terça-feira, 7 de outubro de 2014

Me encante...


"Me encante da maneira que você quiser, como você souber.
Me encante, para que eu possa me dar.
Me encante nos mínimos detalhes.
Saiba me sorrir, aquele sorriso malicioso e gostoso, inocente e carente.
Me encante com suas mãos, gesticule quando for preciso, me toque, quero correr esse risco.
Me acarinhe se quiser, vou fingir que não entendi, que nem queria esse momento.
Me encante com seus olhos, me olhe profundo, mas só por um segundo,
depois desvie o seu olhar, como se o meu olhar não tivesse conseguido te encantar.
E então, volte a me fitar, tão profundamente,
que eu fique perdido, sem saber o que falar...
Me encante com suas palavras, me fale dos seus sonhos, dos seus prazeres,
me conte segredos, sem medos...
E depois me diga o quanto te encantei.
Me encante como serenidade, mas não esqueça,
também tem que ser com simplicidade, não pode haver maldade.
Me encante com uma certa calma, não tem pressa, tente entender a minha alma.
Me encante como você fez com a primeira namorada,
sem subterfúgios, sem cálculos, sem dúvidas, com certeza.
Me encante na calada da madrugada, na luz do sol ou embaixo da chuva.
Me encante sem dizer nada ou até dizendo tudo,
sorrindo ou chorando, triste ou alegre.
Mas me encante de verdade, com vontade...
Que depois, eu te confesso que me apaixonei
e prometo te encantar todos os dias do resto das nossas vidas!"

Pablo Neruda

Há certas coisas que têm que acontecer de dentro para fora.

"A vida tem sua própria sabedoria. Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar o broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que têm que acontecer de dentro para fora." 

Rubem Alves

Demis Roussos - Rain And Tears (Live In Bratislava)


Rain and tears, are the same
But in the sun
You've got to play the game

When you cry
In winter time
You can pretend
It's nothing but the rain

How many times i've seen
Tears coming from your blue eyes

Rain and tears, are the same
But in the sun
You've got to play the game

[interlude] give me an answer of love
(o----ooohhh)
I need an answer of love
(o----ooohhh)
Rain and tears in the sun
But in your heart
You feel the rainbow waves

Rain and tears
Both I shun
For in my heart there 'll never be a sun

Rain and tears, are the same
But in the sun
You've got to play the game
Game ...

O Ser Humano e a Sociedade: Individualidade ou Sociabilidade?


