domingo, 21 de setembro de 2014

A Morte



Morte, algo tão simples e comum que o ser humano ainda não entendeu. A pergunta é, quando começou a temê-la, se é um fato da vida!
Lidamos com esse fato todos os dias – ou ainda lidaremos com este fato em nossa vida profissional. Mas me pergunto como um fato tão simples pôde se tornar tão complexo ao passar dos tempos. Quando o homem era macaco (supondo a teoria evolucionária) a morte era apenas o fim, e ponto, mas com o passar dos tempos e a evolução começamos a criar vínculos, afetos, nos tornamos conscientes e começamos a pensar, e esse “pensar” trouxe a pergunta, para onde vamos?!
Um atenuante da morte é uma pessoa bem instruída espiritualmente indiferente de religião ou filosofia de vida. Assim como a autora refere, a espiritualidade pode ajudar muito um paciente em seus últimos dias e ajudar o profissional como conversar e ajuda-lo nesse momento tão difícil e até atenuar a dor de familiares e do próprio paciente.
Na espiritualidade encontramos a esperança de uma vida além morte, de que a morte, é apenas uma passagem para uma vida melhor, assim nos traz a esperança de que, a morte não é uma coisa tão sombria e triste, ou solitária! Em minha opinião a morte mais assusta por que não sabemos se estamos sozinhos ou não, sempre vivendo em grupo ou em sociedade o homem teme esse sentimento, a solidão, e a fé de ter um mundo depois da morte traz esse alivio de morrer e saber “teoricamente” para onde iremos.
Uma das funções da enfermagem também é de assistência psicológica com o paciente, conversando e instruindo ele, e como poderei instruí-lo na questão morte se eu mesmo desconheço ou não tenho apoio espiritual? Um das coisas que poderia atenuar o sofrimento fazer com que o paciente procure apoio espiritual.
Aprendemos a humanizar os hospitais tratar as pessoas com igualdade e sempre ajudar salientando o bem estar físico e psicológico, para o prolongamento da vida, mas quando saberemos se o real chamado da natureza chegou e estamos estendendo algo inevitável? Esse seria o caso citado no livro da doação de órgãos, quando um indivíduo está em coma ou morte encefálica e ainda assim insistimos em tratá-lo com o prolongamento da vida, será que não seria a hora de deixar a natureza fazer o seu trabalho e nós deixarmos o indivíduo partir? Ai esta uma pergunta sem resposta, teremos mesmo o poder de decidir quando devemos prolongar uma vida sem saber se ele mesmo tem forças para continuar? Ou saberemos se continuarmos o tratamento esse indivíduo apresentará uma resposta positiva e restabelecerá seus sentidos, não ai esta uma duvida que em muitos casos esse indivíduo que esta sendo prolongada sua existência sem um resultado efetivo poderia estar ajudando outras pessoas com seus órgãos e desocupando um leito e trabalho profissional que poderia ajudar outra pessoa. Sim essa visão pode ser um tanto quanto egoísta em certos pontos de vista, mas é a nossa realidade, não podemos estender uma vida que não tem mais chances, para perder dois ou três que poderiam ser ajudados, uma fato triste, não possuímos infraestrutura para acomodar todos e disponibilizar atendimento profissional, esses indivíduos com “vida vegetativa” que em certos casos poderiam voltar a uma vida normal e em outros jamais voltariam é uma incógnita pois nunca saberemos, se fosse continuado o tratamento o indivíduo voltaria seu estado normal ou morreria, isso depende de vários fatores, médicos, fisiológicos do indivíduo em si, entre outros. Em fim a vida apenas segue seu curso natural a morte.
Uma forma de lidar com a morte é compreendendo-a, é apenas mais um processo natural e temos que aprender a lidar com ela, afinal a morte ensina, vivemos temendo a morte por que tememos a solidão e quando falamos de morte nos vem o vazio, o escuro, o sozinho, e na verdade a morte não deveria ser tão temida é apenas mais um processo fisiológico e natural.
Diogo França

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