sábado, 7 de março de 2015

Precisamos saber quando nos calar!


QUEM SÃO CASTIGADOS SÃO OS MAUS
1 Nesse momento falou Baldad de Suás:
2 “Até quando lançarás palavras a esmo? Procura entender, e depois falaremos.
3 Por que motivo somos equiparados a jumentos e nos tornamos imundos diante de ti?
4 Mas tu, que em teu furor perdes o controle, porventura ficará deserta a terra por tua causa e se removerão do seu lugar os rochedos?
5 Pois a luz do ímpio se apagará e a chama do seu fogo não brilhará.
6 A luz se escurecerá na sua tenda e a lâmpada acima dele se apagará.
7 Seus passos vigorosos ficarão curtos, e sua própria prudência o derrubará.
8 Seus pés estão enleados numa rede e é sobre malhas que ele anda.
9 A armadilha prende seu calcanhar e o alçapão se fecha em cima dele.
10 Escondida no chão está a cilada, e a arapuca, em seu caminho.
11 De toda parte os terrores o amedrontam e lhe imobilizam os pés.
12 Sua robustez é enfraquecida pela fome e a desgraça está alerta ao seu lado.
13 Ela devora nacos de sua pele, e o primogênito da morte lhe consome os membros.
14 De sua tenda é arrancada a confiança e tu o arrastarás ao rei dos terrores.
15 Tomarás lugar na tenda que já não é dele; na sua morada se espalha o enxofre.
16 Em baixo, secam as suas raízes; em cima, são cortados os seus ramos.
17 Sua lembrança desapareceu da terra e seu nome não será celebrado nas praças.
18 Da luz o lançarão nas trevas e o desterrarão do mundo.
19 Ele não terá descendência nem posteridade no seu povo, nem resto algum deixará na sua morada.
20 No seu dia ficarão espantados os do Ocidente, e aos do Oriente assaltará o horror.
21 Tais são as tendas do iníquo: este é o lugar de quem não conhece a Deus”.


Comentário:

O segundo discurso de Baldad. A característica mais extraordinária: Nada de novo! (Não que queiramos simplesmente novidades, mas neste caso, não há valor na mera repetição. Precisamos saber quando nos calar! E, embora venhamos a repetir a mensagem do evangelho, vamos fazê-lo utilizando sempre uma comida fresca, com novos textos, ilustrações, etc.)
Parece que ficou mais evidente para Baldad que Jó estava errado, e que Deus executou estes julgamentos todos.

I. “Jó, o problema está em você” v. 2-5.

v. 2 Esta parece ter se tornado a tônica dos discursos! “Fique calado para que eu possa falar!” (8: 2, 11: 2, 15: 2-3)
Por que no plural? Talvez alguns dos ouvintes demonstrando sinais de simpatia e concordando com Jó? Ou, Já que Jó é o único que fala deste lado, Baldad o está acusando de falar demasiadamente! “Você falou muito e por muito tempo.”
Considerai=seja inteligente, considere, entenda, perceba. “Preste atenção ao que estamos falando.”

v. 3 “Você pensa que nós somos animais!” (baseado em 12: 7?) “Você deveria ter um pensamento um pouco mais elevado sobre nós do que pensa. Nós queremos ser seguidos.”

Baldad exagera suas ofensas. Toma como ofensa pessoal aquilo que ninguém poderia ter certeza. Henry: “Os orgulhosos são aptos a se sentirem mais desprezados do que na realidade o são.”

- Cuidado com o orgulho! Comp. Romanos 12: 3. Cultive a humildade.

- Não aumente o problema adicionando ou usando palavras erradas. Se você procura por um insulto, certamente o encontrará!

“Você é tão vil, e pensa que nós também somos! (Como se eles fossem livres para pensar desta maneira, mas Jó não.)

- Nós damos outro nome aos nossos pecados. Não conseguimos identificar a nossa própria cegueira. Comp. Rom. 2: 21-23.

v. 4 a Oh tu. Provavelmente Jó “Você é a causa dos seus próprios problemas. Você não pode culpar a mais ninguém (como em 16: 9). A sua ira teimosa, e a recusa em confessar seu pecado, estão te destruindo!”

- Alguns elementos de verdade no resumo principal. Henry: “A ira é um pecado que traz consigo o seu próprio castigo. Pessoas facilmente iradas choram e atormentam a si mesmos.” Erro ao aplicar este princípio ao caso de Jó.

v. 4 b Você espera que Deus reformule Sua justiça para se adaptar a você?...a terra e o céu mudarão por tua causa. Quem você pensa que é? Seu arrogante, egoísta e teimoso!”

- Que virada de mesa! As piores acusações vinham daqueles que deveriam primeiro se olhar no espelho. Seja cuidadoso em se examinar primeiro, antes que venha corrigir a outros. (ex: “Escuta aqui, é bom você manter a calma e ficar quieto, agora mesmo!”) Que Deus revele nossos pecados antes deles serem revelados a outros!

II. “Este é o motivo do seu sofrimento” v. 5-21

Retrato do homem reprovado, ímpio. “Uma maldade refinada” neste capítulo. Repetição dos mesmos princípios. Talvez você não tenha ouvido na primeira (2º, 3º, 4º) vez. Como você ousa disputar esta verdade universal!”

1. Várias similaridades:

v. 5-6 A luz retirada

v. 7-10 O andar da pessoa semelhante a um animal prestes a cair na armadilha. Quanto mais ele tenta se soltar, mais enlaçado ele fica (v. 7). É vencido pelos roubadores.

v. 11-15 Um criminoso sendo perseguido pela corte para ser julgado. Pense no cap. 1, seria o mesmo que dizer que Jó estivesse sendo cassado pela ira de Deus.

O Primogênito da morte (v. 13) = a força da morte, pois o primogênito era considerado como o membro mais poderoso da família.

O Rei dos terrores (v. 14) = A morte

v. 15 o que não lhe pertence = ex: roubado, adquirido por meios escusos, não de direito seu. Pense na destruição causada pelo fogo no cap. 1.

v. 16 destruído, doente.

2. A colheita amarga:

v. 17 Esquecido

v. 18 Removido

v. 19 Desolado. Que crueldade com Jó. “Sem filhos = sem graça.”

v. 20 Citação do cap. 17: 8 “Deus usará pessoas assim como exemplo (como você, Jó). Deus enviará uma mensagem chocante àqueles que estiverem ao redor.

v. 21 Resumo: “Isto é o que acontece ao ímpio. Você tem todas as características de uma pessoa não regenerada (ex: a falta de prosperidade exterior).”

Isso não vai ter fim?! Que “amigos” cruéis e desumanos!

Aprenda:

1. Algumas verdades que Baldad diz: a vida do pecador é miserável. Ele é um terror para si mesmo e para sua própria felicidade.

2. O erro de Baldad: ele falha em provar (1) que os pecadores sempre vivem num estado miserável neste mundo. (2) que todos os que passam por grandes provações são grandes pecadores. (Tenha certeza do que são, e do que não são evidências da graça.)

3. A convicção nem sempre expressa a verdade. Não deixe que a convicção com que um erro é expresso, abale os seus fundamentos. Satanás muitas vezes nos ataca, como fez com Jó, com afirmações enfáticas do erro, ou com a verdade erroneamente aplicada.

4. Embora a morte seja o Rei dos terrores, ela não é páreo para o Rei da Glória e o Príncipe da Paz, que venceu a morte por nós, transformando-a em servo!

Daniel A. Chamberlin


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