terça-feira, 24 de março de 2015

Seja Deus exaltado e o homem humilhado!


Quem fez cada animal com o seu jeito de ser?
1 “Você sabe quando nascem os cabritos selvagens ou já viu nascerem as corças?
2 Você sabe quantos meses as suas fêmeas levam para darem cria ou qual é o momento do parto?
3 Você sabe quando elas se abaixam para dar cria, trazendo a este mundo os seus filhotes?
4 Os filhotes crescem fortes, no campo; depois vão embora e não voltam mais.
5 “Quem deu a liberdade aos jumentos selvagens? Quem os deixou andar soltos, à vontade?
6 Eu lhes dei o deserto para ser a sua casa e os deixei viver nas terras salgadas.
7 Eles não querem saber do barulho das cidades; não podem ser domados, nem obrigados a levar cargas.
8 Eles pastam nas montanhas, onde procuram qualquer erva verde para comer.
9 “Será que um touro selvagem vai querer trabalhar para você? Será que ele vai passar a noite no seu curral?
10 Será que você consegue prendê-lo com cordas ao arado a fim de arar a terra ou puxar o rastelo?
11 Será que você pode confiar na grande força que ele tem, deixando por conta dele o trabalho pesado que há para fazer?
12 Você espera que ele traga o trigo que você colher e o amontoe no terreiro?
13 “Como batem rápidas as asas da avestruz! Mas nenhuma avestruz voa como a cegonha.
14 A avestruz põe os seus ovos no chão para que a areia quente os faça chocar.
15 Ela nem pensa que alguém vai pisá-los ou que algum animal selvagem pode esmagá-los.
16 Ela age como se os ovos não fossem seus e não se importa que os seus esforços fiquem perdidos.
17 Fui eu que a fiz assim, sem juízo, e não lhe dei sabedoria.
18 Porém, quando ela corre, corre tão depressa, que zomba de qualquer cavalo e cavaleiro.
19 “Jó, por acaso, foi você quem fez os cavalos tão fortes? Foi você quem enfeitou o pescoço deles com a crina?
20 É você quem os faz pular como gafanhotos e assustar as pessoas com os seus rinchos? 
21 Impacientes, eles cavoucam o chão com as patas e correm para a batalha com todas as suas forças.
22 Eles não têm medo. Nada os assusta, e a espada não os faz recuar.
23 Por cima deles, as flechas assobiam, e as lanças e os dardos brilham.
24 Tremendo de impaciência, eles saem galopando e, quando a corneta soa, não podem parar quietos.
25 Eles respondem com rinchos aos toques das cornetas; de longe sentem o cheiro da batalha e ouvem a gritaria e as ordens de comando.
26 “É você quem ensina o gavião a voar e abrir as asas no seu voo para o Sul?
27 Será que a águia espera que você dê ordem a fim de que ela faça o seu ninho lá no alto? 
28 Ela mora nas pedras mais altas e no alto das rochas constrói o seu ninho seguro.
29 Dali enxerga o animal que ela vai atacar, os seus olhos o avistam de longe.
30 Onde há um animal morto, aí se ajuntam as águias, e os filhotes chupam o sangue.”


Comentário:

Mais uma análise de cunho científico da parte de Deus. Agora utilizando os animais. Treze são mencionados em ambos os discursos, alguns mais detalhadamente.
Propósito da análise: Demonstrar à Jó a sabedoria, poder e bondade de Deus. Várias perguntas, porém não com o objetivo de obter respostas, mas conduzir Jó a: humilhação, arrependimento, confissão e adoração.
Estas perguntas não deveriam ser tediosas para nós. (1) Elas são fascinantes do ponto de vista científico. Apesar de tudo, Deus nos mandou sujeitar e dominar a terra, que devemos começar com o conhecimento dela. (2) Elas refletem algo sobre o caráter de Deus. Portanto, vamos considerar os animais!

