quinta-feira, 3 de julho de 2014

Quando tudo faz sentido.


Somente quem já sofreu algum tipo de injustiça na pele, quem já se sentiu indignado por ter vivido algo que não merecia, sabe o valor da justiça.
Quem nunca experimentou a escassez, terá serias dificuldades em reconhecer o significado de ser prospero.
Aqueles que nunca perderem ninguém, que nunca sentiram saudade, precisarão de mais tempo para entenderem o real valor da presença.
É como quem sai de um lugar barulhento e encontra o silêncio, como quem, depois de tanto tempo no escuro, encontra luz, como estar com muita sede e beber um copo com água gelada.
Você não valorizaria a paz se jamais tivesse caminhando em dias de angústia, nem saberia o que é o calor se não conhecesse o frio, “alívio” seria apenas uma palavra se não estivesse vinculado à dor que um dia sentiu.
Sem o pesadelo da madrugada, a sensação de estar perdido, como quem entra em um labirinto, se desespera e depois de muito tempo é encontrado, sem isso, acredite; nunca entenderia o que significa ser acolhido.
Já foi abraçado depois de chorar muito? Já ouviu alguém dizer “estou aqui” depois de pensar que não havia mais ninguém? Já encontrou um rosto amigo no meio de uma multidão de desconhecidos? Então você sabe sobre o que falo.
Se sabe sobre o que falo, não preciso me alongar, mas apenas lembrar que estamos crescendo. Que as dores de hoje apontam para o amor, para a expansão de consciência, para o entendimento de que nada é para o mal. Nada.
Daqui a pouco você compreende que uma coisa está ligada à outra, que no fim das contas tudo faz parte de uma coisa só, que o “bem” e o “mal” de cada evento se vincula ao olhar de cada um, especialmente aquilo que cresce dentro da gente como verdade, como enraizamento, como estatura existencial.
Fique em paz. Não há necessidade de desesperar-se. A não ser que o desespero seja apenas um caminho que desemboque no reconhecimento da paz que dá sentido a todas as coisas, que nos acolhe, nos ilumina a consciência de que cada experiência é uma grande oportunidade.

Flavio Siqueira

Não Canso de te Olhar



Amor,
O que temos, o que tens?
Doce como é doce,
Quando paro meu dia para te olhar...
Não existem feridas, tristezas, só canduras
Pois não canso de te amar...
De minh'alma te contemplo
Nada encontrando em ti senão olhos,
Boca e queixo, longas pernas,
Tudo o que sempre sonhei.....
Do meu corpo todo passado fica sem memória,
Sem som ou cor, substância.
Vejo só você,
A geometria perfeita de teu ser, 
O duplo seio levantado,
Armazem e alimento, fecundo néctar, 
Apaziguando momentos de desejos,
Loucuras....
Minha boca clama teu gosto jorrado,
Sede eterna, 
Semente do olhar enamorado.
Te escolhi fêmea pra sempre,
Beijo roubado....
Você mulher,
Meu mais raro presente.

William José Carlos Marmonti

Beleza além do corpo