Nasci em uma família católica, fui batizada, fiz catecismo,
participei do grupo de jovens, JUC – Juventude Unida a
Cristo, sempre busquei na fé resolver meus problemas, mas ela não
era tão grande, sem contar que sempre fui muito
questionadora, e nunca aceitei ou entendi o amor de Deus,
isso pra mim sempre foi um grande problema.
Ele poderoso,
distante, disposto a castigar, naquela época achava que Ele
sentia prazer nisso, pois não conseguia explicar a dor e o
sofrimento de tantos, quanta perfeição em um, quantas
estrelas, e em outros, nada, que Pai era esse? Isso vai
mudar com o tempo... Hoje digo nosso Pai nunca erra.
Tive dois relacionamentos, durou oito anos cada um, nunca fui
namoradeira, gostava de festas, dançar, beber, como qualquer jovem, mas
nunca fui de beijar por beijar, sempre tive esse jeito, colocando o amor
acima de tudo... E por esse motivo, me isolei, durante quatro anos, me
tranquei em meu quarto, parei de sair, apenas trabalhava, cumpria minhas
obrigações em casa e voltava a me isolar... essa era a minha vida. A
internet nessa época já me "ajudava". Não existia Facebook, G+, mas
havia salas de bate papo nos sites provedores, o meu era o ZAZ, depois
mudou o nome para Terra. Conheci pessoas maravilhosas, adorava
participar de uma sala de aula de Inglês, o nosso professor era o Biloo,
canadense e um ser humano maravilhoso, sabia por ordem no galinheiro (
risos) ai de quem falasse sem levantar a mãozinha.
Em 2004 conheci meu marido, fiquei meio confusa quanto ao ano, perdi todos os arquivos quando sai da minha cidade para morar com ele... Principalmente nossas conversas. Um dia perguntei a ele como me encontrou, e ele sorriu e falou não lembro, eu imaginei que teria sido em um site de relacionamentos, tudo aconteceu tão rápido, sentia nele uma pressa de ser feliz ou uma necessidade de matar uma dor, não sei explicar.
Em 2004 conheci meu marido, fiquei meio confusa quanto ao ano, perdi todos os arquivos quando sai da minha cidade para morar com ele... Principalmente nossas conversas. Um dia perguntei a ele como me encontrou, e ele sorriu e falou não lembro, eu imaginei que teria sido em um site de relacionamentos, tudo aconteceu tão rápido, sentia nele uma pressa de ser feliz ou uma necessidade de matar uma dor, não sei explicar.
Em um dia me
mandou um e-mail pedindo meu telefone, nesse mesmo dia nos
falamos e no final de semana seguinte estava ele parado na
porta da minha casa, passamos o dia conversando, sorrindo,
sentados em um restaurante, embaixo de árvores e tomando
refrigerantes. Foi um dia especial, voltei para casa me
sentindo leve.
À noite, como
um cavalheiro foi me buscar, abriu a porta do carro com
tanta delicadeza e cuidado, nós saímos para jantar,
parecíamos duas crianças, e mais uma vez sem faltar assunto,
passamos mais algumas horas juntos. E assim foi o meu final
de semana, maravilhoso!
Como morávamos
em cidades diferentes, a princípio ele ia todos os finais de
semana ficar comigo e aos poucos foi conhecendo a minha
família. Com o namoro oficializado, passei também a vir ao
encontro dele, e isso durou mais ou menos um ano, até que
quando dei por mim, a minha casa estava sendo visitada por
nós dois.
Enquanto
escrevia este texto, encontrei um e-mail impresso no meio
das minhas coisas, apenas para confirmar, nos conhecemos
em 2004 e com pouco tempo recebo quase que um pedido de
casamento ( o e-mail que encontrei dizia):
Desculpe-me se
às vezes sou insistente com você e escrevo nas
entrelinhas... Vou tentar melhorar... Você já me conhece
muito e sabe o que penso... Se às vezes falo demais em
futuro, é porque meu coração transborda felicidade e anseia
por estar junto a você. Nunca encare como pressão, mas como
a expressão de alguém que a ama demais.
Como eu disse,
não acho que nos conhecemos pouco. Acho que já conheço o
suficiente de você para saber o quanto maravilhosa é, o
quanto de amor tem para dar... E eu para retribuir. Somente
o tempo trará certas respostas, mas não devemos temê-lo,
acho que devemos saborear cada minuto de felicidade é nossa
obrigação, e transformar cada minuto de incerteza, de
espera, de angústia, em momentos maravilhosos de amor, de
cumplicidade, de felicidade plena (lá vem eu de novo)...
ehehehe.
Um grande
beijo desse seu Edu.
E assim
vivemos, inseparáveis, fazíamos tudo juntos, acordávamos,
íamos trabalhar, lado a lado.
Durante quase
10 anos de convivência, parecia que tínhamos acabado de nos
conhecer. Vivíamos sorrindo, ele era tudo o que eu precisava
para dar sentido a minha vida, inclusive de deixar a minha
amiga depressão enciumada, ao ponto de desaparecer sem
deixar sequer um recado.
No início de
2013, eu não estava muito bem, me sentido tonta, uma
sensação estranha e por insistência dele fui ao médico,
diagnosticada e medicada, voltamos para casa, era apenas
stress, olhando para trás, hoje me parece ter sido mais um
aviso, e eu não consegui enxergar, algo me preparando para o
que estava por vir.
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