terça-feira, 30 de setembro de 2014

Eu e minha chatice...

Hoje de manhã me diverti com uma curiosa pergunta feita com cuidado e carinho: “Querido Flavio Siqueira, vc é tão questionador em todos os aspectos e tão em paz em todos os aspectos…Já se sentiu chatinho?”
Pensei sobre isso e conclui que já. Nem tanto eu, mas tantos que convivi me taxaram assim. Nem sempre eles estavam errados. É mais fácil os outros perceberem nossa chatice do que nós mesmos reconhecermos.
Às vezes sinto que estou chato. Consigo perceber quando algo me incomoda por pura implicância, quando o mau humor não tem causa objetiva, quando é melhor eu ficar no meu canto, quieto com meus resmungos interiores. Sim, às vezes me sinto chatinho.
Mas você tem razão quando diz que estou em paz. Aprendi a ter paz com minha chatice, especialmente por não ter nenhuma pretensão de perdê-la. É preciso um pouco de chatice para recusar formas, para posicionar-se “contra a maré”, para sustentar um ponto de vista que acredita diante de uma multidão contrariada, para caminhar no anti fluxo. Nesse caso, ser “chato”, é quase inevitável.
O desafio é que a “chatice” não vire dogma. É preciso ser um “chato equilibrado”. Reconhecer quando a chatice é necessária ao mesmo tempo em que abre mão de ser dono da razão, de tentar impor seu ponto de vista, de entrar em discussões. É preciso subjugar a chatice ao amor.
É isso que nos pacifica e promove a consciência de quando a chatice é necessária e de quando é só chatice mesmo. É importante não confundir uma coisa com a outra. Quando for necessária, iluminamos nosso posicionamento em amor com humildade e respeito.
Quando for apenas chatice, aquele mau humor implicante que às vezes todos sentimos, identificaremos com imparcialidade suficiente para reconhecermos que não é o outro, nem a situação específica, mas somos nós, tentando de alguma maneira projetar nosso ego. Nesse caso melhor ficar quieto no canto esperando que passe.
É preciso lembrar que, independente de qualquer coisa, “enxergar” no mundo cheio de cegos pode ser mal interpretado. Ter opinião em tempos “politicamente corretos”, pode parecer chatice. Questionar, refletir, provocar desconstruções é ameaçador para muita gente que, ao invés de parar e pensar, prefere dizer “é um chato!”. Para esses é menos ameaçador deslocar o foco de si mesmo, evitar perceber-se e projetar na chatice alheia o que não quer encarar.
Só que isso não pode ser argumento para que eu seja um chato, muito menos um chato que não reconhece sua chatice. Enxergar-se implica coragem de expor nossa humanidade, inclusive nossos “defeitos”, sem negá-los, muito menos justificá-los, mas livres para expor o que somos sob a luz da consciência do amor. É isso que nos dá equilíbrio para evoluirmos e ficarmos em paz. Cuidemos do que estamos nos transformando e aquietemo-nos. Fique bem.

Flavio Siqueira

O Perdão – Vingança ou Justiça?


O perdão melhor causa para o que perdoa, sendo assim destituído do horrendo sentimento de vingança. O culpado por isso é absolvido? Óbvio que não. A seu tempo enfrentará sua culpa e diante dela terá a oportunidade redentora de se retratar perante suas vítimas. Se assim não fosse, não existiria justiça Divina, só a dos homens que sofre inumeráveis mudanças para se adaptar a realidade que hora vivemos.

A vingança é um sentimento pequeno, destituído de qualquer nobreza. Só serve para saciar a fome de seres que se contentam com “essa” vida, que acham que “aqui se faz, aqui se paga”, que pensam muito antigo, ultrapassados e saudosos da Lei de Talião: “olho por olho, dente por dente”. Se o Mestre nos ensinou a “dar” a outra face, porque vamos fazer justamente o contrário? Entenda-se: dar a outra face não quer dizer “Dar a cara a tapa”, quer dizer “Perdoar”.


Justiça é dar oportunidade aos ofensores de se redimirem, de se arrependerem. Quem nunca ofendeu ninguém? Quem nunca sentiu vontade de fazer com que o outro sofresse? A Justiça do Pai é maior do que a “Pena de morte”, do que a “vingança”. A Justiça que vem do alto é sempre a mais sensata. Devemos esquecer as ofensas? Na medida do possível sim, mas as marcas ficam. Se houver boa vontade essas cicatrizes nos fazem lembrar sim, mas, com certeza sem ódio, sem rancor.
Ana Maria Carvalho

O deserto e a liberdade

Não é sem motivo que Deus, logo após libertar o povo da escravidão no Egito, os conduziu para o deserto. A passagem pelo deserto era necessária para ajudá-los a deixar para trás a mentalidade da escravidão e a compreender a nova liberdade que Deus lhes estava oferecendo. Quando damos o nosso sim a Deus, ele sempre nos conduz ao deserto.
O nosso deserto não é igual ao das areias do Neguev ou do Saara. Nosso deserto é o lugar onde somos levados a refletir sobre nossas ilusões, as expectativas infantis que nos mantêm alienados, inclusive de pessoas que amamos; os medos que mascaramos ou sublimamos em nossa busca frenética por realização e entretenimento. No deserto, não temos um caminho claro e seguro, nenhuma distração, nada que nos excite. Nele, o futuro é incerto, nos vemos vulneráveis e fragilizados, e experimentamos a força das trevas interiores do medo.
Por outro lado, o deserto é o lugar do encontro com Deus, da rendição do orgulho e da ilusão de sermos senhores do nosso destino. É o lugar da companhia divina, do silêncio diante de Deus, onde a quietude nos ajuda a reconhecer a presença dele. O silêncio que nos torna mais atenciosos à voz de Deus. Para sermos livres, precisamos nos afastar, por um tempo, do mundo dos homens para entrarmos, a sós, no mundo de Deus. Um tempo no qual as paixões, tensões, pressa, vão, lentamente, cedendo espaço para percebermos a realidade à luz da eternidade e restabelecermos o valor correto das coisas. No deserto, reduzimos nossas necessidades àquilo que é essencial.
A enfermeira americana Bronnie Ware escreveu um livro sobre os “cinco maiores arrependimentos ou lamentos de pacientes terminais”. Depois de acompanhar por vários anos estes pacientes, ela listou aquilo que eles gostariam de ter feito e não fizeram, como: ter mais tempo para os amigos e não ter trabalhado tanto. O deserto deles trouxe uma outra dimensão de suas reais necessidades.
Na solidão do deserto, descobrimos a suficiência da graça de Deus. Teresa de Ávila (1515--1582) descreveu num poema sua experiência no deserto:

Nada te perturbe,
Nada te espante.
Tudo passa.
Deus não muda.
A paciência tudo alcança.
Quem tem a Deus,
Nada lhe falta.
Só Deus basta.

