perfeito e imutável. Embora o pecado seja cometido contra Ele, pois é contra a Sua lei e honra, isso não afeta o Seu Ser. Ele não pode ser perturbado, diminuído, derrotado ou destronado! Nem podemos acrescentar nada a Sua perfeição (de outra forma, Ele não seria perfeito). Deus não precisa de nada (Atos 17: 25; Salmo 50: 12). Isso significa que nós não podemos obrigar Deus a fazer nada. Ele não nos deve nada como recompensa pela nossa obediência. (Nenhuma recompensa pode ser contada como graça, Romanos 4!) Ele não deve nada aos homens. (Se Ele propõe ou promete algo bom para nós, Sua obrigação é para consigo mesmo e não para conosco.) Porém, nós é que somos devedores! Se estamos fora do inferno, é por causa do Seu favor imerecido! Permaneça humilde diante deste grande Deus!

II. Por que Deus não ouve o clamor dos necessitados? V. 9-13

v. 9 Lembrando Jó em suas citações em 24: 12 e talvez 19: 7. “Por que Deus não ouve o clamor dos necessitados e oprimidos?”

v. 10 “Porque evidentemente eles não clamam a Deus. Eles não reconhecem Deus como Criador. Ou, eles não são gratos a Deus pelas Suas misericórdias (sons na noite), até mesmo por nos fazer homens, e não animais selvagens, v. 11”

v. 12 “Ou se eles oram, nada recebem por causa do seu orgulho. Eles não estão na verdade orando. Estão pedindo mal (Tiago 4). Não é uma oração sincera e submissa. É muito mais uma ordem, se não uma maldição!”

v. 13 “Jó, Deus não ouve este tipo de oração.”

- Ore com humildade, sinceridade, arrependimento e coração submisso. Qualquer coisa menos do que isso é tomar o seu nome em vão. Reconheça-o como sábio Criador, que lhe cerca com misericórdias que você tende a negligenciar. Seja agradecido por não ser um animal (Bunyan chegou a invejá-los).

- Muitos clamam a Deus na adversidade. Isto não prova que somos participantes da graça. O verdadeiro teste da nossa condição espiritual é se clamamos a Deus em tempos de prosperidade, lembrando-se dEle o tempo todo.

- Se Deus não responde as nossas orações como desejamos, esteja certo de que Ele tem um bom motivo para isso! O propósito das nossas aflições é (entre outras coisas) nos humilhar. (Até mesmo Jó precisava ser refinado na graça, totalmente aparte do que Deus estava provando a Satanás.) Se as nossas aflições não tem nos humilhado o suficiente, então Deus não ouvirá as nossas orações para removê-las. Porém, nós deveríamos agradecê-Lo por permitir que elas permaneçam, até que seu trabalho se complete.

v. 14 a de 9: 11; 23: 3, 8-9, 14-16. Jó sabia que ao partir desta vida, nós veremos a Deus no último dia (19: 6), mas talvez não até lá. Sem esperança imediata.

v. 14 b “Mas Deus é um Deus de julgamento e justiça. Ele está fazendo o que é justo!... Há esperança, Jó...você O verá, e a Sua justiça será completamente revelada!”

v. 15 “Mas Jó, pelo fato de você não ter aprendido tudo o que deveria das aflições, Deus continua a te visitar com elas. A despeito da grandeza de Deus, você ainda é um tanto teimoso e estúpido.

v. 16 “Portanto, Jó falou estas palavras e eu estou discutindo-as.”

- O tempo apropriado para as visitas de Deus se faz de acordo com Sua vontade. Algumas vezes ele nos visita com aflições, outras com conforto.

- Seja paciente sob a vara de Deus. Confie nEle. O Pai Celestial sabe o que é melhor. O dia do julgamento revelará Sua perfeita justiça em tudo o que foi feito. Aguarde pacientemente a vinda do Senhor (II Tess. 3: 5). Henry: É totalmente vão para nós, apelar para Deus ou nos justificar, se não procuramos entender a causa das nossas aflições, como também é vão orarmos por alívio, se não confiamos em Deus, pois todo homem que não confia em Deus não pense que receberá do Senhor alguma coisa (Tiago 1: 7).

Conclusão:

- Quando alguém apontar os nossos erros, tome isso como sendo de Deus. Considere isso como um ato de misericórdia. Receba isso calma e pacientemente. (Como é comum nos eriçar e partirmos para o ataque, apontarmos as faltas do outro, ou nossos pontos positivos, ou minimizarmos o erro!)


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