domingo, 23 de novembro de 2014

SENHOR, ouve a minha oração!


¶ SENHOR, ouve a minha oração, e chegue a ti o meu clamor.
Não escondas de mim o teu rosto no dia da minha angústia, inclina para mim os teus ouvidos; no dia em que eu clamar, ouve-me depressa.
Porque os meus dias se consomem como a fumaça, e os meus ossos ardem como lenha.
O meu coração está ferido e seco como a erva, por isso me esqueço de comer o meu pão.
Por causa da voz do meu gemido os meus ossos se apegam à minha pele.
Sou semelhante ao pelicano no deserto; sou como um mocho nas solidões.
Vigio, sou como o pardal solitário no telhado.
Os meus inimigos me afrontam todo o dia; os que se enfurecem contra mim têm jurado contra mim.
Pois tenho comido cinza como pão, e misturado com lágrimas a minha bebida,
Por causa da tua ira e da tua indignação, pois tu me levantaste e me arremessaste.
Os meus dias são como a sombra que declina, e como a erva me vou secando.
¶ Mas tu, Senhor, permanecerás para sempre, a tua memória de geração em geração.
Tu te levantarás e terás piedade de Sião; pois o tempo de te compadeceres dela, o tempo determinado, já chegou.
Porque os teus servos têm prazer nas suas pedras, e se compadecem do seu pó.
Então os gentios temerão o nome do Senhor, e todos os reis da terra a tua glória.
Quando o Senhor edificar a Sião, aparecerá na sua glória.
Ele atenderá à oração do desamparado, e não desprezará a sua oração.
Isto se escreverá para a geração futura; e o povo que se criar louvará ao Senhor.
Pois olhou desde o alto do seu santuário, desde os céus o Senhor contemplou a terra,
Para ouvir o gemido dos presos, para soltar os sentenciados à morte;
Para anunciarem o nome do Senhor em Sião, e o seu louvor em Jerusalém,
Quando os povos se ajuntarem, e os reinos, para servirem ao Senhor.
¶ Abateu a minha força no caminho; abreviou os meus dias.
Dizia eu: Meu Deus, não me leves no meio dos meus dias, os teus anos são por todas as gerações.
Desde a antiguidade fundaste a terra, e os céus são obra das tuas mãos.
Eles perecerão, mas tu permanecerás; todos eles se envelhecerão como um vestido; como roupa os mudarás, e ficarão mudados.
Porém tu és o mesmo, e os teus anos nunca terão fim.
Os filhos dos teus servos continuarão, e a sua semente ficará firmada perante ti

Sabedoria e simplicidade


Sinceramente acredito na simplicidade. Podemos adquirir conhecimento em livros, nos tornarmos intelectuais, acumularmos informações, virarmos mestres, phds, especialistas, mas isso não é sabedoria.

Ser sábio é ser simples. É olhar para os maiores mistérios do universo, enxergar a complexidade da vida e perceber que tudo se vincula ao simples, que há níveis e níveis de compreensão onde não cabem palavras e qualquer tentativa de definição será um exercício de reducionismo.

Simplicidade tem a ver com nossa capacidade de processar interiormente, em gratidão, aquilo que intelectualmente nem sempre é passível de explicação, mas no entanto se relaciona com algum ponto de nossa consciência que se ilumina quando vê, quando percebe, quando se conecta, quando se aquieta e vive no hoje.

Você pode se impressionar com doutrinas bem construídas, grupos impecavelmente organizados, métodos, sistemas, fórmulas que garantem evolução espiritual, mas nada disso tem valor real, nada saciará sua interioridade a não ser que você esteja atento, extraindo do cotidiano, da simplicidade de olhar, tesouros que não cabem em nenhum lugar a não ser dentro.

Você se esforça para evoluir, se angustia, lê todos os “manuais” de iluminação. Desocupe-se disso. Não estou dizendo para deixar de ler, eu mesmo sou um amante da leitura, faz muito bem a alma, mas a leitura não iluminará absolutamente nada se seu entendimento em relação ao que lê não estiver conectado ao que experimenta como humano, em suas relações, nas situações que enfrenta no dia a dia.

Desocupemos sem medo. Livre-se do “conhecimento”, da carga de letras, do muro de ideias que impedem a passagem do sol. Volte ao estágio da pureza da criança que simplesmente vê, que não julga, que experimenta nas pedrinhas do parque, nos galhos que caíram da árvore, na areia da praia, no sorvete de morango, no abraço do pai, no colo da mãe, na corrida com o cachorro, na água gelada da piscina, no doce da vovó, no passeio no fim de semana, no cuidado de quem ama, em simplicidade, sem explicações teóricas, as maiores verdades, o caminho para nos tornarmos humanos de novo.

Simples, sábios, sem nenhuma pretensão em ser mais do que homens e mulheres pacificados e felizes. O que passar disso é sobrecarga desnecessária.

Flavio Siqueira

Meu e teu


Meu é este corpo que sente falta de ti
Teu é o desejo que eu sinto e já amo tudo…
O que ainda não vi
Meu é o sofrimento pelo orgasmo da ausência
Teu é o corpo que sonho e já amo tudo…
O que existe na tua essência

Meu é o flamejante querer, transes que ardem comigo
Teu é o fogo que não me deixa aquecer e já amo tudo…
O que quer acontecer na luz e na vontade… Contigo
Meu é o pincel que retrata a delícia de um olhar perdido
Teu é o esconder de uma tela perfeita e já amo tudo…
O que retrata a nudez de um perfume escondido

Meu é o Cristo redentor, que sabe de minha vontade
Teu é um sol, uma lua que ilumina e eu já amo tudo…
O que conscientemente me leva sem idade
Meu é o existir num homem que diz e fala
Teu é o elixir numa mulher bela e eu já amo tudo…
O que te peço e o que meu olhar não cala


José Alberto Sá