quarta-feira, 4 de março de 2015

Não coloque palavras na boca de outros a fim de condená-los por estas palavras!


Você fala assim por causa do seu pecado
1 Então Elifaz, da região de Temã, em resposta disse:
2 “Jó, um sábio não responde com palavras ocas, não fica inchado com opiniões que não valem nada.
3 Um sábio não falaria palavras inúteis, nem se defenderia com argumentos sem valor.
4 Mas você quer acabar com o sentimento religioso; se dependesse de você, ninguém oraria a Deus.
5 Você fala assim por causa do seu pecado e procura enganar os outros com as suas palavras.
6 Eu não preciso acusá-lo, pois as suas próprias palavras o condenam.
7 “Você está pensando que é o primeiro ser humano que nasceu? Por acaso, você veio ao mundo antes das montanhas?
8 Será que você conhece os planos secretos de Deus? Será que só você é sábio?
9 Será que você sabe o que nós não sabemos ou compreende as coisas melhor do que nós?
10 O que sabemos nós aprendemos com pessoas idosas, que nasceram antes do seu pai.
11 “Por que você não quer aceitar o consolo que Deus lhe oferece? Em nome dele nós falamos delicadamente com você.
12 Por que você se deixa levar pelo seu coração? Por que esses olhares de ódio?
13 Por que essa revolta, essa ira contra Deus? Por que você se queixa assim?
14 “Será que alguém pode ser puro? Poderá alguma pessoa ser correta diante de Deus?
15 Se Deus não confia nos anjos, e se nem o céu é puro aos seus olhos,
16 que diremos do ser humano, imundo e nojento, que bebe o pecado como se fosse água?
Quem é mau sofre a vida inteira
17 “Escute, Jó, que eu vou explicar; vou contar aquilo que tenho visto.
18 Os sábios ensinam verdades que aprenderam com os seus pais, 
19 e estes moravam numa terra que não recebeu a influência de estrangeiros.
20 “Aquele que é mau, que persegue os outros, sofre atormentado a vida inteira.
21 Vozes de terror enchem os seus ouvidos, e, quando pensa que está seguro, os bandidos o atacam.
22 Ele não tem esperança de escapar da escuridão da morte, pois um punhal está pronto para matá-lo.
23 Os urubus estão esperando para devorar o seu corpo; ele sabe que o dia da escuridão está perto.
24 Ele será dominado pela angústia e pela aflição, como acontece quando um rei espera o ataque dos inimigos.
25 Tudo isso acontece porque ele levanta a mão contra Deus e desafia o Todo-Poderoso.
26 Ele é rebelde e, protegido por um pesado escudo, se joga contra Deus.
27 O seu olhar é orgulhoso, e o seu coração é egoísta.
28 “Esse homem mau conquistou cidades e ficou com as casas abandonadas pelos moradores, mas essas cidades e casas virarão um monte de ruínas.
29 Ele não ficará rico por muito tempo e perderá tudo o que tem. Até a sua sombra vai desaparecer da terra.
30 O homem mau não escapará da escuridão. Ele será como uma árvore cujos galhos foram queimados e cujas flores foram levadas pelo vento.
31 Como não tem juízo e confia na mentira, a própria mentira será a sua recompensa.
32 Ele secará antes da hora, como um galho que seca e nunca mais fica verde.
33 Ele será como uma parreira que perde as uvas ainda verdes, como uma oliveira que deixa cair as suas flores.
34 Os maus não terão descendentes, e o fogo destruirá as casas dos desonestos.
35 Eles planejam a maldade, fazem o que é errado e só pensam em enganar os outros.”


Comentário:

Esta é a segunda vez que ouvimos Elifaz falar. Agora menos gentil, e mais impaciente, rígido e irritado. Ele achou que sua primeira resposta não tinha sido suficiente. “Somos propensos a pensar que as coisas que dizemos devem ser consideradas grandes e importantes, enquanto outros pensam que são pequenas e insignificantes.” (Henry)
*Não persista em manter a sua própria opinião simplesmente por causa do seu orgulho em admitir que estava errado.

O discurso de Elifaz aponta para duas coisas: 1- Acusar Jó. 2- Defender Deus. Lembre-se de que Jó tinha apenas duas opções na opinião de seus amigos: 1- Admitir seu pecado (abrindo mão da sua integridade), ou 2- Acusar Deus de agir injustamente (amaldiçoar a Deus). Porém, Jó insiste em afirmar sua integridade, e também que Deus é justo.

1. Acusando Jó, v. 1-13. (Repreensão)

V. 2-6 Introdução

v. 2 “Seu discurso é vazio.”

v. 3 “Seu discurso é de nenhum proveito”

v. 4 “Seu discurso destrói toda piedade. Se o que você diz é verdade, não há necessidade de temer a Deus ou orar para Ele [cap. 12 6] Você diz: ‘em vão tenho purificado o meu coração’.” Salmo 73: 13.

Embora Elifaz estivesse errado em sua aplicação, o principio estava correto, pois a verdadeira religião pode ser resumida em: Temer a Deus e buscá-Lo em oração.

v. 5-6 “Você se autocondena.” (Elifaz vai tentar demonstrar isso). Porém, eles o provocaram ao extremo para dizer coisas que não deveria, e agora tiram vantagem disso.

