quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Chegado o momento, o amor e a morte atacarão


Assim, não se pode aprender a amar, tal como não se pode aprender a morrer. E não se pode aprender a arte ilusória – inexistente, embora ardentemente desejada – de evitar suas garras e ficar fora de seu caminho. Chegado o momento, o amor e a morte atacarão – mas não se tem a mínima ideia de quando isso acontecerá. Quando acontecer, vai pegar você desprevenido.

Em todo amor há pelo menos dois seres, cada qual a grande incógnita na equação do outro. É isso que faz o amor parecer um capricho do destino – aquele futuro estranho e misterioso, impossível de ser descrito antecipadamente, que deve ser realizado ou protelado, acelerado ou interrompido. Amar significa abri-se ao destino, a mais sublime de todas as condições humanas, em que o medo se funde ao regozijo num amálgama irreversível. Abrir-se ao destino significa, em última instância, admitir a liberdade no ser: aquela liberdade que se incorpora no outro. “A satisfação no amor individual não pode ser atingida... sem a humildade, a coragem, a fé e a disciplina verdadeiras”, afirma Erich Fromm – apenas para acrescentar adiante, com tristezas que “em uma cultura na qual são raras essas qualidades, atingir a capacidade de amar será sempre, necessariamente, uma rara conquista”.

E assim é numa cultura consumista como a nossa, que favorece o produto pronto para uso imediato, o prazer passageiro, a satisfação instantânea, resultados que não exigem esforços prolongados, receitas testadas, garantias de seguro total e devolução do dinheiro. A promessa de aprender a arte de amar é a oferta (falsa, enganosa, mas que se deseja ardentemente que seja verdadeira) de construir a “experiência amorosa à semelhança de outras mercadorias, que fascinam e seduzem e exibindo todas essas características e prometem desejo sem ansiedade, esforço sem suor e resultado sem esforço.
Sem humildade e coragem não há amor. Essas duas qualidades são exigidas, em escalas enormes e contínuas, quando se ingressa numa terra inexplorada e não-mapeada. É a esse o território que o amor conduz ao se instalar entre dois ou mais seres humanos.
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Quando se trata de amor, posse, poder, fusão e desencanto são Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse.
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O desafio, a atração e a sedução do Outro tornam toda distância, ainda que reduzida e minúscula, insuportavelmente grande. A abertura tem a aparência de um precipício. Fusão e subjugação parecem ser as únicas curas para esse tormento. E não há senão uma tênue fronteira, à qual facilmente se fecham os olhos, entre a carícia suave e gentil e a garra que aperta, implacável. Eros não pode ser fiel a si mesmo sem praticar a primeira, mas não pode praticá-la sem correr o risco da segunda. Eros move a mão que se estende na direção do outro – mãos que acariciam também podem prender e esmagar.
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O amor pode ser e, freqüentemente é, tão atemorizante quanto a morte. Só que ele encobre essa verdade com a comoção do desejo e do excitamento. Faz sentido pensar na diferença entre amor e morte como na que existe entre atração e repulsa. Pensando bem, contudo, não se pode ter tanta certeza disso. As promessas do amor são, via de regra, menos ambíguas do que suas dádivas. Assim a tentação de apaixonar-se é grande e poderosa, mas também o é a tentação de escapar. E o fascínio da procura de uma rosa sem espinhos nunca está muito longe, e é sempre difícil de resistir.
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Os produtos de consumo atraem, os refugos repelem. Depois do desejo vem a remoção dos refugos. É, ao que parece, como forçar o que é estranho a abandonar a alteridade e desfazer-se da carapaça dissecada que se congela na alegria da satisfação, pronta a dissolver-se tão logo se conclua a tarefa. Em sua essência, o desejo é um impulso de destruição. E, embora de forma oblíqua, de auto-destruição: o desejo é contaminado, desde o seu nascimento, pela vontade de morrer. Esse é, porém, seu segredo mais bem guardado – sobretudo de si mesmo.

O amor, por outro lado, é a vontade de cuidar, de preservar o objeto cuidado. Um impulso centrífugo, ao contrário do centrípeto desejo. Um impulso de expandir-se, ir além, alcançar o que “está lá fora”. Ingerir, absorver e assimilar o sujeito no objeto, e não vice-versa, como no caso do desejo. Amar é contribuir para o mundo, cada contribuição sendo o traço vivo do eu que ama. No amor e eu é, pedaço por pedaço, transplantado para o outro. O eu que ama se expande doando-se ao objeto amado. Amar diz respeito a auto-sobrevivência através da alteridade. E assim o amor significa um estímulo a proteger, alimentar, abrigar; e também à carícia, ao afago e ao mimo, ou a – ciumentamente – guardar, cercar, encarcerar. Amar significa estar a serviço, colocando-se à disposição, aguardar a ordem. Mas também pode significar expropriar e assumir a responsabilidade. Domínio mediante renúncia, sacrifício resultado em exaltação. O amor é irmão xifópago da sede de poder – nenhum dos dois sobreviveria à separação.