1. Leão, v. 39-40.
“Rei dos animais”. Não caçamos para eles!
1) Não precisamos, pois eles caçam para si mesmos.
2) Não ousaríamos, pois ao invés de comerem a presa que lhes trouxermos, eles nos comeriam!
Os leõezinhos são alimentados por Deus. Salmo 104: 21 - Os leõezinhos bramam pela presa, e de Deus buscam o seu sustento. Porém, Deus cuida muito mais do seu povo, Salmo 34: 10 - Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas àqueles que buscam ao SENHOR bem nenhum faltará.

2. Corvo, v. 41.
Deus alimenta os corvos! Deus interpreta seus gritos como “orações” dirigidas a Ele em prol do seu sustento! (OBS:Que isso nos encoraje a orar, não importando quão fracas sejam nossas orações!) Eles andam e vagueiam, sacudindo as asas em suas “orações” (OBS:assim deveríamos colocar os pés em nossas orações).
Deus é bom para eles.
OBS: Vemos a mesma declaração no N.T.: Considerai os corvos, que nem semeiam, nem segam, nem têm despensa nem celeiro, e Deus os alimenta; quanto mais valeis vós do que as aves? (Lucas 12: 24). Confie em Deus!

III-IV. Cabras montesas, Corsa, 39: 1-4.

Cabras das montanhas, cervas. Em especial, quanto a sua reprodução,
Ciclo de vida desde o nascimento até a idade adulta. Lutando para nascer.
Henry: “Este fato deveria servir de conforto para as mulheres, quando em trabalho de parto, pois se Deus ajuda até mesmo as corsas quando do nascimento dos seus filhotes, não ajudaria e socorreria aquelas que têm uma aliança com Ele, ao darem a luz aos seus filhos?”
A bondade de Deus em estar presente no seu nascimento, provendo alimento (v. 4).

V. Jumento selvagem, v. 5-8.

Barnes: “Não é muito fácil para nós entendermos estas alusões, pois temos uma visão proverbial do jumento como sendo um animal estúpido, teimoso, obstinado, e que empaca à toa. Porém, não era esta a visão de antigamente, pois eles são mencionados como se distinguindo por sua velocidade, espírito selvagem e insubordinado.”
Como se Deus dissesse: “Jó, você é quem o fez selvagem? Você pode domá-lo? (v. 5). Eu sou Aquele que o criou para viver em seu habitat natural (v. 6-8).”
- Se não somos capazes de governar este tipo de animal selvagem, não seria uma grande pretensão tentar governar a Deus?

VI. Boi selvagem, v. 9-12.
Provavelmente um tipo de boi selvagem ou o búfalo, agora extinto: um animal muito largo, com mais de 1,8 metros de largura entre os ombros! Ele era forte, com chifres e selvagem... indomável, impossível de ser utilizado no trabalho rural.
“Jó, você não pode fazer com que o boi selvagem o sirva, ou faça a sua vontade, sendo assim, você pensa que pode fazer isso com Aquele que é o seu Criador?!”

VII. Avestruz, v. 13-18.
Muitos estudiosos pensam se tratar da cegonha aqui (ver margem), em contraste com o avestruz. A cegonha é bem conhecida pelo espírito materno e familiar.
Não é um fazedor de ninhos, mas esconde seus filhotes na terra, sem se preocupar se serão pisoteados. Algumas vezes um avestruz “estranho” poderia esquentá-los durante a noite! Tudo isso faz parte do instinto animal dado por Deus, v. 17. Ao usar suas asas, ele pode ultrapassar um cavalo!

