quarta-feira, 11 de março de 2015

Gostaria de saber onde encontrar Deus


1 Porém em resposta Jó disse: 2“Eu ainda estou revoltado e me queixo de Deus; não posso parar de gemer. 
3 Gostaria de saber onde encontrá-lo; gostaria de ir até o lugar onde ele está, 4 para levar a ele a minha causa e apresentar todas as razões que tenho a meu favor.
5 Gostaria de saber o que ele me diria e como me responderia.
6 Será que Deus usaria todo o seu poder contra mim? Não! Estou certo de que ele me ouviria.
7 Sou um homem honesto. Eu poderia apresentar a minha causa a ele, e de uma vez por todas ele me declararia inocente. Eu procuro Deus
8 “Eu procuro no Leste, mas Deus não está ali; e não o encontro no Oeste.
9 E também não o vejo quando age no Norte ou se esconde no Sul.
10 Mas Deus conhece cada um dos meus passos; se ele me puser à prova, verá que sairei puro como o ouro.
11 Eu sigo o caminho que ele me mostra e nunca me desvio para lado nenhum.
12 Obedeço aos mandamentos de Deus; sempre faço a sua vontade e não a minha. Deus fará comigo o que planejou fazer
13 “Deus faz o que quer; quando ele decide fazer alguma coisa, ninguém pode impedir.
14 Ele levará até o fim o que planejou fazer comigo e também realizará todos os seus outros planos.
15 Por isso, eu perco a coragem na presença dele e, quando penso nisso, fico apavorado.
16-17 A escuridão me deixou cego; mas é o Deus Todo-Poderoso quem me põe medo, e não a escuridão.

Comentário:

Aqui temos a resposta de Jó para as acusações cruéis e injustas de Elifaz. Nem tanto uma resposta direta contra as falsas acusações, mas um clamor a Deus – O anelo e anseio por Deus!

Algumas grandes declarações são feitas aqui, tais como: a confiança de Jó em Deus enquanto ele caminha pela fé, sua clareza de consciência, sua total submissão a soberania de Deus em suas provações.

Entretanto, há uma indicação de que Eliú tenha causado em Jó um espírito de elevada e corajosa confiança, muito mais do que Deus mesmo, quando ele inicia a sua resposta. Henry: “Aqui vemos, através deste capítulo, uma luta entre a carne e o espírito, o temor é a fé.

- Na melhor das possibilidades, nós ainda estamos lutando com o pecado que habita em nós. (Mas, Deus tem que aumentar o calor para atingir a temperatura do “infinito”, a fim de trazer as impurezas de Jó à tona!). Ao defender-se, seja cuidadoso para não perder a perspectiva, ficando inchado a respeito de si mesmo. O perigo da autojustificação....melhor deixar isso com Deus.

I. Jó lamenta sua situação, v.2.

“Minha situação hoje é tão ruim como sempre.”

Sofrimento prolongado é uma das piores coisas que alguém pode suportar.

Lamentar não é em si mesmo um mal. Porém, cuidado com o espírito de rebelião, ressentimento e amargura contra Deus.

“...Não estou me queixando tanto quanto eu poderia! A coisa toda é pior do que vocês imaginam.”

É um pecado gemer mais do que a pancada exige. Não seja murmurador!

Quietude sob a vara de Deus é uma virtude.

II. Jó anseia comparecer diante do tribunal de Deus, v. 3-7.

Deus parecia estar distante para Jó, no que diz respeito a receber alguma ajuda, ou de ser ouvido por Ele.

v. 3 “se eu soubesse onde o poderia achar...

v. 4 ....Eu apresentaria o meu caso a Ele com argumentos bem elaborados.” Ore de forma organizada e ordeira. Confusão não combina com Deus!

v. 5 “Gostaria de ouvir o que Ele tem a dizer para mim.”

*Coragem em excesso

v. 6 “Ele não iria exercer o seu poder contra mim, mas ao meu favor.”

v. 7 “Sim, Eu teria uma audiência justa, pois Ele me ouviria. Ele certamente sairia em minha defesa. Mesmo que os homens se recusem a limpar o meu nome, Deus o faria!”

- Cuidado para não falar de forma rude a respeito de Deus, como se você fosse a autoridade. Quando Jó finalmente pode estar diante de Deus, ele ficou mudo! Ver cap. 40: 3-5, 42: 6. Nós também, muitas vezes, não temos a mesma tendência de invocar o nome de Deus de forma descuidada e apressada?...assumindo que o nosso caso é mais importante e que sabemos exatamente como devemos ser ouvidos. Caso venha a dizer: “Nos veremos no dia do julgamento”, esteja certo que está dizendo isso com humildade, como alguém que está sendo julgado, não como se você fosse o juiz de outros!

- Não seja tão apressado pela vinda do julgamento de Deus. Ele virá cedo o suficiente! E Nós podemos nos surpreender então! (Comp. I Cor. 4: 3-5, Tiago 5: 7-9)

III. A confiança de Jó em Deus, v. 8-10.

v. 8 -9 “Eu o tenho procurado por todos os lados....Eu sei que Ele está próximo, mas não posso vê-Lo.” (“Elifaz, você me diz que eu deveria ficar mais apercebido dEle...Bem, eu ficaria, se pudesse!”)