Tal como o desejo, o amor é uma ameaça ao seu objeto. O desejo destrói seu objeto, destruindo a si mesmo nesse processo; a rede protetora carinhosamente tecida pelo amor em torno de seu objeto escraviza esse objeto. O amor aprisiona e coloca o detido sob custódia. Ele prende para proteger o prisioneiro.
Desejo e amor encontram-se em campos opostos. O amor é uma rede lançada sobre a eternidade, o desejo é um estratagema para livrar-se da faina de tecer redes. Fiéis a sua natureza, o amor se empenharia em perpetuar o desejo, enquanto esse se esquivaria aos grilhões do amor.
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É exatamente isso que faz o amor: destaca um outro “de todo mundo”, e por meio desse ato remodela “um” outro transformando-o num “alguém bem definido”, dotado de uma boca que se pode ouvir e com quem é possível conversar de modo a que alguma coisa seja capaz de acontecer.

Postado por: Raio de Luz
Compartilhado por: Lucineia Rodrigues

Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam...


Os pais de Samuel
1 Havia um homem da tribo de Efraim, chamado Elcana, que vivia na cidade de Ramá, na região montanhosa de Efraim. Ele era filho de Jeroão, neto de Eliú, bisneto de Toú e trineto de Zufe. 2 Elcana tinha duas mulheres, Ana e Penina. Penina tinha filhos, porém Ana não tinha. 3 Todos os anos Elcana saía da sua cidade e ia a Siló a fim de adorar e oferecer sacrifícios ao Senhor Todo-Poderoso. Hofni e Fineias, os filhos de Eli, eram sacerdotes do Senhor Deus, em Siló. 4 Cada vez que Elcana oferecia o seu sacrifício, ele dava uma parte para Penina e outra para todos os seus filhos e filhas. 5 Mas para Ana ele dava duas vezes mais. Elcana a amava muito, embora o Senhor não permitisse que ela tivesse filhos. 6 Penina, sua rival, provocava e humilhava Ana porque o Senhor não permitia que ela tivesse filhos. 7 Isso acontecia ano após ano. Sempre que iam ao santuário do Senhor, Penina irritava tanto Ana, que ela ficava só chorando e não comia nada. 8 Um dia o seu marido Elcana lhe perguntou:
— Ana, por que você está chorando? Por que não come? Por que está sempre triste? Por acaso, eu não sou melhor para você do que dez filhos?
Ana pede a Deus um filho
9 Certa vez eles estavam em Siló e tinham acabado de comer. Eli, o sacerdote, estava sentado na sua cadeira, na porta da Tenda Sagrada. 10 Aí Ana se levantou aflita e, chorando muito, orou a Deus, o Senhor. 11 E fez esta promessa solene:
— Ó Senhor Todo-Poderoso, olha para mim, tua serva! Vê a minha aflição e lembra de mim! Não esqueças a tua serva! Se tu me deres um filho, prometo que o dedicarei a ti por toda a vida e que nunca ele cortará o cabelo.
12 Ana continuou orando ao Senhor durante tanto tempo, que Eli começou a prestar atenção nela 13 e notou que os seus lábios se mexiam, porém não saía nenhum som. Ana estava orando em silêncio, mas Eli pensou que ela estava bêbada 14 e disse:
— Até quando você vai ficar embriagada? Veja se para de beber!
15 — Senhor, — respondeu ela —, eu não estou bêbada. Não bebi nem vinho nem cerveja. Estou desesperada e estava orando, contando a minha aflição ao Senhor. 16 Não pense que sou uma mulher sem moral. Eu estava orando daquele jeito porque sou muito infeliz e sofredora.
17 Então Eli disse:
— Vá em paz. Que o Deus de Israel lhe dê o que você pediu!
18 — Que o senhor sempre pense bem de mim! — respondeu ela. E saiu. Então comeu alguma coisa e já não estava tão triste.
O nascimento de Samuel
19 Na manhã seguinte Elcana e a sua família se levantaram cedo e adoraram a Deus, o Senhor. Aí voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve relações com a sua esposa Ana, e o Senhor respondeu à oração dela. 20 Ela ficou grávida e, no tempo certo, deu à luz um filho. Pôs nele o nome de Samuel e explicou:
— Eu pedi esse filho a Deus, o Senhor.
21 Elcana e a sua família foram a Siló para oferecer ao Senhor o sacrifício anual e o sacrifício especial que ele havia prometido. 22 Ana, porém, não foi. Ela disse ao marido:
— Assim que o menino for desmamado, eu o levarei ao santuário de Deus, o Senhor, para que ele fique lá toda a sua vida.
23 Elcana respondeu:
— Faça o que achar melhor. Fique em casa até que ele seja desmamado. E o Senhor faça com que, de fato, se cumpra a promessa que você fez.
Então Ana ficou em casa e amamentou o filho.
24 Depois que ele foi desmamado, ela o levou a Siló. Levou também um touro de três anos, dez quilos de farinha e um odre cheio de vinho. Samuel era muito novo quando a sua mãe o levou à casa do Senhor, em Siló. 25 Os pais de Samuel ofereceram o touro em sacrifício e levaram o menino para Eli. 26 Ana disse:
— Meu senhor, juro pela sua vida que sou aquela mulher que o senhor viu aqui de pé, orando. 27 Eu pedi esta criança a Deus, o Senhor, e ele me deu o que pedi. 28 Por isso agora eu estou dedicando este menino ao Senhor. Enquanto ele viver, pertencerá ao Senhor.
Então eles adoraram a Deus ali.

