2 Ó rei, o senhor é o mais bonito de todos os homens e sabe fazer belos discursos. Deus sempre o tem abençoado.
3 Ponha a espada na cintura, ó rei poderoso, forte e glorioso!
4 Coberto de glória, avance para vencer, defendendo a verdade e a justiça. A sua força conquistará grandes vitórias.
5 As suas flechas são afiadas e atravessam o coração dos seus inimigos; as nações caem aos seus pés.
6 O reino que Deus lhe deu vai durar para sempre. Ó rei, o senhor governa o seu povo com justiça, 7 ama o bem e odeia o mal. Foi por isso que Deus, o seu Deus, o escolheu e deu mais felicidade ao senhor do que a qualquer outro rei.
8 A sua roupa está perfumada com mirra e aloés. Os músicos tocam para o senhor, ó rei, em palácios enfeitados com marfim.
9 Entre as damas da sua corte, há filhas de reis, e, à direita do seu trono, está a rainha, usando enfeites de ouro puríssimo.
10 Ó noiva do rei, escute o meu conselho: “Esqueça o seu povo e os seus parentes.
11 Você é linda, e por isso o rei vai desejá-la; seja obediente a ele, pois ele é o seu senhor.
12 Ó noiva, o povo da cidade de Tiro vai lhe trazer presentes; muita gente rica vai querer lhe agradar.”
13 A princesa está no palácio — e como é linda! O seu vestido é feito de fios de ouro.
14 Vestida de roupas coloridas e acompanhada pelas suas damas de honra, ela é levada até o rei.
15 Com prazer e alegria, elas chegam e entram no palácio dele.
16 Ó rei, o senhor terá muitos filhos, e eles serão reis também como foram os antepassados do senhor; e o senhor, ó rei, os fará governar o mundo inteiro.
17 A minha canção fará com que a sua fama seja sempre lembrada, e todos o elogiarão para sempre.
Comentários:
– por Dennis Allan
O que significa a união conjugal de Salmo 45:10-11?
“Ouve, filha; vê, dá atenção; esquece o teu povo e a casa de teu pai. Então, o Rei cobiçará a tua formosura; pois ele é o teu senhor; inclina-te perante ele” (Salmo 45:10-11). Qual o significado destes versículos?
Precisamos começar com uma pequena explicação do Salmo 45, para depois compreender esta passagem poética.
Como freqüentemente acontece em mensagens proféticas, este Salmo evidentemente aplica-se a duas personagens. Provavelmente tenha sido escrito em honra do casamento de um rei de Israel ou de Judá e estende a Jesus, conforme a citação em Hebreus 1:8-9. Ao longo da história, têm surgido várias sugestões em relação à ocasião original do Salmo. Alguns sugerem o casamento de Salomão com a filha do Faraó (1 Reis 3:1), ou de Salomão com uma princesa sidônia (veja 1 Reis 11:1-5). Outros sugerem o casamento de Acabe com Jezabel (1 Reis 16:31). Ainda outros acham mais provável o casamento de Jeorão, um descendente de Davi, com Atalia, filha de Acabe e Jezabel e, por isso, descendente dos reis de Sidom (2 Reis 8:16-18,25-26).
Mas a citação de uma parte deste Salmo em Hebreus 1:8-9 nos leva a uma aplicação ao reino messiânico. Assim, a figura comum do casamento para descrever a relação do Senhor com seu povo é usada aqui para profetizar sobre a glória da igreja de Jesus Cristo.
Neste Salmo, o Rei é elogiado por sua beleza, coragem, glória, etc. (1-5). A citação em Hebreus 1:8-9 claramente aplica os versículos 6 e 7 ao Messias, e serve para reforçar a doutrina da divindade de Cristo. O rei aparece em toda a sua glória, acompanhado pela rainha adornada de ouro (8-9).
O casamento mostra a dedicação da noiva (o povo de Deus) e o amor do marido (Cristo, o Rei). Da mesma maneira que uma noiva deixa os pais para morar com o marido, esta formosa noiva esquece de seu povo e entra no palácio do Rei. Nisto, ela mostra a lealdade ao Senhor, deixando para trás as coisas do reino das trevas (Colossenses 1:13) e se inclinando em submissão ao seu marido. Habitando com ele no palácio real, ela é abençoada para sempre (veja Efésios 5:25-27; Apocalipse 19:7-8; 21:2). O versículo 11 diz que ele cobiça ou deseja a beleza dela, usando a intimidade do casamento para descrever o amor do Senhor para seu povo purificado (Efésios 5:27-28).
O casamento é a relação mais especial entre seres humanos. Vários autores bíblicos usaram esta figura para nos mostrar um pouco da bênção da comunhão com Deus.