Nossa necessidade primeira é Deus. De tudo o que aprendemos no deserto, a lição mais importante é que aquilo de que mais necessitamos encontramos na comunhão com Deus. A experiência do deserto nos conduz ao auto esvaziamento, ao desapego dos ídolos que nos oferecem a falsa segurança, e à completa submissão a Deus e aos seus caminhos. Aprendemos a ver a vida desde a perspectiva da eternidade, o que nos ajuda a colocar em ordem nossos valores.
A verdadeira liberdade nasce do deserto. Foi no deserto que Jesus reafirmou a identidade dele e seguiu livre para realizar a missão dele em obediência ao Pai. Não precisou usar nenhum artifício para se autopromover. Foi livre para fazer o que tinha de fazer, assumir a cruz e, no fim, morrer. O deserto nos liberta dos falsos deuses, das mentiras e ilusões que nos fazem pessoas controladoras e manipuladoras. Rompe com a falsa sensação de que temos controle sobre o nosso destino. O deserto nos torna pessoas mais verdadeiras, livres, e mais conscientes de nossa total dependência de Deus.

Ricardo Barbosa de Sousa

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Ser em liberdade

Que a nossa existência seja a mais linda expressão de liberdade. Ser livre não implica necessariamente em fazer o que der na telha na hora que quiser, isso é coisa de criança mimada. Ser livre é um estado de espírito que transcende todas as tentativas de condicionamento.
Um ser livre enxerga além dos rótulos, dos gêneros, das “castas”. Não se prende a necessidade de afirmação de nenhuma natureza, não sente nenhuma necessidade de ser maior; sabe que isso é ilusão.
Liberdade é escolher por onde caminhará, mesmo que os cenários não sejam os ideais. É saber que há dias mais difíceis do que outros, há curvas, há tropeços, mas em tudo oportunidade de significado, de ser em liberdade.
Erra quem pensa que é livre porque escolhe a roupa que usa, o carro que tem, a viagem que fará, o candidato que vai votar. Isso não é liberdade. Liberdade é ser quem é, mesmo quando o mundo parece escuro. É a coragem de manter-se integro em dias difíceis e a pacificação que somente os que andam em consciência tem.
Ser livre é relacionar-se com a vida como parte de si mesmo, extensão da própria consciência que se projeta em cada expressão de vida, em cada movimento, em cada oportunidade para ser amor.
Liberdade não se vincula a espaços. Há prisioneiros livres, homens do campo presos. Liberdade se vincula a capacidade de enxergar as tentativas de enquadramento, seja psicológico, religioso, intelectual, social e não permitir algemar-se.
Quem anda em liberdade vive em simplicidade. Esse sabe que jamais necessitará de castelos e exércitos, não se deixará seduzir pela conquista de reinos, jamais tentará controlar mentes. Liberdade é ser quem é e viver na paz que não se vincula à “bons” ou “maus” acontecimentos.
Seja na luta, seja na dor, ainda que nem tudo esteja claro, um ser livre enxergará na sutileza dos sinais cotidianos razões para despertar um pouquinho por dia, sempre na direção do rio de paz, aquele que nos abriga mesmo nos dias difíceis, o rio que mora dentro, nos alimenta, nos dá razões para que, independente dos cenários exteriores, nossa existência seja a mais linda expressão de liberdade.

Flavio Siqueira

Viver na defensiva

O comportamento defensivo se externa quando a pessoa, através de suas desconfianças, percebe perigo no grupo, desgastando assim suas energias numa autodefesa - que pode ser inútil, se o perigo não for real e não passar de uma "encucação" da pessoa. Nesta óptica, dividimos as pessoas em dois tipos. De um lado, temos as pessoas naturais, seguras, que enfrentam os desafios e são mais sinceras. Sabem moldar-se às necessidades, porque acreditam em si próprias. Não que deixem de sentir as injustiças, mas vão caminhando em meio a elas, vão caindo e se levantando, aprendendo, amadurecendo e trocando ideias. E dessa forma que se realiza a troca afetiva.

De outro lado, há pessoas inseguras ou medrosas, que nunca estão no seu natural. Colocam-se sempre na defensiva, preocupadas consigo mesmas, num esforço desmedido em saber como estão sendo vistas pelos outros, como devem fazer para serem identificadas de forma mais favorável: como vencer, impressionar, manter-se impune ou, então, como reduzir ou evitar um ataque por antecipação.

As pessoas soltas, menos preocupadas com o seu mundinho, mostram sempre o que são. Se agradam, ótimo. Se não agradam, não se desesperam. O que não as impede de se questionarem sobre possíveis falhas em seu comportamento. Elas têm capacidade de reconhecer o próprio erro e voltar atrás, pela consciência profunda de seus limites humanos.

Mas há o reverso da medalha. Determinadas pessoas são sempre "as tais". Como donas da verdade, não admitem nada que contrarie seu modo de pensar e ser. Querem que os outros ajam pela cabeça delas, ao mesmo tempo que usam a defesa para não serem atacadas. Só que a melhor atitude perante a vida é a sinceridade. Se alguém errou, por que não admitir o próprio erro? Se ninguém é perfeito, por que justificar-se o tempo todo ou abusar das justificativas para mostrar-se diferente do que na verdade é? Quem se justifica continuamente não tem fibra, responsabilidade, respeito pêlos outros. Desgasta de tal forma as desculpas, que ninguém mais acredita nelas.

O defensivo sempre pensa que os outros são bobos. Não quer dar o braço a torcer em determinadas circunstâncias, para não mostrar suas fraquezas. E, ao tentar enganar os outros, engana-se a si mesmo. Mas em pior situação está aquele que, além de colocar-se na defensiva, é agressivo. Externa, com esse procedimento, as frustrações, angústias e mágoas que carrega dentro de si. Esquece-se de que ninguém deve pagar pelo seu mau-humor. Essas pessoas costumam gritar primeiro para impressionar, tentando encobrir a falta de
regam em seu íntimo.