Comentário:

Introdução: Quando Deus quis dar um salvador a Israel, escolheu Ana. Quando quis dar o Salvador ao mundo, escolheu Maria. Ana era temente a Deus e desejava ser mãe, mas era estéril e sofria as injúrias da sua rival. Mas o Senhor ouviu sua oração e lhe deu um filho que se tornou um tipo de Jesus em seu triplo ministério: sacerdote, profeta e rei. Samuel foi o último juiz em Israel e julgou o povo durante toda sua vida (1 Sm 7.15).

1 - A angústia de Ana
a - "Orou ao Senhor" (v.10). "Com amargura de alma... chorou abundantemente". Era sincera e fervorosa (v.13,15). Às vezes, temos de chorar como Ana para receber a resposta de Deus. 

b - "Amargura". Com aflição, pediu um filho. Agar e Léia também (Gn 16.11; 29.32). Hoje, muitas estão evitando ter filhos e deixando de cumprir um propósito de Deus na terra. 

c - Não era uma oração vingativa. Penina tinha muitos filhos e escarnecia de Ana e a irritava (v.6), mas Ana não pediu vingança contra ela. 

d - Sua oração foi definida e clara (v.11). Não perdeu tempo com pedidos confusos. Pediu uma só coisa: um filho.

e - Não foi uma oração interesseira (v.11). Pediu um filho para consagrá-lo ao Senhor. 
- Ana pediu Samuel a Deus, e ele livrou seu povo da decadência espiritual.
- Com três anos de idade, Samuel já adorava a Deus (v.28), e na adolescência era sacerdote (1 Sm 2.18,19)

f - Oração perseverante (v.12). Não desanimava do propósito. 
- Analise as instruções de Jesus na Parábola da Viúva Persistente em Lc 18.1-8, quando Ele diz da necessidade de orar sempre e nunca desanimar.

2 - A Alegria e Gratidão de Ana
a - Creu antes de ver o milagre (v.18). "E o seu semblante já não era triste". 

b - Veja Marcos 11.24: "portanto, eu lhes digo: Tudo o que vocês pedirem em oração, creiam que já o receberam, e assim lhes sucederá".

c - Ana cumpre o voto (v.24,28). Apenas desmamou o menino, entregou-o ao Senhor (Ec 5.4,5).

d - Ações de graças (1 Sm 2.1-11). Agora a oração não era de aflição, mas de gratidão.
- Deus deu Samuel e mais três filhos e duas filhas a Ana (1 Sm 2.21).
- Ana deu Samuel a Deus. 

Conclusão: Dedica seu filho a Deus, crê que Ele, o Pai, vai salvá-lo.
Wade C. Smith, ao completar 21 anos de idade, em Chicago, resolveu gastar aquela noite no pecado, dizendo: "Uma noite só não faz diferença". Mas no caminho ele teve uma visão de sua mãe orando por ele. Resolveu voltar para casa, deitou sua cabeça no colo de sua mãe e contou-lhe a visão. Então sentiu que as lágrimas de sua mãe molhavam seu pescoço, enquanto ela lhe dizia ter passado todo aquele tempo orando por ele. Não cesses de orar por seu filho. Deus ouvirá a sua oração. 
Deus é fiel!