– por Wilma Rejane
O Salmo 45 é um cântico que representa um matrimônio, prefigurando profeticamente o relacionamento de Cristo com sua noiva: a Igreja. O escritor de Hebreus também faz referência a este Salmo, para descrever Jesus como Messias (Hebreus 1:8-9) .
O músico , salmista, inspirado pelo Espírito Santo, descreve a majestade e graça de um valente rei que cavalga em corte para rainha . Uma rainha separada, entre as muitas filhas de reis, a que por amor, deixa a casa dos pais para contrair matrimônio. E esse matrimônio é repleto de simbolismos, de riqueza. Do noivo se diz que a graça se derramou em seus lábios e Deus o abençoou mais que os demais homens , suas vestes cheiram a mirra, aloés e acácia, Deus o ungiu com óleo de alegria. Da noiva, que é ilustre, vestida com tecidos de ouro e que será levada ao altar por virgens, seus filhos serão príncipes e os povos a louvarão.
E para que um rei case com uma rainha, é necessário que a rainha abdique dos costumes de sua nação, pátria, de sua casa e cultura para poder habitar com o cônjuge. Assim, esquecer o teu povo e a casa de teu pai no Salmo, implica mais que se distanciar da família, mas abraçar uma nova vida, seguindo novas convicções. A dor da saudade e do rompimento será compensada pela alegria do óleo da unção que dividirá com o esposo, pelo reinar dos filhos. Essa referência sobre deixar a casa dos pais encontra semelhança na vida de alguns servos de Deus ao longo da história Bíblica:
Deixando teu povo e a casa dos pais:
Abraão - Precisou deixar Harã, ao Norte da Mesopotâmia , a casa de seus pais, e seguir em direção a Terra prometida. Para trás ficava uma região idolatra de pessoas que constantemente se curvavam aos deuses familiares. Ouvidos e olhos trancados para o verdadeiro e Único Deus. Abraão, Sara e servos precisavam crescer em fé e comunhão e ao abraçarem novas convicções, fazendo uma aliança com Deus, recebem do óleo da alegria, dão origem a Isaac (riso) filho da promessa e verdadeiramente através desse matrimônio surgem príncipes e povos com louvores.
Jacó – Ou deixava a casa dos pais ou seria morto pelo irmão Esaú, revoltado com a perda da benção patriarcal. Esse passado vergonhoso é apagado pela perseverança de Jacó em mudar de vida e receber as promessas de Deus. Jacó faz aliança com Deus que muda seu nome para Israel. Embora Jacó tenha sofrido com a desobediência de alguns de seus filhos, nos últimos dias de vida é recompensado: reencontra o filho José como governante do Egito e tem as forças restauradas pela graça do perdão e do arrependimento que alcança toda família. Os frutos desse matrimônio ainda são vistos na formação do Estado de Israel, no testemunho de fé que ressoa fortemente no coração dos filhos da fé.
Davi – Foi separado muito jovem para ser rei. Retirado de detrás das malhadas, o menor entre todos os irmãos filhos de Jessé. Ele precisava partir para crescer, ser transformado e útil ao Reino de Deus. É irônico, mas seus irmãos de sangue, não enxergavam a grandeza de Davi, antes o viam como um jovem sem muitas perspectivas, frágil e limitado em dons. Até que Deus o separa, derrama sobre ele o óleo da alegria e Davi deixa os costumes e a casa dos pais para abraçar novas convicções. Se tivesse permanecido em Belém com os irmãos, sua história teria sido bem diferente:
“Por que desceste aqui? Com quem deixaste aquelas poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção, e a maldade do teu coração, que desceste para ver a peleja.” 1 Samuel 17:28. estas são palavras do irmão de Davi, chamado Eliabe. Ambos estavam espionando o gigante Golias proferir ameaças contra Israel. Davi cheio de fé e determinação e incompreendido pela própria família que não o achava capaz de lutar e vencer.
Jesus – Ele mesmo falou “E assim os inimigos do homem serão os familiares” Mateus 10:36. Seus irmãos, filhos de Maria, a exemplo da vida de Davi, também não acreditavam que fosse Ungido como Messias. Incrível, não? Nos Evangelhos podemos ler “Porque nem mesmo seus irmãos criam Nele” João 7:5. E só mesmo quando foi ressuscitado é que todos se renderam ao Novo Reino. E Jesus precisou se ausentar, partir em morte para compreenderem os planos de Deus. De forma que a separação foi crucial para essa família, dolorosa certamente, especialmente para Maria e José, mas necessária. E a dor da separação, da saudade é recompensada pelo ressuscitar.