O esforço para ser verdadeiro sempre foi e é válido. Se todos parassem para refletir sobre a própria vida, descobririam as razões pelas quais andam tão agressivos, mal-humorados, chatos, fofoqueiros, "cutuquentos", tão do lado errado. É só parar para pensar, e essas pessoas descobrirão as falhas dentro de si. Um bom parâmetro é este: se dez pessoas estão contra mim, impossível que só eu esteja certo. No momento em que ocorre essa constatação, é hora de fazer autoanálise e ver as razões disso.

Inúmeras pessoas queixam-se de que tudo lhes sai errado na vida. Deve haver uma causa para esse azar todo. Há coisas que não dão certo mesmo. Mas algumas saem erradas por culpa da própria pessoa. De quem quer que seja a culpa pelo fracasso, é importante que a pessoa malsucedida naquele momento não desconte seus infortúnios em cima de quem convive com ela, usando parentes e amigos como bodes expiatórios. O que ela deve fazer é manter a serenidade, ter paciência e ir consertando os desvios de rota que aconteceram.

No mundo dos defensivos, existem dois tipos de pessoas: a melosa e a agressiva. As duas assumem atitudes errôneas. A melosa apela para a chantagem emocional, fazendo-se de vítima quando deseja esconder-se atrás de uma desculpa. Agindo assim, pensa que impressiona ou comove seu interlocutor. Ledo engano. Ninguém é tão bobo a ponto de acreditar todos os dias em desculpas esfarrapadas. Enganar algumas vezes é até possível. Mas sempre, não.

Os que se colocam na defensiva através da agressividade não querem se sentir expostos (e por isso criam uma barreira de medo que afasta as pessoas) ou desejam impressionar de alguma forma aqueles que deles se aproximam. Esses ficarão sozinhos na vida. No começo, acharão bom, mas depois concluirão que convivência não é isolamento.

Há outra forma de agredir: a daqueles que ficam sempre "em cima do muro", tentando levar vantagem e tirar partido dos dois lados. Esses são uns coitados. Têm um trabalho insano para se equilibrar entre duas posições e, no final, desagradam a todos e a si mesmos. Agradar a gregos e troianos é algo que ninguém nunca conseguiu.

Na vida há coisas boas e más, das quais gostamos ou não. Há sonhos frustrados, empenhos não gratificados. Essa é a condição do ser humano. Em meio a tantas vicissitudes e divergências, o que vale é a vontade, o querer. O modo de viver em sociedade deveria brotar dessa vontade de querer ser sempre sincero, legal, sem artifícios nem "armações". Seria bem mais fácil viver.
Maria Helena Brito Izzo

O amor é bipolar


E se eu achar que te amo só porque hoje acordei assim meio carente?
E se eu sentir falta do seu abraço, só porque lembrei que é o melhor que ganhei na vida?
E se eu quiser perder a hora conversando com você num bar de novo, mesmo que você tome só duas cervejas até ficar sem graça porque eu fiquei no suco de laranja?
E se eu olhar pra quela lua linda que está lá fora e desejar estar na beira do Lago olhando pra ela junto com você?
E se eu quiser que aquele plano nunca cumprido de uma viagem juntos seja de verdade?
E se eu ouvir sozinha todas as músicas que eu sei que você gosta pra ver se você fica perto de mim, mesmo que de mentirinha?
E se eu jurar esquecer que vi defeitos em você que me pareciam impossíveis de superar?
E se eu prometer que vou tentar viver só o hoje, como você me ensinou, e não te cobrar nada mais que venha após o sol nascer?
E se eu garantir que vou ser mais leve e parar de pensar tanto?
E se eu não mudar tão rápido e quiser sua ajuda para aprender aos poucos?
E se eu continuar sendo assim, tão eu, por achar que, poxa vida, alguém vai ter que me aceitar?
E se você voltar e eu decidir que não quero mais?
E se eu perceber que não te amo coisa alguma, que era só carência mesmo?
Adriana Caitano

domingo, 28 de setembro de 2014

Algumas razões para te amar...

Um homem ama não somente a beleza de uma mulher, mas o que ela tem de mais imperfeito. Ama suas pernas, boca, cabelo, partes secretas, instintos e desejos, mas amamos também sua TPM, seu mal humor e sua ditadura domiciliar.
O homem ama os sonhos da mulher, suspiros e delírios, ama cada movimento cada tormento que sua presença ou ausência podem nos causar. O homem pode amar cada passo da mulher, cada caminho que ela escolher, cada destino que ela traçar, ele seguirá... e se for para se perder,  ele dispensará o sol, a bússola, e os mais modernos o GPS. O maior desejo do homem é perder-se por uma mulher. Isso não tem nada a ver com questões de sexualidade, perder-se nesse universo é descobrir os mistérios da criatura mais amada já criada. Não que o homem queira desvendar tais segredos, esse ainda não é o objetivo. Já ficaríamos satisfeitos em participar, minimamente da esfera que compõe os sonhos femininos.
O homem quando resolve amar uma mulher, ele não resolve, se vê em uma situação de xeque-mate! A mulher ganhou! 
O homem que diz não amar mulher alguma apenas mascara a sua verdade e o que é inevitável.
O homem pode amar várias mulheres ao longo da vida, mas uma vai tê-lo sempre nas mãos.
Não há como evitar ser dela, de alguma maneira ela te fez chegar até aqui, bem onde ela quis.
Eu cheguei onde você esperava que eu estivesse e e se você ainda não me viu é porque atrasei um pouco.
Você foi ou será aquela que me teve e ou terás às mãos, será a mais linda e cheia de segredos que vou conhecer... a mais surpreendente, quando eu achar que já me esqueceu e a mais previsível quando necessitar de um abraço meu.

E é por isso que sempre direi que te amo, sem surpresas, sempre previsível...bem simples, TE AMO!