- Deus nem sempre é encontrado imediatamente. Muitas vezes temos que buscar e bater. Não presuma que a Sua presença será sentida durante as provações. Busque-O! (não há nada automático na experiência Cristã.)

- Deus tem um designo nas deserções. Como a águia treinando seus filhotes, Deus nos deixa cair, mas nunca para nos estatelarmos no chão!

v. 10 “Mas, Ele sabe o que está fazendo comigo, ou; Ele aprova os meus caminhos e minha conduta [comp. Salmo 1: 6]. Ele está me refinando através da fornalha da aflição.”

Uma entre as grandes declarações do livro! O conforto de Jó: olhar para suas provações através da perspectiva de Deus. “Ele sabe! Ele está perfeitamente inteirado de tudo.”

- Vamos como cristãos tirar conforto disso! (1.) Nossas aflições são provas, por ex: testes, provas. Não têm como objetivo nos ferir, mas são para o nosso bem a longo prazo. (2.) Quando o teste termina, sairemos da fornalha da aflição. Pode terminar ainda em vida, ou quando muito, na morte. (3.) Resultado final: Ouro! Puro e precioso santo para a glória de Deus – Aprovado e aperfeiçoado. Henry: “Aqueles que vão em ouro para a fornalha, não podem sair pior do que quando entraram.”

- Quando você não sabe o que Deus fará, conforte-se em saber que Ele sabe.

- Todos os filhos de Deus são provados e refinados. Espere por isso. Não seja pego de surpresa, como aquele ouvinte que caiu entre espinhos, na parábola do semeador.

IV. A clareza de consciência de Jó, v. 11-12.

v. 11 “Eu tenho permanecido no caminho estreito. Eu não me virei contra Deus.”

v. 12 “A minha consciência não me acusa. A Sua palavra é mais vital para mim do que a comida que como!”

- Não importa quão áspero seja o caminho, nunca devemos deixar de obedecer nosso Deus.

- Nada é tão valioso quanto uma consciência pura com Deus. (o contrário de sofrer como malfeitor). Sibbes: “Ou a consciência é um dos nossos maiores amigos, ou um dos nossos maiores inimigos neste mundo.”...Uma boa consciência pode encarar a face de Deus!

- A Palavra de Deus é mais necessária do que a comida! O homem não vive só de pão! Henry: “A Palavra de Deus é para a nossa alma o que a comida é para o nosso corpo; ela sustenta a nossa vida espiritual, e nos fortalece nas situações difíceis da vida; não podemos subsistir sem ela, e nada pode substituí-la. Por isso, a devemos estimar, sentir dores, fome, e também nos alimentar dela com prazer, nutrindo assim a nossa alma. Então ela será nosso regozijo no dia mal, assim como o foi para Jó aqui.”

- A importância da obediência as Escrituras. J. Murray: “O caminho da piedade é simplesmente este: quanto mais a vara de Deus assola de forma dura e misteriosa, mais o santo de Deus se apega com maior firmeza a vontade de Deus revelada.”

- Vamos valorizar a Palavra de Deus! Como saber se você tem a Palavra de Deus na mais alta estima: (de Robinson em PHC)

- Sendo atencioso na leitura e no ouvir da Palavra

- Ponderando-a séria e freqüentemente

- Entesourando-a cuidadosamente em sua memória (guardei, v. 12 = escondi, Salmo 119:11)

- Preferindo-a em lugar de confortos terrenos, possessões, liberdade e até a própria vida

- Abandonando nossos pontos de vista, propósitos e práticas que se oponham aos seus ensinos

- Preferindo sofrer e ter perdas do que violá-la

V. A visão de Jó da Soberania Divina, v. 13-17.

v. 13 “Deus não se confunde. Ele não pode ser mudado. Ele faz a sua própria vontade.”

v. 14 “Ele apenas está cumprindo o que havia determinado como minha porção aqui.”

- Deus compreende a si mesmo, ainda que nós não. Sua soberania, que é uma grande consolação, associada a Sua bondade por nós, demonstra Sua sabedoria em tudo o que realiza.

- Receba as provações como vindas de Deus, das quais Ele tem várias para nós. Henry: “Quando Deus determinou a vida eterna e a glória como nosso fim, Ele também determinou para esta condição, estas aflições.”

v. 15 -17 A pequena confusão de Jó.

Ele estava perturbado com a ausência de Deus, mas agora na Sua presença! V. 15. “Eu estou temeroso só de pensar o que Ele ainda tem reservado para mim!”

v. 16 “Deus está me humilhando no pó.”

v. 17 “Eu não morri antes de todos estes problemas chegarem.” Jovem no verso 17b: e nem encobriu o meu rosto com a escuridão.”

Observe:

1. Onde nós estaríamos sem o Livro de Jó!

2. Marque novamente estas verdades vitais para os tempos de provação:

Conhecimento da Palavra de Deus

Obediência a esta Palavra

Consciência pura

Perspectiva eterna. Salmos 119: 71 Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos. Confiança inteligente, caminha pela fé.

Daniel A. Chamberlin