Observe:
1. Podemos aprender mais a respeito de Deus e dos Seus caminhos através da criação, do que pensamos num primeiro momento! Seja um estudante, um observador de toda criação. Veja algo do Criador.
2. Deus está perfeitamente familiarizado com a Sua criação. Um perfeito conhecimento daquilo que Ele mesmo criou! (O homem tem aprendido muito da criação desde os dias de Jó. Porém, nosso conhecimento é ainda imperfeito, sujeito a correção e adição.)
3. Deus providencialmente satisfaz o apetite, provê o habitat adequado e preserva a vida dos animais. Ele é bom e compassivo para aquela multidão de criaturas que não foram feitas à Sua imagem e semelhança. Ele as supre abundantemente. (E para alguns Ele faz com que sejam o suprimento, devido à maldição! Considere a Sua soberania!) Ele poupou a Nínive, em parte, por causa dos seus muitos animais! Ele se preocupa pelo menos com o boi que trilha o grão! Como Ele é bom! Jesus mesmo foi cercado de animais quando do seu nascimento.
Seja gentil com os animais! Deus o é! Até mesmo aqueles animais que são de grande proveito ao seu proprietário! Aqueles animais que nós nem sequer pensamos, ou nos preocupamos, Deus pensa e cuida deles! Ele não se esquece nem mesmo de um pardal (Lucas 12: 6)! Contemple Sua bondade! Ele se preocupa muito mais com o homem feito a Sua imagem e semelhança, em especial, com os Seus filhos e filhas, remidos pelo sangue de Cristo! Ninguém pode acusá-Lo de não se importar!

Note Salmo 104: 11-35 (especialmente, v. 28). (Um dos muitos textos paralelos.) Que nos leva a nos regozijarmos e alegrarmos.

Deus dá continuidade a Sua análise de cunho científico. Perguntas acompanhadas de observações relevantes. Obviamente, estamos apenas arranhando a superfície. Não se trata de uma análise detalhada de cada aspecto da vida dos animais mencionados. E, é claro, Deus poderia se estender e aprofundar muito mais! Porém, Ele falou tudo o que precisava ser dito. Jó entendeu a mensagem. Que possamos fazer o mesmo!

- Nós deveríamos apreciar e admirar o método de Deus; usar a criação para “ensinar” Jó. (Pense no galo “pregando” para Pedro!) Sejamos estudantes da criação, ou pelo menos, observadores cuidadosos, a fim de mantermos a perspectiva correta da grandeza, poder, sabedoria e bondade de Deus, assim como a nossa pequenez e dependência, não esquecendo o grande interesse de Deus por nós.

I. Cavalo, v. 19-25.
Mencionado no verso 18, como sendo debochado pelo avestruz, numa corrida. Mas, cada uma das criaturas de Deus tem o seu ponto forte. Em ocasiões de perigo, ou numa batalha, o avestruz não é apto para este tipo de tarefa! Ele é conhecido por se esconder. Mas o cavalo é ideal (ex: projetado por Deus) para isso. Ele é forte e destemido na batalha. O cavalo de guerra é o que está em vista aqui (não o cavalo utilizado no plantio, corrida, etc.).
Do ponto de vista literário, estes versículos são considerados inigualáveis, pela beleza da descrição deste animal.
Imagine o impetuoso cavalo, num vale (lugar de batalhas com montaria) ávido pela batalha, impaciente enquanto aguarda, bufando, relinchando, causando temor ao inimigo, e ao mesmo tempo inspirando o cavaleiro, fazendo tremer a terra, respirando ofegante, com sua crina flutuando no ar, enquanto corre para o campo de batalhas. Sem temor. Vitorioso no que faz. Corajoso, intrépido. (você não pode assustá-lo, como faz com um gafanhoto! V. 20.) Ele Corre tão rápido, que parece engolir o chão, levanta uma nuvem de poeira e ignora o chamado para recuar (v. 24). A batalha está no seu sangue! É feliz naquilo que faz, v. 25.
Primeira menção: Os cavalos e carros de Faraó, ao perseguirem Israel, foram engolidos pelo mar.
Última menção: Logos de Deus e os santos, montados em cavalos brancos, vencendo a besta, o falso profeta e os reis da terra (Apoc. 19).
A bondade de Deus em prover um animal tão forte para servir ao homem (de várias maneiras), diferente do boi selvagem e do avestruz. Deus poderia ter feito todos os animais inúteis, mas Ele nos deu o cavalo, que pode ser governado a partir de um freio colocado em sua boca (Tiago 3: 3).
Nota: As guerras são uma forma de Deus controlar a terra. Ele preparou o cavalo para isso (embora não conhecida pelo homem até depois da queda).
Mas, Deus é maior do que os cavalos! Ele os fez! Ele disse: O cavalo é falaz para a segurança; não livra ninguém com a sua grande força (Salmo 33: 17). Não se deleita na força do cavalo, nem se compraz nas pernas do homem (Salmo 147: 10). Deus menciona a falácia desses animais. (OBS:Coitado dos homens que adoram os animais!...como a vaca, o elefante, o jaguar. Somem-se a isso aqueles que defendem os direitos dos animais atualmente.)

