A descoberta do fato de a felicidade morar dentro da gente, não pode gerar seres fechados e autossuficientes?
Ora, nada pode ser experimentado de verdade se confinado em nós mesmos.
É como o amor, ele vive em nós, não precisamos buscá-lo em ninguém, mas o amor se aperfeiçoa quando compartilhado, quando experienciado com mais gente.
O fato da felicidade morar em nós não significa que temos que nos fechar, como se nos bastássemos por completo, sozinhos, sem ninguém, especialmente por uma razão: felicidade, amor, paz, consciência, se aprofundam na medida que doamos.
É uma lógica inversa: se eu escondo, diminui, se posso doar, cresce. Você não depende do outro, não busca em ninguém, não projeta em quem quer que seja porque sabe que está em você, absolutamente ninguém jamais será responsável por sua felicidade, seria cruel, sobrecarga desnecessária, portanto, consciente de que é assim, sem esperar nada, apenas compartilha o que é, e as experiencias se somam, as pessoas se conectam, os vínculos produzem algo maravilhoso que alimenta o processo para dentro e reflete para fora.
Quem busca no outro se enxerga vazio, esse nunca compartilhará. Será um vampiro emocional, alguém insaciável que acredita que um dia encontrá a felicidade onde ela não está.
Quem sabe o que lhe habita, deixa que as virtudes cresçam para dentro como condição existencial que lhe projetará na consciência de que, quando a felicidade me habita, irradiarei naturalmente no ambiente, quando o amor mora em mim, apenas serei amor e isso produzirá vínculos, jamais autossuficiência.
O ser autossuficiente está fechado. Ele sabe o que tem, mas por qualquer razão nega-se a compartilhar. Optou ser uma ilha sem perceber que nossas luzes brilham com mais intensidade quando estamos disponíveis.
Tudo começa dentro, não busque em ninguém o que cresce em você, no entanto, uma vez percebido, sem vampirismo, naturalmente, seu caminho será na direção dos vínculos, das conexões, das aberturas, da pacificação de quem aprendeu que, estamos todos vinculados, parte de uma coisa só.
Flavio Siqueira
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