terça-feira, 25 de novembro de 2014

Que possamos aprender a confiar em Deus em todos os momentos da nossa existência!!!



O lamento de Baruque e o conforto do Senhor (Jr 45)
Palavra que falou Jeremias, o profeta, a Baruque, filho de Nerias, escrevendo ele aquelas palavras num livro, ditadas por Jeremias, no ano quarto de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel, acerca de ti, ó Baruque: Disseste: Ai de mim agora! Porque me acrescentou o SENHOR tristeza ao meu sofrimento; estou cansado do meu gemer e não acho descanso. Assim lhe dirás: Isto diz o SENHOR: Eis que estou demolindo o que edifiquei e arrancando o que plantei, e isto em toda a terra. E procuras tu grandezas? Não as procures; porque eis que trarei mal sobre toda carne, diz o SENHOR; a ti, porém, eu te darei a tua vida como despojo, em todo lugar para onde fores. (Jeremias 45:1-5)

Baruque foi secretário de Jeremias, vivendo portanto, no mesmo período que o profeta, sendo também, seu porta-voz, companheiro e amigo. O que Jeremias ditava, Baruque escrevia. Além disso, ele leu o livro do profeta duas vezes, primeiro para o povo reunido no templo em dia de jejum e depois, para um grupo de líderes num lugar mais reservado.

Depois de escrever o livro, Baruque tem uma crise e desabafou: “Ai de mim! O Senhor acrescentou tristeza ao meu sofrimento. Estou exausto de tanto gemer, e não encontro descanso” (Jr 45.3). Essa passagem é muito humana e atual, já que todos nós, em um determinado momento de nossas vidas, vivenciamos um momento de crise, seja ela de que tipo for. Baruque afirma categoricamente para Deus que se sente exausto de tanto gemer. O esgotamento emocional, relativo à mente, costuma doer mais do que o esgotamento físico, relativo ao corpo, e o esgotamento espiritual, referente à alma dói mais do que o emocional. Em certos casos e momentos, nós podemos sofrer esgotamento físico, emocional e espiritual.

No que se refere à Baruque, sua crise o levou à oração, e uma oração de desabafo para o Senhor, já que ele estava se sentindo esgotado de tanto gemer, não tinha mais forças, sentindo-se profundamente exausto emocional, físico e espiritualmente. Não é o único. Todos nós podemos nos sentir assim um dia. Por isso, a oração a Deus deve ser algo constante em nosso viver, já que todos vivenciamos períodos de crises, de esgotamento e de escassez.

O lamento de Baruque acontece por que ele afirma que o Senhor não diminuiu o seu sofrimento, mas o aumentou. E quantos de nós também não sentimos que Deus, ao invés de diminuir o nosso sofrimento e angústia, somente o aumentou? Chegamos mesmo a questionar Deus.

No entanto, o Senhor explica a Baruque que ele não deveria buscar “coisas especiais” para si próprio. Ele deveria, em primeiro lugar, estar preocupado com a vontade de Deus para a sua vida, e confiar no amor e no cuidado do Senhor. Da mesma forma, o Senhor afirma que irá proteger a vida de Baruque por onde ele andasse. “Eu o deixarei escapar com vida onde quer que você vá”. O livro de Jeremias enfatiza que todos os judeus que foram residir no Egito foram mortos ou pela guerra, ou pela fome ou pela peste (Jr 42.17 e 22). Contudo, cumprindo-se a palavra de conforto que o Senhor havia dado a Baruque, entre os poucos sobreviventes estavam ele e Jeremias.

Baruque compreendeu dessa forma, que a palavra de Deus sempre vai se cumprir e que o Senhor é um Deus preocupado com aqueles que o amam e que justamente por isso, Ele os guarda e os protege. O secretário de Jeremias também aprendeu que a vontade de Deus para sua vida é que a sua fé esteja sendo fortalecida dia após dia através de uma confiança irrestrita e total no cuidado do Senhor, e que esse mesmo cuidado do Senhor seja mais do que suficiente para o seu viver. Por mais que nos sintamos solitários e desamparados, Cristo está sempre ao nosso lado. O seu amor, a sua misericórdia e o seu cuidado estão sempre sobre nós.

Que possamos aprender a confiar em Deus em todos os momentos da nossa existência!!!

