segunda-feira, 23 de março de 2015

O infinito conhecimento de Deus

1 A tempestade me faz bater o coração, como se ele fosse pular para fora do peito.
2 Escutem o estrondo da voz de Deus, o trovão que sai da sua boca.
3 Ele solta relâmpagos por todos os lados do céu e de uma ponta da terra até a outra.
4 Então ouve-se o rugido da sua voz, o forte barulho do trovão; e durante todo o tempo os relâmpagos não param de cair.
5 Deus troveja com a sua voz maravilhosa; ele faz grandes coisas que não podemos compreender.
6 Deus manda que caia neve sobre a terra e também fortes pancadas de chuva.
7 Assim, faz com que as pessoas fiquem em casa, sem poderem trabalhar, para que todos saibam que é ele quem age.
8 Os animais entram nas suas tocas e ali ficam escondidos.
9 As tempestades violentas vêm do Sul, e o frio vem do Norte.
10 O sopro de Deus congela as águas, que assim ficam cobertas de gelo.
11 Deus enche de água as nuvens, e elas lançam os relâmpagos.
12 Seguindo a ordem de Deus, as nuvens se espalham em todas as direções.
Elas fazem tudo o que Deus manda, em toda parte, no mundo inteiro.
13 Deus faz cair chuva sobre a terra ou para castigar a gente ou para mostrar que tem amor por nós.
O infinito conhecimento de Deus
14 “Jó, pare um instante e escute; pense nas coisas maravilhosas que Deus faz.
15 Será que você sabe como Deus dá a ordem para que os relâmpagos saiam brilhando das nuvens?
16 Você sabe como as nuvens ficam suspensas no ar? Isso é uma prova do infinito conhecimento de Deus.
17 Será que você, que fica sufocado de calor na sua roupa, antes de vir a tempestade de areia trazida pelo vento sul, 18 será que você pode ajudar Deus a estender o céu e fazer com que fique duro como uma placa de metal fundido?
19 Ensine-nos o que devemos dizer a ele, pois não somos capazes de pensar com clareza.
20 Eu não teria o atrevimento de discutir com Deus, pois isso seria pedir que ele me destruísse.
21 “Não é possível ver o sol quando está escondido pelas nuvens; mas ele brilha de novo, depois que o vento passa e limpa o céu.
22 No Norte vemos uma luz dourada, e a glória de Deus nos enche de profunda admiração.
23 Não podemos compreender o Todo-Poderoso, o Deus de grande poder.
A sua justiça é infinita, e ele não persegue ninguém.
24 Por isso, as pessoas o temem, e ele não dá importância aos que acham que são sábios.”

Comentário:

Nesta última porção do seu último discurso, Eliú aponta para criação como um testemunho de que não compreendemos Deus, o Criador, assim como não compreendemos Sua inescrutável sabedoria e propósito na criação ou na natureza. O ponto é óbvio: Se não entendemos o que Deus faz nas tempestades e trovoadas, será que seremos capazes de entender Seus propósitos nas aflições desta vida?

(Lembre-se que talvez uma tempestade real estivesse por vir, enquanto Deus se aproximava.)

Nestes versos Eliú conclui seu discurso e faz suas “considerações finais”.

I. “Não entendemos muitas coisas sobre a criação.” V. 14-18

v. 14 Outro apelo para ser ouvido! “Pare e pense! Não fique satisfeito com o alcance do seu conhecimento no presente. OBS:Sempre há mais para aprendermos e aplicarmos. As maravilhas de Deus, ex: criação. Série de perguntas:

v. 15 “Você sabe como Deus coordena todas as coisas que você observa nos céus e no clima? Você entende a maravilha que é o raio?”

v. 16 “Você sabe como Deus forma e guia as nuvens?...e as suspende na atmosfera?”

v. 17 “Você sabe como ocorre a mudança das estações?...na primavera sopra o vento quente, e as roupas que você veste o mantém rapidamente aquecido no inverno!”

v. 18 “Você ajuda Deus a sustentar o céu, que é o firmamento do seu poder (Salmo 150: 1), espalhando um claro e colorido por do sol? Ele precisa de alguma ajuda?”

Note: Deus é perfeito em conhecimento (v. 16) e em todas essas coisas. Não sabemos como Ele faz tudo isso. Nem podemos fazer uma réplica delas. Nós simplesmente nos maravilhamos com a Sua infinita sabedoria manifestada através delas. Salmo 19: 1-2.