Eles partiram, mas não mudaram...
Ló – Sobrinho de Abraão, partiu de Harã, da casa dos parentes, na mesma caravana de Abraão, porém não teve como alvo a Terra Prometida, apesar das muitas oportunidades. Por que isso aconteceu? Porque Ló se embaraçava com as coisas dessa terra. Sua incredulidade e desobediência a Deus produziu frutos podres e dignos de arrependimento: ofereceu as filhas aos varões de Sodoma e Gomorra, bêbado coabitou com as filhas dando origem a nação de Moabe, tantas vezes citada como repreensível aos olhos do Senhor.
Saul – Teve oportunidade de mudar não apenas a sua história como a de todo um povo e por causa do orgulho, inveja e incredulidade perdeu o trono, a honra e por fim negou a fé ( se é que algum dia tivera) consultando uma pitonisa, entregando seu destino a Satanás.
O Matrimônio
“ Levá-la-ão ao rei com vestidos bordados; as virgens que a acompanham a trarão a ti. Com alegria e regozijo as trarão; elas entrarão no palácio do rei.”Salmos 45:14-15
E esse verso remete a parábola das 10 virgens com suas lâmpadas a espera do Noivo. A Igreja como noiva. E vejam que maravilha o significado da palavra virgem no original hebraico, conforme a descrição de Strong 01330: betulah = jovem, donzela em idade de contrair casamento. Também pode ser traduzida como almah, ambos vocábulos indicam separação, entretanto betulah, também descreve uma mulher virgem biologicamente, porém infiel e teimosa ( Jeremias 18: 13-15).
E todas essas descrições sobre a virgem que conduz a noiva ao altar, que introduz a cerimônia de casamento, também me lembra a parábola do filho pródigo. Um filho infiel, teimoso, que parte da casa dos pais, deixa seu povo, porém desperdiça as oportunidades por rebeldia a deus. Até que lembra do amor do Pai, do conforto e segurança que era sua família e retorna para casa. E aqui vemos a virgem infiel e rebelde indo ao altar de Cristo contrair matrimônio: recebe até um anel de noivado e vestes no melhor tecido: “ Mas o pai disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, e vesto-lhe, e ponde lhe um anel na mão, e alparcas nos pés" Lucas 15: 22. E a virgem entra no palácio do Rei.
Lembro que o irmão do filho pródigo, nunca deixara a casa dos pais, também nunca havia mudado.
Na nova morada, palácio Real.
E se passares pelas águas, estarei contigo Isaías 43:2
O Salmo 45 é uma bela alegoria sobre o cristianismo. É uma declaração de amor Divino de um Noivo para uma Noiva. O Noivo é Cristo que almeja ardentemente contrair matrimônio e proporcionar a Noiva uma vida separada de paz e alegria. Deixar o povo e a casa dos pais é mais que um estado físico e geográfico é espiritual. É o rompimento com os padrões do mundo e a aliança com os padrões do Reino de Deus. É o distanciamento do pecado.
Enfatizo ainda uma passagem do livro de Esdras onde Deus ordena aos Israelitas que deixem os relacionamentos com pessoas de outras nações para que possam ser abençoados e prósperos:
“Nós temos transgredido contra o nosso Deus, e casamos com mulheres estrangeiras dentre os povos da terra, mas, no tocante a isto, ainda há esperança para Israel. Agora, pois, façamos aliança com o nosso Deus de que despediremos todas as mulheres, e os que delas são nascidos, conforme ao conselho do meu senhor, e dos que tremem ao mandado do nosso Deus; e faça-se conforme a lei.” Esdras 10:2-3.
Vejam, existia uma separação física por consequência do casamento. Alguém teve que deixar sua pátria para se unir ao povo de Deus, mas nem por isso o pecado havia sido banido, pelo contrário, a corrupção crescia. Com isso aprendemos que certas alianças causam insensibilidade para com a voz de Deus, fazem acostumar com o pecado, da mesma forma que maridos se acostumam com esposas e vice versa, a ponto de não mais se importarem em preservar o amor, o respeito e a comunhão com deus e com o outro. E tudo leva a um triste fim. Por essa causa, a separação de cada um deve ser ser em espírito. Deus pode sim, dirigir este filho ou aquele a concretizar uma separação também física, mostrando o caminho para nova cidade, como fez com Abraão e Jacó.
Porém, lembremos que a Terra prometida não é apenas um espaço geográfico, situado nos limites da terra de Israel, essa Terra é celestial e invoca um estado de fé e comunhão dignos de quem ama a Deus e anela por ser recebido em Sua morada.
Deus o abençoe.
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