O homem é um ser em evolução e sua tendência natural é sair do egocentrismo. O homem tem a necessidade de pertencer a um determinado grupo social, seja a família, a escola, o trabalho e tantos outros.
Desde os primórdios da humanidade, a vida em sociedade traz em seu contexto a disputa pelos bens, disputa essa que jamais se arredará, pelo simples fato de cada ser humano constituir um universo próprio de desejos maternais, donde a necessidade de regras gerais é estabelecer limites que possibilitem a não invasão dos direitos individuais.
Quando se fala, por exemplo, em dignidade, em sentimento, amor, ódio, conhecimento, intelectualidade, desejo, indiferença, está se falando em valores intrínsecos do ser humano, em valores que constituem um patrimônio subjetivo, visualizado no mundo exterior apenas nas manifestações que cada pessoa, em determinados momentos, deixa livremente exalar de seu corpo, de seu espírito, de sua alma, mostrando-se como verdadeiramente é, mostrando-se exclusivamente "ser".
Mas, para falarmos de valores intrínsecos, temos, primeiramente, que nos reportarmos ao segundo período do Estado de Direito, que teve seu início em meados do século XIX. No Estado de Direito, vemos que atribui-se ao Estado a missão de buscar a igualdade entre os cidadãos; para atingir essa finalidade, o Estado deve intervir na ordem econômica e social para ajudar os menos favorecidos; a preocupação maior desloca-se da liberdade para a igualdade.
O individualismo, que imperava no período do Estado Liberal, foi substituído pela idéia de socialização, no sentido de preocupação com o bem comum, com o interesse público. Isto não significa que os direitos individuais deixassem de ser reconhecidos e protegidos; pelo contrário, estenderam o seu campo, de modo a abranger direitos sociais e econômicos.
O fracasso do chamado Estado Social de Direito é evidente. No Brasil, a exemplo do que ocorre em muitos outros países, não houve a mínima possibilidade de que milhões de brasileiros tivessem garantidos direitos sociais dos mais elementares, como saúde, educação, previdência social, moradia. Grande parte da população não tem assegurado o direito a uma existência digna.
As limitações ao exercício dos Direitos Individuais em benefício de uma coletividade foram o único caminho encontrado para o alcance de maior equidade social. Como disse Bobbio, "as sociedades reais, que temos diante de nós, são mais livres na medida em que menos justas e mais justas na medida em que menos livres".
Quando falamos em ser humano, em individualidade e em sociedade, não podemos deixar de falar, também, no lema "Liberté, Egalité, Fraternité", ou seja, "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" usado na Revolução Francesa, em 1784, o qual retratava o seguinte:
  • Liberdade: os homens nascem e permanecem livres e iguais nos direitos. A liberdade é considerada um direito natural;
  • Igualdade: a lei é a mesma para todos, profissões e funções públicas são acessíveis a todos, sem distinção por nascimento. Os cidadãos são iguais perante a lei, o que significa que privilégios são condenados;
  • Fraternidade: auxiliar os povos da Europa a se tornarem Estados livres como o francês.
Infelizmente, esse ideal não foi atingido durante a Revolução e nem atualmente.
Durante a Revolução Francesa, na qual a Liberdade surgiu num sentido singular, as pessoas desfrutaram de maiores facilidades e concessões, o que se convencionou chamar de direitos. Estes não eram iguais para todos, se entendermos que a igualdade era a meta mais difícil, devido à crescente divisão social. Até hoje, o homem não realizou os ideais da Revolução. No entanto, grandes mudanças ocorreram na "imortal trindade", tais como: o conceito de liberdade que passou para liberdades, "positiva" e "negativa". A primeira, "positiva", é a ideia na qualidade de cidadãos, de participação política, e a "negativa" se resume em poder fazer ou ser aquilo que se quer. A igualdade teve, nesses 200 anos, com o desenvolvimento social, um aumento nas desigualdades, e a fraternidade foi abandonada em um mundo que colocou a afirmação dos Estados Nacionais acima da solidariedade entre os povos.
A palavra caridade, junto com o lema revolucionário Francês "Liberdade, Igualdade, Fraternidade", em conjunto, formam um símbolo, uma aspiração e uma inspiração, para todas as pessoas comprometidas com os valores humanos e com a organização da vida social e coletiva do homem.
O Estado, por sua vez, na forma como se organiza, tendo em vista uma cidadania melhor, acaba por propor e criar políticas sociais que não levam em conta o cotidiano e a construção de uma cidadania crítica, participativa e de qualidade.
Sabe-se que o problema da desigualdade é um componente histórico-estrutural, que perfaz a própria dinâmica da resistência e da mudança, pois, o capitalismo representa uma sociedade de discriminação. O que se quer são formas mais democráticas, políticas sociais que reduzam o espectro da desigualdade e da desconcentração de renda e poder. O Estado pode ser um equalizador de oportunidades, desde que defina, não o seu tamanho ou presença, mas a quem serve.
A concepção de cidadania persistida pelo Estado, ainda baseia-se nos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade, onde a própria organização política, histórica e social brasileira torna-a impossível, pelas grandes desigualdades e mazelas sociais existentes.
As políticas sociais, embora tenham objetivo de proporcionar uma harmonia entre os três princípios, têm se mostrado insuficientes para resolver as contradições entre a proposta de cidadania e a sua realização efetiva.
Gumersindo Bessa 1, dá o seguinte parecer sobre o homem social: "Cada um vê as coisas conforme o ponto de vista em que se coloca. O meu ponto de vista para julgar a sociedade é este: o homem social é um carnívoro açamado (amordaçado com açamo - focinheira para cães). O açamo chama-se a lei, polícia, poder público. Nos momentos em que a vigilância do poder público adormece ou a coação legal esmorece, cai o açamo, o homem recobra toda a sua liberdade natural, e fica apenas limitado o seu poder por esta lei única: o mais fraco é presa do mais forte. Encarando assim os fatos sociais, é tão insensato o louvor quanto o vitupério. A natureza é imoral".
De todo o exposto, é inarredável que tenhamos a consciência da impossibilidade de radicalismos, porém, é necessário que o Direito observe, na sua evolução, não apenas a evolução objetiva da sociedade, mas, principalmente, o que o ser humano tem de essência, tornando-se este a razão da existência daquele.
Sonhar com um mundo de iguais: fraterno e livre. Sonhar com um mundo sem religiões em que os homens vivam apenas para o dia de hoje. Sonhar com um mundo sem patrões, sem governos, sem ricos nem pobres. Sonhar com a Utopia de Thomas Moore, com a República de Platão, com o Socialismo de Karl Marx. Sonhar com a Era de Aquários que acabou nunca acontecendo. Sonhar com um mundo completamente diferente do competitivo mundo do século 21. Sonhar, sonhar sempre!
Continuemos, pois, a sonhar. Quem sabe, um dia, conseguiremos idealizar e, acima de tudo, concretizar uma sociedade perfeita. Uma célula fraterna, gerida por um núcleo de notáveis escolhidos entre os mais sábios e mais magnânimos. Uma sociedade que funcione com uma única célula, sempre em prol do bem comum.