Pedro Hermes 

Fonte: Recanto das Letras

A Dor Do Carente


É muito comum as pessoas usarem o termo carência afetiva para definir o comportamento inadequado de alguém. Não deixa de ser uma atitude leviana, pois a carência afetiva é algo profundo, que faz sofrer e atrapalha tremendamente a vida de quem carrega essa marca da infância.
O ser humano é fruto da índole com que nasce – carga genética e natureza – e do meio ambiente – pessoas, local onde vive, educação, exemplos, atendimento de suas necessidades, orientação. Esses componentes contribuem radicalmente para a formação de seu caráter e sua personalidade e das descobertas que faz de si mesmo.
Desde que nasce até o dia em que morre, mas principalmente nos primeiros anos de vida, o homem precisa receber amor, afeto e carinho para que possa se desenvolver de maneira adequada, de acordo com sua realidade. Dessa forma, aprende a ter responsabilidade, respeito, disciplina, limite e garra. Torna-se capaz de lidar com as frustrações, com o medo, com a angústia e com as limitações. Depende, pois, desse aprendizado, a forma de a pessoa se posicionar perante a vida.
Se alguém na infância recebe na medida certa o amor, o carinho, o afeto, o apoio e – por que não? – também a bronca ponderada, mas sente-se valorizado, estimulado, elogiado, bem como corrigido, desenvolve-se de forma adequada. Se, pelo contrário, vive num ambiente desestruturado, em que não é ajudado a se desenvolver, a se descobrir, a participar, a se posicionar, sua personalidade fica esburacada. Um desses buracos é formado pela carência de afeto. Quando não o recebe na dosagem certa, a pessoa se ressente, carregando essa deficiência como um pesado fardo pela vida afora. Se não entender o porquê desse vazio interior que sente e não tentar superá-lo, será uma pessoa muito infeliz, porque sempre estará insatisfeita, por mais afeto que receba. Numa comparação bastante vulgar, sua vontade de comer será maior que a comida existente.
Estas pessoas são mal-amadas e não resolvidas consigo mesmas. Não gostam de si e se julgam incapazes de serem amadas, porque não foram satisfeitas quando crianças na área do amor e do afeto. A carência afetiva é “irmã gêmea” da rejeição. A pessoa sente-se rejeitada porque não recebeu amor. Não se sente amada porque, de certa forma, se encolhe, não acreditando e não confiando em si. Mas se não acredita em si, é porque não recebeu esse crédito. Resultado: sua vida é marcada pela revolta, pela apatia, pelo isolamento, pela agressão, pela fuga e pela tirania. E impossível avaliar os estragos que a carência afetiva ocasiona dentro da pessoa.
Essa forma de ser e agir faz sofrer em excesso quem é vítima desse mal, pois o afasta dos colegas de trabalho, dos amigos e da família. É que ele se torna tão egoísta e frio que não sabe transmitir afeto para os outros. Tem medo de mostrar seus sentimentos.
Quando alguém percebe que precisa muito de afeto, de carinho, e que não vive no presente, mas quer compensar o passado que não teve, não conseguindo superá-lo, tem de procurar ajuda. E um sinal claro de que a carência afetiva o está dominando e chegou o momento de sair de si, para administrar essa verdade que não quer aceitar.
Parece frio falar dessa forma, mas é possível aos que são mais equilibrados chegar à conclusão de que, se não foram amados na infância por determinadas pessoas, hoje podem ser amados por milhares de outras. Se não tiveram pais que os amaram da forma como necessitavam, podem ter um irmão, um filho, um amigo, alguém que os respeite, os admire. E por esse lado que se deve pender, a fim de superar e preencher um pouco esse vazio. A lacuna ficou, mas é possível remediá-la, colocando um novo amor, preenchendo a vida com o afeto pêlos outros e deixando-se amar. Isso é que lhe dará forças para vencer essa barreira. Quando a pessoa não se ama e não se sente, amada, dificilmente consegue superar seus limites. É possível compensar essa falta dando afeto, em vez de só querer recebê-lo.
Aquele que sente que seu comportamento não está natural, tem de procurar a causa disso. Já que a carência faz sofrer tanto, é preciso buscar soluções e jogar fora o negativo que impregnou sua vida. Deve-se eliminá-lo para poder ser feliz, sentir-se amado, contente, satisfeito, afetuoso, sensível, sem medo e sem ficar com aquele vazio no estômago eternamente. Se a pessoa sabe administrar bem seus sentimentos e faz uma experiência profunda de amor, consegue superar essa situação.
Carência afetiva é uma doença de caráter emocional que se esconde no íntimo do indivíduo, mas que pode ser curada com muito carinho e afeto

Luiz Carlos Gomes

sábado, 27 de setembro de 2014

Se eu morrer antes de você...


Se eu morrer antes de você, faça-me um favor:
Chore o quanto quiser, mas não brigue comigo.
Se não quiser chorar, não chore;
Se não conseguir chorar, não se preocupe;
Se tiver vontade de rir, ria;
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão;
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.
Se me criticarem demais, defenda-me;
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam;
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo…
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase:
– Foi meu amigo, acreditou em mim e sempre me quis por perto!
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal.
Outros amigos farão isso no meu lugar.
Gostaria de dizer para você que viva como quem sabe que vai morrer um dia, e que morra como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Mas, se eu morrer antes de você, acho que não vou estranhar o céu.
Ser seu amigo, já é um pedaço dele…”

Chico Xavier

Tristeza.