V. 7-11 Detalhes:

v. 7 resposta ao capítulo 12: 2-3 e 13: 1-2. “Você pensa que é o maioral!”

v. 8-9 resposta ao capítulo 12: 3 novamente, uma declaração cabível. Mas, Elifaz se ofende: “Você pensa que possui o monopólio da sabedoria.” – Jó nunca disse tal coisa. “Você pensa que tem algum segredo ou conhecimento superior.”

v. 10 “Respeite a minha idade e sabedoria.” *Devemos ter respeito aos mais velhos, porém, não devemos sempre assumir que a sabedoria venha com a idade. Nem sempre os mais velhos são mais sábios. Se você é sábio, não seja arrogante nem autoritário, mas humilde e acessível (que são as evidências da verdadeira sabedoria).

O ponto fraco de Elifaz parece ser o seu orgulho do conhecimento! *Vamos tomar cuidado com isso.

v. 11 Novamente, “Você não possui melhor conhecimento do que nós.”

V. 12-13 A acusação: “Jó, você perdeu completamente a perspectiva. Você está agindo contra Deus. Você blasfema de Deus!”

II. Justificando Deus, v. 14-35. (Debate)

V. 14-16 A maldade do homem. (*Até mesmo a doutrina da depravação total pode ser abusada e aplicada de forma inadequada).

v. 14 talvez uma citação do cap. 14: 1, 4. Você falou corretamente a verdade!” Mas, a aplicação no caso de Jó estava errada...considerar Jó como um peculiar pecador, digno de uma punição peculiar.

v. 15-16 “O mais santos dos homens e dos anjos não são suficientes para Deus, muito menos o homem iníquo, envolvido em pecado e blasfêmias (como você!). Deus é tão puro para tolerar você.”

V. 17-19 “Agora me ouça. Ouça a voz da experiência e sabedoria [e orgulho]. Estou passando a você o que tem vindo desde Adão, àquilo que é universalmente aceito pelos homens sábios. Nenhuma mistura de ensinos estranhos vindo de pensadores corruptos.

*Henry: “Os homens são aptos, quando condenam o raciocínio de outros, a recomendar os seus próprios raciocínios.

V. 20-35 A miséria do ímpio.

Aqui segue o mesmo velho e cansativo argumento: “Deus trata igualmente a todo homem no tempo devido.” (Quando insistimos no “tempo devido” caímos no chamado: evangelho da prosperidade).

*Aqueles que não possuem outro argumento, simplesmente tomam um pouco de fôlego para repeti-los, mesmo que seus argumentos tenham sido refutados ou provados serem falsos. Como somos teimosos!

O ímpio recebe:

- uma vida curta e cheia de dores, v.20

- destruição e más notícias, v. 21

- temor e pessimismo, v. 22

- pobreza e necessidades, v. 23

- problemas e temores, v. 24

- pobreza, v. 29

- fogo de Deus o destruirá, v. 30 (pense no cap. 1: 16)

- uma vida sem sentido, v31

- no final, a morte, v. 32-33

- desolação, v. 34-35

....tudo isso por que:

- ele se opôs a Deus, v.25

- ele obstinadamente atacou a Deus, para seu próprio prejuízo, v. 26

- ele é autoconfiante, v. 27

- ele é tolo, v. 28, Irracional. Pensa que terá sucesso onde outros falharam.

“Jó, você está enganado (v. 31) assim como os enganadores (v. 35), o hipócrita (v. 34). “Um grande pecador”

Conclusão:

Aprenda algumas coisas da natureza humana:

Como foi difícil para Jó passar por outra série de acusações da parte de seus amigos!

As inquietações (14: 1) que assolam os nossos poucos dias, vêem em parte, através dos nossos amigos. Não há amizade perfeita aqui na terra. Seja agradecido por ter Deus como amigo!

“É natural mimarmos nossos próprios sentimentos, e, portanto, nos firmarmos neles, tendo dificuldades de recuarmos.” (Henry)

Aqueles que pensam estar justificando a Deus, podem apenas estar provando a sua própria ignorância. (Como podemos saber? Permanecendo nos limites das Escrituras!)

Procure argumentar de forma justa, saudável e generosa (Caso haja qualquer sombra de dúvida). “Há uma certa injustiça, da qual mesmo homens sábios e bons freqüentemente são culpados, é a de; no calor de uma disputa, impor aos adversários as suas opiniões, as quais não são aplicadas de forma justa, levando-os a odiarem. Isto não é tratar da forma como gostaríamos de ser tratados.” (Henry)

Não coloque palavras na boca de outros a fim de condená-los por estas palavras! (“Durham: Jó nunca reivindicou ser um homem inocente, mas também nunca permitiu ser acusado de hipocrisia.”) Quão freqüentemente as ofensas se agravam por causa de argumentos errados! Esteja certo de vencer um debate com a verdade, não com um raciocínio falho, ou uma falsa lógica. Seja honesto num debate, para que você não venha a vencer uma batalha e perder a guerra. Admita que tem um conhecimento limitado. Seja humilde.

Seja cuidadoso para não cair na armadilha de argumentos falhos ou se desviar do verdadeiro assunto, apegando-se a declarações que não deveriam ser consideradas naquele momento. Ore por graça a fim de pensar com clareza, enxergar através de um argumento e responder biblicamente. Conheça bem as Escrituras!

Daniel A. Chamberlin