Rosana Madjarof

Eu gostaria...


Hoje acordei em meio a um milhão de pensamentos... ou melhor, planos de como fazer o meu hoje melhor que ontem... por sinal, ele deveria ter 48 horas... rsrs
Fiz uma oração, agradeci a Deus por tudo que tenho e quanto consigo crescer dentro das minhas limitações... sim, elas existem....pareço uma criança quando converso com meu Pai... reclamo, choro, lamento, depois me acalmo, tento escutar no meu silencio a sua voz.
Se tudo no meu mundo dependesse apenas de mim, eu estaria bem, não tenho dúvidas de quem sou e o que quero... conheço minhas metas e os meus objetivos, e o meu maior é voltar pra casa e ser chamada de minha filha.
Gostaria tanto que, quem cruzasse o meu caminho conseguisse enxergar como eu enxergo... viver como vivo e amar como amo... 

Rosa Soares

O Amor

E alguém disse:
Fala-nos do Amor:

- Quando o amor vos fizer sinal, segui-o;
ainda que os seus caminhos sejam duros e difíceis.
E quando as suas asas vos envolverem, entregai-vos;
ainda que a espada escondida na sua plumagem
vos possa ferir.

E quando vos falar, acreditai nele;
apesar de a sua voz
poder quebrar os vossos sonhos
como o vento norte ao sacudir os jardins.

Porque assim como o vosso amor
vos engrandece, também deve crucificar-vos
E assim como se eleva à vossa altura
e acaricia os ramos mais frágeis
que tremem ao sol,
também penetrará até às raízes
sacudindo o seu apego à terra.

Como braçadas de trigo vos leva.
Malha-vos até ficardes nus.
Passa-vos pelo crivo
para vos livrar do joio.
Mói-vos até à brancura.
Amassa-vos até ficardes maleáveis.

Então entrega-vos ao seu fogo,
para poderdes ser
o pão sagrado no festim de Deus.

Tudo isto vos fará o amor,
para poderdes conhecer os segredos
do vosso coração,
e por este conhecimento vos tornardes
o coração da Vida.

Mas, se no vosso medo,
buscais apenas a paz do amor,
o prazer do amor,
então mais vale cobrir a nudez
e sair do campo do amor,
a caminho do mundo sem estações,
onde podereis rir,
mas nunca todos os vossos risos,
e chorar,
mas nunca todas as vossas lágrimas.

O amor só dá de si mesmo,
e só recebe de si mesmo.

O amor não possui
nem quer ser possuído.

Porque o amor basta ao amor.

E não penseis
que podeis guiar o curso do amor;
porque o amor, se vos escolher,
marcará ele o vosso curso.

O amor não tem outro desejo
senão consumar-se.

Mas se amarem e tiverem desejos,
deverão se estes:
Fundir-se e ser um regato corrente
a cantar a sua melodia à noite.

Conhecer a dor da excessiva ternura.
Ser ferido pela própria inteligência do amor,
e sangrar de bom grado e alegremente.

Acordar de manhã com o coração cheio
e agradecer outro dia de amor.

Descansar ao meio dia
e meditar no êxtase do amor.

Voltar a casa ao crepúsculo
e adormecer tendo no coração
uma prece pelo bem amado,
e na boca, um canto de louvor.

Khalil Gibran