Em toda nossa vida já nos deparamos com pessoas felizes, carinhosas, engraçadas, estressadas, ansiosas, hiperativas, interessantes, tímidas e até mesmo nos deparamos com pessoas tristes. Nós já fomos pessoas tristes. Ninguém é 100% do tempo feliz e cheio de amor para dar. Mas jamais nos perguntamos se é possível morrer de tristeza. Afinal não há nada na história da medicina, nem nos boletins policiais de que alguém faleceu de tristeza. A tristeza não mata os órgãos, não apodrece como algumas doenças. Ela é mais dolorida, mais lenta e sofrida que as demais dores, que as demais mortes. Simplesmente, porque te faz vegetar, se tornar um peso na terra. Um zumbi ambulante pela vida das pessoas. Faz você esquecer que ainda vive, que ainda está na "Terra", que pode dar a volta por cima. Tira a vontade de recomeçar. De virar a página, dar um novo fim àquela história, ou quem sabe um novo começo. Te faz esquecer que ainda respira, que ainda fala, que ainda anda.
Mas quem somos nós para falar da tristeza alheia? Aliás, quem somos nós para julgar a tristeza alheia? Como é falar do que os outros sentem, se não é na nossa pele, na nossa carne. Como saber a intensidade daquele sofrimento, se não o estamos sentindo? Não sabemos o que aquela pessoa viveu para sentir tal dor. E não sabemos até que ponto viverá sentindo tal dor. Quem é que pode me dizer ao certo, o que existe dentro de mim? O que sinto? Se estou feliz, ou triste, se não eu mesmo? Só eu, só você, só ela e ele sabem ao certo o que se passa dentro da cabeça e do coração. O "morto" de tristeza ainda está por aí. Vagando, andando, esperando para que o tempo cure aquela ferida. Mas não sabe ao certo quantas doses de tempo terá que tomar para que seja curado.
Quando não damos importância ao tempo, deixamos que a tristeza se alastre, se espalhe pelo nosso corpo e mente. Lenta ou rapidamente. Nos deixa inseguros. Nos causa depressão, loucura, raiva, nojo...
Também traz sintomas visíveis, como choro, insônia, indisposição, gritos, cansaço...
São tantos os motivos que causam a insuportável tristeza. Evitada por todos nós, ela nos invade sem percebermos, nos invade quando não estamos preparados mental e fisicamente para tal dor. A notícia da perda de um ente querido, aquele que se foi antes de uma despedida decente. Sem aviso prévio. Aquele que você deu boas risadas e compartilhou bons momentos.
Também tem aquele amor antigo, aquele jurado "forever and ever". Aquele amor que você achava que envelheceria ao seu lado, de mãos dadas no balanço ou na mesa de jantar. Aquele que te ajudaria a lavar louça. A arrumar a mala de viagem. Aquele que te deu broncas quando voltou a fumar. Esse amor que tanto foi julgado e esperado eterno, se apagou nas cinzas do tempo. E com ele veio ela. A tristeza anda ao lado de todos os momentos, não controlamos como eles podem terminar, eles apenas terminam. E lá vem a famosona, nos derrubando pouco a pouco. Como se fosse um resfriado. Nunca esperamos por uma gripe num dia de verão.
E é claro... Não podemos esquecer em hipótese alguma a tristeza de perder um amigo. Aquele fiel amigo que te carregou no seu primeiro porre. Aquele que passou pasta de dente em você, enquanto dormia. Aquele que contou com você em todos os momentos, e você igualmente. Aquele que te abraçou forte e falou sem receio algum que te amava. Lembra? Lembra dessa amizade? O sincero aperto de mão, o demorado e forte abraço em público. Essa dor, essa perda é real. Acontece com todo mundo. Infelizmente... Se eu pudesse pedir por algo, pediria morrer antes de todos os meus queridos, assim não passaria pela dor e tristeza da perda. É egoísmo pensar assim, mas para mim a tristeza nunca é bem vinda.
A tristeza é um sentimento tão superior ao amor. O amor te dá asas, te deixa bobo e sem noção do que é real e fantasia. A tristeza não, ela te coloca no mundo, corta suas asas e te faz ver que o mundo não é perfeito e que as coisas às vezes não são como você gostaria que fossem. A tristeza fica ao seu lado na vida e na morte. Você chora, eu choro, ele e ela choram. Não por sermos ingênuos ou frágeis, mas por sermos seres humanos, de carne e osso, por sermos reais. E não essa mentira vista na TV, de pessoas lindas com pessoas lindas, de pessoas que vivem felizes para sempre, correndo na praia ou num grande campo, que seja... a tristeza não é apagada com dinheiro, joias, prêmios, carros. Não existe cura. Por mais que um dia você se sinta feliz, esse vírus retorna. Te ataca, te derruba. Fazendo você voltar ao mundo real. Colocando seus pés no chão. E quando você se der conta, já terá morrido de tristeza. 


Cheia de Vida.

A dona do sorriso mais lindo vai passar
E quando ela passar
Não quero ver ninguém perdendo a linha
Ela vem com o seu sorriso estonteante.
Dona de um lugar que é só dela
Vem com a sua imunidade musical
Você é tão cheia de vida

Ninguém resiste a você
Você é tão cheia de vida
ninguém resiste a você

Quando você encontra uma pessoa que te faz esquecer tudo,e que te faz tão bem
Seja qualquer problema e você nem lembrar

Quando você encontra uma pessoa que te faz esquecer tudo e, que te faz tão bem
Seja qualquer problema e você nem lembrar
E você nem lembrar

Eu quero que você fique segura
Fazer amor contigo na minha cama ou na sua
Uma dose muito forte não vai ser suficiente
Me sinto mais em casa quando você está presente

Então fica mais, fica mais um pouco
Por que muito de você pra mim ainda é pouco

Então fica mais, fica mais um pouco
Por que você me deixa muito louco.
você é tão cheia de vida
ninguém resiste a você
Você é tão cheia de vida
ninguém resiste a você

Charlie Brown Jr

Pare de reclamar! Quem reclama muito tem baixa autoestima



É vital ter auto domínio sobre nossa mente para transformar nossa realidade e recriar nosso mundo interno e externo.
Nossos pensamentos moldam nossa vida, criam nossas circunstâncias. ‘Somos formados por nossos pensamentos.
Nós nos tornamos o que pensamos”, disse Buda.
Você está criando sua própria vida a cada momento por meio de seus pensamentos, de suas palavras e das ações que os pensamentos produzem. Suas palavras revelam o que você pensa.
Compreendendo isso, você pode promover uma mudança importante na sua vida, em seu ambiente familiar, social e de trabalho.

Mude seus pensamentos e você mudará sua saúde, seus relacionamentos, seu destino. Controle seus pensamentos e se tornará mestre de seu destino, capitão de sua alma.

Sua vida é como um filme, dirigido, produzido e estrelado por você. Você pode mudar esse roteiro. Se você não gosta de alguma coisa, pode mudá-la. Se não puder mudá-la, pode mudar sua atitude. Em vez de reclamar, transforme-se para melhor.
James Allen disse: “Você está hoje onde seus pensamentos o trouxeram e estará amanhã onde seus pensamentos o levarem.”
A Filosofia do Yoga nos ensina que nossa mente, nosso ego são como cavalos selvagens, sem direção. Se não seguramos as rédeas, esses cavalos nos levarão para o abismo dos vícios, dos desejos dos sentidos, dos pensamentos negativos, das ações incorretas, do sofrimento causado pela raiva, mágoas.
Você pode se esforçar conscientemente para mudar seus padrões mentais negativos que são como um disco rígido mental. Não é uma tarefa fácil e nem de um dia para o outro. É necessário determinação, perseverança, motivação.
Um grande passo para essa transformação interna é parar com o hábito de reclamar.
“Faça tudo sem reclamar”, Filipenses 2:14

Quem reclama muito tem baixa autoestima

Reclamar é uma maneira de chamar atenção para si mesmo. Muitas pessoas reclamam muito por terem baixa autoestima, por se sentirem inseguras ou como desculpa para não se expandirem, para não se esforçarem.
Perceba no seu dia a dia como sua mente oscila entre ondas positivas e negativas. Tenha consciência de seus pensamentos. E, observe como, muitas vezes, seus pensamentos estão sendo mais destrutivos do que construtivos.
Você pode achar que é uma pessoa positiva e animada, e suas palavras podem transmitir otimismo, mas perceba se você está reclamando sem parar. Observe se está exprimindo seu lado positivo ou seu lado negativo.
Reclamar é falar de coisas que você não quer em vez de falar daquilo que você quer. Ao reclamar você atrai mais daquilo que você não deseja. A energia negativa da reclamação se expande e retorna para você.