Jesus, a luz do mundo

 Jesus perdoa uma mulher apanhada em adultério
1[Depois todos foram para casa, mas Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada ele voltou ao pátio do Templo, e o povo se reuniu em volta dele. Jesus estava sentado, ensinando a todos. 3Aí alguns mestres da Lei e fariseus levaram a Jesus uma mulher que tinha sido apanhada em adultério e a obrigaram a ficar de pé no meio de todos. 4Eles disseram:
— Mestre, esta mulher foi apanhada no ato de adultério. 5De acordo com a Lei que Moisés nos deu, as mulheres adúlteras devem ser mortas a pedradas. Mas o senhor, o que é que diz sobre isso?
6Eles fizeram essa pergunta para conseguir uma prova contra Jesus, pois queriam acusá-lo. Mas ele se abaixou e começou a escrever no chão com o dedo. 7Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, Jesus endireitou o corpo e disse a eles:
— Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o primeiro a atirar uma pedra nesta mulher!
8Depois abaixou-se outra vez e continuou a escrever no chão. 9Quando ouviram isso, todos foram embora, um por um, começando pelos mais velhos. Ficaram só Jesus e a mulher, e ela continuou ali, de pé. 10Então Jesus endireitou o corpo e disse:
— Mulher, onde estão eles? Não ficou ninguém para condenar você?
11— Ninguém, senhor! — respondeu ela.
Jesus disse:
— Pois eu também não condeno você. Vá e não peque mais!]
Jesus, a luz do mundo
12De novo Jesus começou a falar com eles e disse:
— Eu sou a luz do mundo; quem me segue nunca andará na escuridão, mas terá a luz da vida.
13Os fariseus disseram a Jesus:
— Agora você está falando a favor de você mesmo. Por isso o que você diz não tem valor.
14Jesus respondeu:
— Embora eu esteja falando a favor de mim mesmo, o que digo tem valor porque é a verdade. Pois eu sei de onde vim e para onde vou, mas vocês não sabem de onde vim, nem para onde vou. 15Vocês julgam de modo puramente humano; mas eu não julgo ninguém. 16E, se eu julgar, o meu julgamento é verdadeiro porque não julgo sozinho, pois o Pai, que me enviou, está comigo. 17Na Lei de vocês está escrito que, quando duas testemunhas concordam, o que dizem é verdade. 18Eu dou testemunho a respeito de mim mesmo, e o Pai, que me enviou, também dá testemunho a meu respeito.
19— Onde está o seu pai? — perguntaram.
Jesus respondeu:
— Vocês não me conhecem e também não conhecem o meu Pai. Se, de fato, me conhecessem, conheceriam também o meu Pai.
20Jesus disse essas coisas quando estava ensinando no pátio do Templo, perto da caixa das ofertas. Ninguém o prendeu porque ainda não tinha chegado a sua hora.
Quem é Jesus?
21Jesus disse outra vez:
— Eu vou embora, e vocês vão me procurar, porém morrerão sem o perdão dos seus pecados. Para onde eu vou vocês não podem ir.
22Os líderes judeus disseram:
— Ele diz que nós não podemos ir para onde ele vai! Será que ele vai se matar?
23Jesus continuou:
— Vocês são daqui debaixo, e eu sou lá de cima. Vocês são deste mundo, mas eu não sou deste mundo. 24Por isso eu disse que vocês vão morrer sem o perdão dos seus pecados. De fato, morrerão sem o perdão dos seus pecados se não crerem que “Eu Sou Quem Sou”.
25— Quem é você? — perguntaram a Jesus.
Ele respondeu:
— Desde o começo eu disse quem sou. 26Existem muitas coisas a respeito de vocês das quais eu preciso falar e as quais eu preciso julgar. Porém quem me enviou é verdadeiro, e eu digo ao mundo somente o que ele me disse.
27Eles não entenderam que ele estava falando a respeito do Pai. 28Por isso Jesus disse:
— Quando vocês levantarem o Filho do Homem, saberão que “Eu Sou Quem Sou”. E saberão também que não faço nada por minha conta, mas falo somente o que o meu Pai me ensinou. 29Quem me enviou está comigo e não me deixou sozinho, pois faço sempre o que lhe agrada.
30Quando Jesus disse isso, muitos creram nele.
Os escravos e os livres
31Então Jesus disse para os que creram nele:
— Se vocês continuarem a obedecer aos meus ensinamentos, serão, de fato, meus discípulos 32e conhecerão a verdade, e a verdade os libertará.
33Eles responderam:
— Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que você diz que ficaremos livres?
34Jesus disse a eles:
— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem peca é escravo do pecado. 35O escravo não fica sempre com a família, mas o filho sempre faz parte da família. 36Se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres. 37Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; porém estão tentando me matar porque não aceitam os meus ensinamentos. 38Eu falo das coisas que o meu Pai me mostrou, mas vocês fazem o que aprenderam com o pai de vocês.
39— O nosso pai é Abraão! — responderam eles.
Então Jesus disse:
— Se vocês fossem, de fato, filhos de Abraão, fariam o que ele fez. 40Mas eu lhes tenho dito a verdade que ouvi de Deus, e assim mesmo vocês estão tentando me matar. Abraão nunca fez uma coisa assim! 41Vocês estão fazendo o que o pai de vocês fez.
Eles responderam:
— Nós não somos filhos ilegítimos; nós temos um Pai, que é Deus!
42Jesus disse a eles:
— Se Deus fosse, de fato, o Pai de vocês, então vocês me amariam, pois eu vim de Deus e agora estou aqui. Eu não vim por minha própria conta, mas foi Deus que me enviou. 43Por que é que vocês não entendem o que eu digo? É porque não querem ouvir a minha mensagem. 44Vocês são filhos do Diabo e querem fazer o que o pai de vocês quer. Desde a criação do mundo ele foi assassino e nunca esteve do lado da verdade porque nele não existe verdade. Quando o Diabo mente, está apenas fazendo o que é o seu costume, pois é mentiroso e é o pai de todas as mentiras. 45Mas, porque eu digo a verdade, vocês não creem em mim. 46Qual de vocês pode provar que eu tenho algum pecado? Se digo a verdade, por que não creem em mim? 47A pessoa que é de Deus escuta as palavras de Deus. Vocês não escutam as palavras de Deus porque vocês não são dele.
Jesus e Abraão
48Eles disseram a Jesus:
— Por acaso não temos razão quando dizemos que você é samaritano e está dominado por um demônio?
49Jesus respondeu:
— Eu não estou dominado por nenhum demônio. Respeito o meu Pai, mas vocês me desrespeitam. 50Não procuro conseguir elogios para mim mesmo; mas existe alguém que procura consegui-los para mim, e ele é o Juiz. 51Eu afirmo a vocês que isto é verdade: quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca.
52Então eles disseram:
— Agora temos a certeza de que você está dominado por um demônio! Abraão e todos os profetas morreram, mas você diz: “Quem obedecer aos meus ensinamentos não morrerá nunca.” 53Será que você é mais importante do que Abraão, o nosso pai, que morreu? E os profetas também morreram! Quem você pensa que é?
54Ele respondeu:
— Se eu elogiasse a mim mesmo, os meus elogios não valeriam nada. Quem me elogia é o meu Pai, o mesmo que vocês dizem que é o Deus de vocês. 55Vocês nunca conheceram a Deus, mas eu o conheço. Se eu disser que não o conheço, serei mentiroso como vocês; mas eu o conheço e obedeço ao que ele manda. 56Abraão, o pai de vocês, ficou alegre ao ver o tempo da minha vinda. Ele viu esse tempo e ficou feliz.
57— Você não tem nem cinquenta anos e viu Abraão? — perguntaram eles.
58— Eu afirmo a vocês que isto é verdade: antes de Abraão nascer, “Eu Sou”! — respondeu Jesus.
59Então eles pegaram pedras para atirar em Jesus, mas ele se escondeu e saiu do pátio do Templo.