- Devido a perfeição do conhecimento de Deus, deveríamos admitir nossa incompetência em fazer qualquer julgamento a Seu respeito. Não temos o direito de corrigi-Lo ou desafiá-Lo em qualquer coisa que faça. Não sabemos o que Ele está fazendo no reino natural, nem no espiritual. Porém, Ele certamente está trabalhando em ambos os reinos, e Ele sabe o que está fazendo! (Uma confortante, calma e apaziguadora verdade! Tire proveito disso!)

II. “Portanto, não deveríamos ser apressados ao falar.” V. 19-20

v. 19 “Jó, todos nós estamos em trevas a respeito de muitas coisas sobre Deus...digo isso, a menos que você possa nos iluminar! Todos nós deveríamos admitir nossa ignorância!”

- Algumas coisas nós deveríamos estar contentes em não saber. Deixe isso com Deus. (Sem desculpas pela preguiça mental ou falta de estudo. Mas, todos nós temos muito que aprender, e sempre estaremos aprendendo!)

- Algumas vezes deveríamos nos calar e não dizer absolutamente nada!

v. 20 “Não pense que o meu discurso acrescenta alguma coisa a Deus. Ele não está aprendendo nada por meu intermédio! Pois, se eu tivesse a ousadia de tentar instruir, contender, ou impedir as providências de Deus, Ele poderia justamente me destruir num piscar de olhos! Eu estaria me colocando no lugar de tolo.” Ainda que isso fora o que Jó repetidamente pediu, ou seja, uma audiência com Deus para arejar suas queixas: 13: 3; 16: 21; 23: 3-7. OBS:Uma consciência limpa pode facilmente superestimar a si mesmo! Cuidado com a autoconfiança na autodefesa.

III. “Mas Deus tem propósitos em todas as coisas.” V. 21-22

v. 21 Agora, enquanto o redemoinho se aproxima (38: 1). Deus está se aproximando. Ele habita nas trevas espessas (I Reis 8: 12). Fez das trevas o seu lugar oculto; o pavilhão que o cercava era a escuridão das águas e as nuvens dos céus.(Salmo 18: 11). As trevas são o véu da Sua infinita glória, que de outro modo cegariam os nossos olhos, como fez com Paulo na estrada de Damasco. Ainda que Ele mostre um pouco da Sua glória.

v. 22 Deus vem do norte, Deus apareceu numa brilhante glória, semelhante ao ouro, dos lados do norte, Sua habitação (Salmo 48: 2 etc.). Eliú está completamente tomado pela compreensão da majestade de Deus, como Moisés no Sinai! (O impacto que Eliú tivera, Jó não teve, mas Deus mesmo o faria sentir.)

IV. “A conclusão de tudo: Temor a Deus.” V. 23-24

Como se Eliú quisesse acrescentar alguma coisa antes que Deus começasse a falar. Resumo do seu discurso: “Novamente, Deus é grande! Incompreensível. Excelente em Seus atributos. Todavia, Ele é bom; Ele não aflige desnecessariamente. Os três amigos: “Deus está além de nós, mas está irado com você.”

Eliú: “Deus está além de nós, mas é bom para com você.” Ele não aflige de boa vontade (como em Lam. 3: 33). Ele não está afligindo você para se divertir, Ele não é cruel nem opressivo.

v. 24 “Nossa única resposta a Ele deveria ser um paciente, submisso, humilde e amoroso temor. Ele não honrará o orgulhoso, o sábio aos seus próprios olhos, que discorda da Sua palavra e O desafia. Como Eclesiastes 12: 13-14. O que mais Salomão ou Eliú poderiam dizer?!

Observe:

1. Faça das obras ordinárias de Deus, as quais temos a tendência de nos acostumarmos com elas, como um motivo de adorá-Lo, v. 16 doxologia. Até mesmo o calor do corpo, v.17! Seja um estudante da natureza, pois criação é uma escola para nossa instrução. Contemple o Criador!

2. Ignorância a respeito de Deus é um dos nossos grandes obstáculos e tendência. Busque conhecê-Lo.

3. Não sabemos por que Deus faz muitas coisas. Mas, não precisamos saber! Seus pensamentos vs. os nossos (Isaías 55: 8-9; João 13: 7). Nós simplesmente devemos nos submeter humilde e alegremente, confiando, temendo e obedecendo a Ele. Espera em Deus (Salmo 42).

4. Se Deus tem um propósito em cada gota de chuva que cai, é certo que Ele tem um propósito em cada provação que permite aos Seus filhos!

5. O objetivo final de Deus, é que o temamos, v. 24. Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus para que haja temor diante dele. (Ecles. 3: 14) – Não com um temor escravizador, mas com um amoroso temor. Fique maravilhado, incline-se em reverência, admire e adore, louve e sirva. Cada provação, aflição, dor e calamidade deve nos levar na direção em que venhamos a tirar proveito delas.

Daniel A. Chamberlin

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