Ao falar de coisas negativas e tristes, você recebe coisas negativas e tristes do universo. Ao falar de coisas positivas e das quais você é grato, você atrai aquilo que aprecia e deseja. Seu padrão de fala cria sua realidade cotidiana. Mesmo ser ter consciência disso, você traça o curso de sua vida diária e, os resultados podem ser bons ou ruins.

Entenda bem a diferença entre reclamar e comentar que algo não está bom, sem sentir raiva. Às vezes, precisamos corrigir algo que não está certo ou ensinar a alguém a agir corretamente, e precisamos fazer isso sem expressar energia negativa. É importante entender essa diferença.
Quando você reclama, está fazendo um pedido ao universo para receber mais motivos de reclamação e essa espiral negativa se perpetua.
Exercite a gratidão
Para sair dessa energia negativa é necessário parar de reclamar, de se queixar, e demonstrar gratidão por tudo que lhe acontece.
Faça agora uma contemplação para contar suas bênçãos. Escreva agora em um papel cinco coisas pelas quais você sente-se grato.
Quando você escreve em um papel, em vez de apenas pensar, você consegue sentir gratidão. Mantenha esse sentimento de gratidão pelo seu dia inteiro e perceba como você vai se sentir mais leve, mais contente.
Um bom livro para você se aprofundar nesse assunto é: Pare de Reclamar e concentre nas coisas boas, de Will Bowen, Ed. Sextante.
Esse livro fala do poder de se ficar 21 dias sem queixar, sem falar mal dos outros, sem ficar focado na mente da negatividade. Mostra que a vida pode ser melhor se mudarmos de atitude e pararmos de ver apenas o que há de errado.
Ensina um método simples e eficaz para lhe ajudar nesse processo: escolha um objeto (que pode ser uma pulseira, um anel ou outra coisa), e mude-o de posição toda vez que fizer uma queixa ou uma crítica.
Tenha perseverança para seguir esse método que tem ajudado a muitas pessoas. Insista, sem desistir. É um desafio que pode transformar sua vida, pois ao adotar uma postura positiva você abre caminho para o bem-estar, para a saúde, para ser mais feliz. Fique em paz! 

Emilce Shrividya Starling
Fonte: Vya Estelar

Sair da depressão, ato de coragem


Tenho visto muitos casos de depressão, e neles pude observar alguns padrões mentais prejudiciais e em geral não perceptíveis para o deprimido. Poder mudar o que pensa é uma dádiva que nós seres únicos podemos ter, se pensamos uma coisa qualquer, a qualquer momento podemos pensar nela de forma diferente. Na depressão a sensação de não conseguir tomar nenhuma atitude é constante, desistir de ideias que façam melhorar, na hora que consegue ter forçar para ir ao terapeuta, dar uma saída com amigos, fazer algo bom por si, essa vontade na hora”H” se esvai, e com ela todas as possibilidades de sentir-se melhor e sair de um padrão mental ruim. Se estiver muito triste procure sempre fazer algo que goste, lembre-se das coisas que gosta (porque até elas podem ter sumido). Não deixe a tristeza perdurar demais, veja o que você pode fazer para sair dessa situação (e não vale dizer “nada dá para ser feito”) afinal seres humanos podem tomar atitudes. Procure ajuda se estiver além das tristezas, terapias e médicos existem justamente para ajudar a superar crises. Medite, tire uns minutos para ativar suas forças internas, fazer uma oração, meditação, respirar e pensar que isso tudo vai passar. Atos de coragem são necessários, investimos em tudo e em todos e na hora que precisamos abrimos mão de nossa vida e nossos sonhos? De forma alguma abra mão de você e da vida que tem, ela pode melhorar a partir do momento que você decidir que isso será feito, que você está no comando das suas ações e ninguém mais. Tome seus bons pensamentos para você, coloque seus planos em ação, comece a sonhar novamente. Sonhar é necessário para todos, através deles que construimos metas e planos. Se viu que parou de sonhar, tente começar de novo, nem que seja com um sonho pequeno. Viver é um ato de coragem, viver bem ou mal está em nossas mãos. Aprenda que experiências ruins todos tem, mas tenha dignidade de pensar nelas como aprendizado. Saber pedir ajuda também é necessário quando as forças se esvaem, investir em sua melhora, em sua qualidade de vida, em seus sonhos, em suas meditações. Viva bem!!! Sorte sempre!