Santo dos seus


Quanto mais enxergo de perto, mais complexidade vejo. Na lente ninguém é totalmente do bem, nem do mal. Não há santos que resistam ao cotidiano, aos dias quentes, as filas longas, as noites insones ou manhãs de mal humor. Os “maus”, aqueles que gostamos de apontar e dizer “mata, mata”, olhando de perto, demonstram traços de humanidade que espantaria a maioria de nós. Muitos são capazes de cuidar dos filhos, do amigo talvez, com dedicação e amor, contrariando nossa impressão simplista e apressada em dizer é “bom” ou é “mau”. São santos para os seus.
Examine o branco com a lupa, a mais potente que tiver, e verá uma mistura de cores. Não há branco. Aproxime-se do laranja, do verde, do vermelho, do azul e verá que cada uma delas representa a soma de tantas outras.
Um anônimo que cruza seu caminho em uma tarde qualquer. Um entre tantos rostos desconhecidos, gente que você nunca viu, no entanto, aproxime-se, olhe, converse, ouça, conheça os hábitos e na próxima vez que se cruzarem não será mais um anônimo, será o Sebastião, um conhecido seu.
Assim são as pessoas, assim é a vida.  Você jamais conhecerá alguém em sua complexidade de pensamentos, jamais terá acesso aos poços interiores, às sombras, aos processos que refletem no corpo, no jeito, nos atos que não entendemos. Temos vislumbres, sabemos em parte, porque tudo o que temos são os avessos.
O avesso é o lado de fora. É a casca, a superfície onde a vida é apenas reflexo. Aproxime-se um pouco mais. Veja de perto, enxergue os movimentos da vida e se espantará, não apenas por conta das inevitáveis descobertas, mas, sobretudo, por enxergar-se.
Sustentamos nossas reputações, alimentamos a imagem que a maioria faz, seja para o bem, seja para o mal, mas nada disso resiste quando os filtros dos olhos caem. Sem preconceito, sem nenhum tipo de juízo de valor, nenhuma pretensão em saber alguma coisa, veremos o outro e, no outro, veremos quem somos. Somos o outro também.
Pequenas partes de uma coisa só com reflexos de nossas escolhas, seja no que chamamos de bem ou de mal.  Nessas partes refletem nossa cegueira, nossos medos que se expressam aqui e ali, de um jeito ou de outro, em gente que você odiaria admitir que, apesar dos pesares. essencialmente se parece contigo.
Todo diabo é santo para alguém, todo santo é ou já foi diabo, de modo que só me resta a consciência de que não há santos que resistam ao cotidiano, afinal, quanto mais enxergo de perto, mais complexidade vejo. Na lente ninguém é totalmente do bem, nem do mal. Somos nós expostos no outro para que não haja outro, para que não haja nós.

Flavio Siqueira