sábado, 8 de novembro de 2014

Nossa incessante busca pelo amor





Estamos todos em busca do amor. Não sabemos ao certo aonde está e por isso buscamos. Que busca incessante! Não é a busca de um único homem, uma única mulher. Não se limita aos seus sucessos ou fracassos, a necessidade de conectar-se, de estar perto, de preencher o vazio tão grande, abismo do amor.
Nossa busca é a busca de todos. Dos pais que ainda tateiam no escuro e continuam tentando, os filhos, distraídos, não sabem que viverão à procura de algo, cercados de almas ansiosas por serem encontradas. Esperamos ser encontrados.
Nossa busca é a busca pelo encontro e o encontro é o descanso de ser quem não somos. Queremos amor como porta, como céu, como ar. Amor que nos coloca para fora e convença à felicidade. Amor liberdade. Ser quem é.
Ser no outro, na outra, naquilo, lá, no espaço que é apenas reflexo, no lugar que é projeção, ser quem é enquanto fugimos, enquanto buscamos, incessantemente, quase em desespero, enquanto não somos encontrados.
Amor é encontrar-se. É descansar, cessar a busca, deixar ser amado. A pressa é fuga, a sede é recusa, o vazio é saudade de ser quem somos. Amor é quando perdemos o medo de cair e mergulhamos no desconhecido. É perder o controle.
Nossa busca pelo amor é a busca por nós mesmos. Até que haja descanso, até que aquietemos e deixemos de fugir. Perder o medo de sermos amados. Apenas deixar que o amor nos revele, nos mostre quem somos, nos livre da busca, nos coloque no chão.

Flavio Siqueira


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