Karin Klemm
Fonte: Site Médico

Amanhã, Deus vai mudar a sua vida por completo


Hoje fui abrir a Palavra do Senhor para meditar, e eis que me sai esse versículo, aparentemente sem graça, na tela do computador. Eu queria abrir o livro de Provérbios, mas esse versículo ficou martelando minha mente, e não consegui parar de ler. Até que, finalmente, entendi o que Deus estava querendo me dizer.
Faz muitos dias que tenho orado e pedido que o Senhor me restaure a inspiração, porque eu estava bastante desanimado em escrever. Hoje, Ele respondeu minha oração. Se eu vou conseguir colocar no papel na tela o que Ele me deu, é outra história. Mas, por favor, me acompanhe.
No dia seguinte
Sabe, nossa vida é cheia de altos e baixos, cheia de mudanças inesperadas e imprevisíveis. É assim que é a vida, e é assim que ela é: quando estamos nos acostumando com alguma coisa, algo acontece e muda tudo. Você já ouviu aquele ditado: “quando eu pensei que sabia todas as respostas, vem a vida e muda as perguntas”. É, é desse jeito. Se você é uma pessoa normal (seja lá o que signifique ser uma pessoa “normal”), existem 2 coisas que o deixam apreensivo com seu futuro. São elas:
1. o ontem, o que passou;
2. o hoje, o que você está passando.
Todavia, eu quero lhe dar uma boa nova, uma boa notícia: amanhã, sua vida vai mudar. Não importa o que aconteceu com você no passado, não importa o que você passou ou o quanto sofreu e foi decepcionado. Não importam as cicatrizes que você carrega consigo ou as feridas não saradas. A despeito de tudo o que você possa ter passado ou enfrentado em sua vida, eu quero lhe dizer que amanhã vai ser diferente. Amanhã é um novo dia, e amanhã Deus tem um milagre para fazer em sua vida.
A segunda coisa que deixa as pessoas carregadas de ansiedade quanto ao seu futuro é o que está acontecendo hoje, o que elas estão passando agora. São situações que as deixam deprimidas, estressadas ou desanimadas, com medo do amanhã. Às vezes, são enfermidades, é o desemprego, foi uma desilusão amorosa ou um sonho frustrado. Às vezes, é o projeto tão bem planejado e executado que, do nada, dá errado e você não sabe por que… Mas eu quero lhe dizer algo: não importa o que você está passando hoje, porque amanhã Deus vai mudar sua vida! Aleluia!
Saiba que Jesus marcou o dia em que sua vida vai ser transformada, mudada radicalmente. O seu ontem pode lhe trazer lembranças amargas. O seu hoje pode lhe trazer dor e angústia. Mas, amanhã, o novo de Deus, o agir de Deus, a mudança de Deus vai alcançar você e transformar sua vida. Creia.
Quis Jesus
Quando as coisas começam a dar errado, nós ainda nutrimos a esperança de que algo vai mudar, de que as coisas vão começar a se encaixar e tudo vai ser diferente. Mas, o tempo vai passando, as coisas não mudam. Aliás, mudam sim: para pior. Então, nossa esperança começa a definhar, murchar… até morrer. Nesse exato momento em que a esperança morre, o desespero nasce.
E uma vida desesperada é uma vida disposta a fazer quase tudo para sair da angustiante situação em que se encontra. Esses momentos são críticos, porque uma pessoa dominada pelo desespero pode tomar uma decisão sem retorno ou fazer uma grande bobagem, da qual se arrependerá para o resto da vida. Tenha paciência: não se desespere a ponto de fazer algo sem volta. Para que desistir agora, se amanhã Deus vai fazer um milagre por você?
Mas, é preciso ser sincero: quando a angústia bate, o desespero vem logo em seguida. Nesses momentos, começamos a desacreditar que algo de bom possa acontecer e Deus intervenha em nosso favor. Quando passei por uma série de lutas no final dos anos 90 até a virada do século (e do milênio), eu pensei que o mundo ia acabar.
Sacou? Ano 2.000, mundo ia acabar e tal… risos. Bom, se você não percebeu, talvez tenha passado despercebido, quem sabe… mas, o mundo não acabou em 2.000 (rá!). Ah, sim: informo que também não vai acabar em 2012. Mas, se acabar, ninguém vai sobrar pra ler isso mesmo, então tá valendo do mesmo jeito (huashuashuas… cof… cof… cof).
Voltando: naquela época, houve um dia em que pensei que havia chegado ao fim da linha. Naquele dia, antes de ir pra igreja, eu estava no banheiro tomando banho e bateu um desânimo violento, com pensamentos altamente pessimistas. Enquanto a água escorria pelo corpo, as lágrimas desciam pela face, e eu comecei a pensar:
“minha vida está toda bagunçada, e nada dá certo pra mim… eu acho que Jesus não quer me dar vitória, acho que Ele não quer mudar minha história”.
Cara, naquele momento as lágrimas ficaram mais quentes do que a água morna do chuveiro. Que momento triste na minha vida foi aquele. Só de me lembrar, eu tenho flashes do que senti, e meus olhos ardem relembrando as lágrimas derramadas… aquele foi O dia, daqueles dias que acontecem poucas vezes na vida, dias que você não sente saudade nem quer que se repitam.
Mas, de noite eu fui pro culto. Era uma vigília. Me lembro como se fosse hoje: deram oportunidade a um irmão de uma igreja de outro bairro (Soledade II). Eu sabia que aquele irmão não tinha eloquência para pregar. Pra te falar a verdade, ela era o típico pregador espadachim (de espada): mensagens compridas e chatas, se é que você está me entendendo (risos). Mas… teve um momento em que ele começou a falar algo que mexeu comigo, mesmo estando eu nos últimos bancos da igreja, onde ele não poderia me ver direito, sequer me reconhecer. Então ele disse e repetiu várias vezes:
“Jesus quer te dar vitória SIM. Ele quer. Ele QUER! E Ele vai te dar vitória!”.
Nossa… eu pensei que já tinha chorado tudo lá em casa, debaixo do chuveiro, mas não. Saíram, não sei de onde, umas lágrimas teimosas e atrevidas, que rolaram por minha face, queimando a pele por onde passavam. Parecia que era minha alma vazando pelos olhos. Até hoje não sei se chorar dói mas, naquele dia, aquelas lágrimas doeram, e muito. Não tenho certeza, mas acho que o banco ficou marcado com as lágrimas… tipo assim, quando pinga num lado e sai do outro, sabe? #exagerado
Quer saber? Hoje eu estou vivendo o Amanhã que Deus me prometeu naquele dia. O meu Hoje é o Amanhã do meu passado. Ontem eu recebi uma promessa, e Hoje é o Amanhã que Deus falou. Ele disse que queria me dar vitória. Hoje eu sei, de verdade, que Ele queria MESMO.
Galileia
A Galileia era uma região desprezada por alguns e, para outros, desprezível. Os fariseus consideravam a Galileia um lugar onde habitava a escória e a ralé da época, pessoas de quem eles faziam questão de não mencionar em suas conversas. Era uma região sem valor e sem importância. Então, eis que de repente… Jesus resolve ir pra Galileia. Aliás, Jesus passou sua infância ali. Que coisa: o Rei dos reis, o Dono do ouro e da prata, vivendo no meio dos desprezados, dos esquecidos e dos marginalizados.
Mas, agora, Jesus não estava mais na Galileia. Ele estava na Judeia. Ora, a Judeia era o centro político e econômico daquela época. E o que Jesus faz? “Cansei de ficar na Judeia, cansei de ficar no meio dos doutores e dos sábios. Agora eu QUERO ir para outro lugar, porque eu QUERO abençoar alguém que está esquecido e desprezado. Eu QUERO ir pra Galileia”. Você já imaginou alguém QUERER sair do centro da atenções para ir a um lugar desimportante, de menor valor?
Pois é, pois foi, foi assim que Jesus fez: Ele QUIS ir ao seu encontro só pra abençoar você. Abençoar você que vive no meio do nada e entre todos aqueles que nem sabem o que significa ser importante.
Sim, é isso mesmo: não importa onde você está, e pode ser que você esteja no fundo do poço ou, quem sabe, bem no meio da sarjeta e ao lado do esgoto. Preste atenção! Não interessa onde você esteja, em que buraco sujo e imundo você tenha se enfiado: Jesus vai até você. Ele vai até onde você está só para te abençoar. Levante a cabeça, porque Ele está chegando na tua vida!