II. Gavião, v. 26.
Após a batalha, aves de rapina se alimentam dos cadáveres, desfrutando dos despojos!
Como eles voam? Jó por algum acaso os ensinou? Não, eles é que nos ensinam! A teoria sobre o vôo só foi desenvolvida nos tempos mais modernos. Pense como estas aves enormes foram projetadas para voar, possuindo penas muito leves e ocas, assim como seus ossos, tudo bem balanceado, etc. Que obra maravilhosa de engenharia! Mais uma magnífica obra de Deus!
Barnes: “Um falcão que pertenceu ao rei Henrique IV da França, escapou da cidade de Fontainebleau, sendo encontrado, vinte e quatro horas depois, no arquipélago de Malta. A distância percorrida pelo falcão foi de 2.170 km, numa velocidade média de 91,7 Km/h, supondo-se que ele tenha voado o tempo todo, sem interrupções. Esta extraordinária velocidade é uma prova da sabedoria divina.”
A migração para regiões mais quentes, a fim de preservar a espécie, é mais uma demonstração da bondade de Deus para com estas criaturas finitas, que implantou nelas tanto a habilidade, quanto o instinto de sobrevivência.

III. Águia, v. 27-30.
Pode voar muito alto, mesmo em linha reta, até o ponto de a perdermos de vista (OBS:Isaías 40: 35). Constrói imensos ninhos, que chegam muitas vezes a pesar toneladas, e em lugares inacessíveis. Possui uma visão tremendamente poderosa, v. 29, para caçar. O poeta Grego, Homero, escreveu a respeito disso em 800 AC! Ela ainda se destaca pela sua velocidade de descida na caça de presas vivas. Barnes: “No ano de 1737, na Noruega, um menino de dois anos de idade foi carregado por uma águia à vista dos seus pais. Anderson, em sua história sobre a Islândia afirma que naquela ilha, crianças entre quatro e cinco anos de idade, tiveram o mesmo destino.”
Quem iria limpar o campo de batalha? Esta era a ferramenta de Deus para este tipo de limpeza.! V. 30. Provida de garras e bico próprios para rasgar e devorar, literalmente corta até chegar aos ossos. Isto mostra a bondade de Deus em criar tanto o animal que vai para a guerra, quanto aquele que limpa as carcaças que ficam expostas pelas baixas da guerra, antes que estas apodreçam e espalhem doenças!

Observe:

1. Precisão inspirada nestas descrições, confirmada mais ainda através dos anos.
2. O Construtor destas criaturas tem mais poder e sabedoria do que elas. Portanto, vamos exaltar o Criador acima da criação. Não olhe para a criação como um fim em si mesmo. Salmo 145: 9-16: 147. Seja Deus exaltado e o homem humilhado!
3. Se Deus é bom para com Suas criaturas menores, cuidando e provendo para elas, como não o seria muito mais bondoso e cuidadoso com os Seus remidos! Esta é, sem dúvida nenhuma, a mensagem de Deus para Jó em Sua análise científica. Este grande e poderoso Deus é quem cuida de você, crente em Jesus Cristo! I Pedro 5: 7.

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