A Bíblia diz: “e aos que estavam na região da sombra da morte lhes raiou a luz”. Está escuro e você não consegue ver uma luz no fim do túnel? Não se preocupe, a luz do mundo vai brilhar pra você!
Achou
Se tem uma coisa que Jesus sabe fazer é encontrar uma coisa quando Ele procura. Quando Ele recomendou aos seus discípulos que batessem que a porta se abriria, que pedissem que se lhes daria e que buscassem que achariam, Ele complementou: e os que buscam (procuram), acharão.
Quando a Bíblia diz que Jesus achou Filipe, ela está dizendo que aquele encontro não foi casual, não foi um esbarrão acidental. Não, senhor, não foi mesmo. Jesus estava procurando Filipe. Ora, por que eu afirmo isso? Por que se Jesus achou, é porque Ele estava procurando. E, meu amigo, quando a Bíblia diz que Deus procura algo, se existir, Ele encontra.
Jesus disse que o Pai procura verdadeiros adoradores. Ele está procurando. Se Ele se encontrar com você, será que Ele vai dizer “Achei!” ou vai dizer “não, esse não, esse não serve… vou procurar outro”. Você é o tipo de adorador que o Pai e Jesus procuram, ou você é um adorador falsificado? Porque Ele só quer se for verdadeiro. Para Ele, só serve se for autêntico, original. Piratão não, cópia não serve. Ele odeia falsidade, coisa falsificada e gente fraudulenta.

Você é um verdadeiro ou um falso adorador? Jesus está procurando. Seja alguém autêntico, e Jesus vai encontrar você, porque Ele vai te procurar até achar.
Filipe
O nome Filipe não era exatamente o mais comum na época. Simão e Judas, por exemplo, eram mais populares. Mas, Filipe também era um nome comum. Quem sabe, Filipe, teria recebido esse nome por ter nascido no campo, na zona rural. Ou seja, Filipe não era uma pessoa importante, culta, enfim Filipe não tinha diploma na parede nem anel no dedo. Filipe não tinha “pedigree“. Era um zé-ninguém, sobrinho do Zé-ruela e irmão do zé-que-té.
Quando eu penso em Filipe, eu vejo muitas semelhanças entre eu e ele: eu nasci no interior do sertão nordestino, bem no meio da caatinga seridoense. Pra ser mais exato, eu nasci e me criei em um sítio chamado Galileia Pé-de-Serra, que tinha esse nome porque ficava bem no pé (sopé) de uma… serra (morro). Se Filipe era de lugar nenhum, eu era de um lugar um pouco mais pra lá ainda. Esse sítio que eu morei também ficava depois da Malhada Limpa, que devia ser o lugar onde Davi morou.
Sabe, Davi, aquele que matou o gigante? Pois é, se você não sabia, fique sabendo: Davi era da Malhada, bem pertinho de mim! Duvida? Eu provo:
Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o soberano sobre o meu povo, sobre Israel. 2 Samuel 7:8 (grifo acrescido, risos)
Sabe o que isso quer dizer? Duas coisas:
1º: Jesus escolhe você independente de quem você é. Você pode ser um zé-ninguém como Filipe, ou um Zé-mané como eu, mas Jesus te ama do mesmo jeito;
2º: Jesus escolhe você independente de quem você NÃO é: Você não precisa ser alguém para Jesus te amar. Ele ama o advogado como ama o juiz e até mesmo o bandido. Ele ama o que tem diploma, mas também ama o que não sabe fazer um “o” com uma xícara. Ele ama o grande, mas também ama o pequeno. Da mesma forma, do mesmo jeito, com a mesma intensidade.
Não importa se você é simples ou difícil, se é fácil ou complicado. Saiba de uma coisa: Jesus te ama, e Ele te ama como você é, a despeito de quem você é ou deixa de ser. Ele te ama.

Segue-me
Chegamos, enfim, aonde Jesus queria: Ele fez toda aquela viagem, para a qual marcou um dia específico, procurando alguém em especial, para chegar hoje aqui e dizer: Segue-me.
Ele não se importou com sua origem ou posição social. Mas, achou você depois de muito procurar e faz um convite: Siga-me. É quase uma ordem por quem é dita, mas também é quase um apelo pela doce forma como é feita.
Você, que chegou até aqui, saiba que Jesus está falando com você. Sim, é com você mesmo. Não adianta ficar olhando de lado, achando que não é com você. É com VOCÊ mesmo!
Agora, me responda. Melhor, responda para Jesus. Você vai dizer SIM ou NÃO ao “segue-me” dEle?
Amigo, o seu amanhã vai depender do que você vai responder hoje, independente de como tenha sido o seu ontem.
Mas, uma coisa eu lhe garanto: se você disser sim, sua vida vai mudar. Como? Como sua vida vai mudar? Assim:

Se você foi abençoado lendo este post… sem hipocrisia ou arrogância, eu sei que foi. Se você chegou até aqui, eu sei que foi. E por que eu sei? Porque EU fui abençoado escrevendo, quem dirá você lendo!
Assim, se não for abusar de sua boa-vontade e paciência (ok, estou abusando, mas vá lá, dá um desconto… risos), peço que avalie (clicando nas Estrelas, no Gostei, no Curtir, no +1, o que você quiser e achar melhor), comente dizendo o que achou e compartilhe para que outros também sejam abençoados como você foi, ok?
Deus abençoe você e sua vida. E não se esqueça:
Amanhã, Deus vai mudar a sua vida por completo!
No tempo, dEle, claro, mas esse amanhã vai chegar, tenha fé que vai.

Wallace Souza